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Estado de Minas

Um dia após divulgar desempenho das escolas, MEC começa a rever a lista

Instituto ligado ao ministério põe colégio paulista em 1º lugar, alega falha em dados de instituições e se vê ameaçado de processos


postado em 28/11/2013 06:00 / atualizado em 28/11/2013 06:43

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão subordinado ao Ministério da Educação, que coordena o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), começou ontem a refazer a lista de notas da prova de 2012. Uma falha no processo deixou escolas de pelo menos oito estados fora do ranking, sem informações sobre o desempenho de seus alunos na avaliação. Em Minas já são nove instituições de ensino contestando o resultado: colégios Santo Antônio, Loyola, Santo Agostinho/Belo Horizonte, Santo Agostinho/Contagem, Santa Doroteia, Coleguium, Dona Clara, Logosófico e Chromos. Ontem, depois da festa de quem alcançou o topo, o Inep incluiu três escolas na lista e o Objetivo Colégio Integrado, de São Paulo, assumiu o primeiro lugar, com nota média de 740,81 pontos. Em segundo lugar agora está o Bernoulli, de Belo Horizonte, com 722,15, e em terceiro, o Colégio Elite Vale do Aço, com 720,89.

Enquanto as escolas correm para enviar ao Inep provas de que não erraram no cadastro do Censo Escolar exigido pelo MEC e que mais da metade de seus alunos em fase de conclusão do ensino médio fizeram o Enem, pré-requesitos para aparecer na lista, entidades representativas se movimentam para pedir agilidade em todas as avaliações. O Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG) requisitou reunião de urgência com o presidente do Inep, Luiz Cláudio Costa, e quer que o instituto faça nova divulgação assim que tiver a lista correta. “Checamos a situação de todas as escolas que foram prejudicadas até agora e não vimos falha no processo por parte delas. Queremos que o Inep tome medidas mais urgentes”, disse o presidente do sindicato, Emiro Barbini.

A presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios, disse que recebeu queixas de escolas de Minas, Rio de Janeiro, São Paulo, Acre, Amazonas, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ela reclama que procurou o Inep durante todo o ano para verificar o resultado e discutir o ranking, mas diz que não foi atendida. Diante das falhas, a entidade está encaminhando um documento administrativo ao governo federal pedindo explicações. Depois que todas as respostas forem dadas, segundo ela, é possível que seja proposta ação judicial por parte da federação em nome das escolas, que também podem recorrer à Justiça individualmente. “Essa entrega de resultados tem que ser positiva para a escola, para que saiba onde precisa melhorar. Mas a lista se tornou um desserviço até para o próprio Enem”, avaliou Amábile.

O Inep divulgou ontem nota técnica informando que, das 11.239 escolas cujos alunos participaram do Enem, 24 pediram reexame dos resultados. Até agora, a análise feita pela Diretoria de Avaliação da Educação Básica (Daeb) identificou que, em três casos apreciados – Objetivo Colégio Integrado (SP), Colégio Classe A (MS) e Integrado de Mogi das Cruzes Objetivo Colégio (SP) – as escolas tiveram mais estudantes inscritos no Enem 2012 do que o total de concluintes do ensino médio informado no Censo Escolar. O fato gerou uma taxa de participação superior a 100%, o que impediu o cálculo da nota média e excluiu as instituições da lista de notas. Todas as demais instituições escolares têm até 4 de dezembro para requerer o reexame do cálculo. Segundo o Inep, assim que sair o resultado elas serão inseridas automaticamente na lista, caso seja detectada falha.

Palavra de especialista


Francisco Soares, do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais da Faculdade de Educação da UFMG

“Alguma falha existe e precisa ser corrigida. O problema tem um impacto muito grande nos colégios, porque o Enem se transformou em um grande campeonato para as escolas, em que todos querem ficar na frente. Ser excluído de forma indevida cria, até que se resolva a questão, uma indisposição com pais e alunos. A imagem da escola sofre. Por outro lado, uma boa colocação deveria ser em razão do projeto pedagógico, mas virou uma disputa, que as instituições usam para atrair bons alunos e até para eliminar quem não está indo bem. A escolha da escola é algo mais amplo na vida do estudante do que simplesmente um resultado no Enem. Claro que essas escolas estão mostrando que têm algo a oferecer, mas o ranking não é tudo.”


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