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Estado de Minas UM LÁPIS E MUITAS CONTAS

Enem 2013 exige preparo dos alunos por ser extensa e é considerada a mais técnica

Prova será sem muitas atualidades


postado em 26/09/2013 06:00 / atualizado em 09/10/2013 07:07

Rommel Fernandes Domingos,professor de matemática do Colégio e Pré-vestibular Bernoulli:
Rommel Fernandes Domingos,professor de matemática do Colégio e Pré-vestibular Bernoulli: "É uma avaliação extensa, que se torna difícil não pelo nível de cada questão mas por ser trabalhosa e cansativa" (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)


Uma prova densa, que exige cálculos, contas e um rascunho do lado. A matemática e suas tecnologias cobradas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) talvez seja a prova que menos vai surpreender os alunos e a mais semelhante aos antigos vestibulares, como o da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mas é considerada a mais extensa e cansativa por especialistas. Enquanto outras áreas de conhecimento exigem que o estudante esteja atualizado, antenado nas notícias, essa pede muito conteúdo. Tudo que foi visto no ensino fundamental e médio agora estão nessa prova do Enem.


As 45 questões geralmente estão inseridas no cotidiano, como preços, inflação, consumo, demografia, mas são possíveis de responder com os conhecimentos da velha e boa matemática. É uma prova mais técnica, segundo o professor Rommel Fernandes Domingos, do Colégio e Pré-Vestibular Bernoulli, que demanda contas. “O perfil dessa prova vem se definindo a cada ano, todavia é uma avaliação grande, extensa, que se torna difícil não pelo nível de cada questão mas por ser trabalhosa e cansativa”, avaliou o especialista.


No segundo dia do Enem, além da prova de matemática, o aluno ainda tem que fazer a redação e a de português. São 5h30 para todas as questões, sendo pelo menos uma hora destinada ao texto. Com as quatro horas e meia restantes, o estudante precisa dividir bem para não sacrificar nenhuma das duas áreas. Para Rommel, mesmo que o tempo varie para cada aluno, o ideal seria reservar duas horas e 30 minutos somente para a matemática. São pouco mais de três minutos para resolver cada questão. “Cabe ao aluno treinar, fazer simulados, na escola, no cursinho ou em casa. É preciso marcar o tempo de prova fazendo o número de questões para conseguir traçar uma estratégia de qual disciplina vai fazer primeiro e quanto tempo vai gastar em cada uma”, explicou. Segundo o professor do Bernoulli, o aluno precisa valorizar o conhecimento básico da matemática, pois é ele que permeia quase toda a prova. “É preciso focar nesse estudo, gastar esforço e energia com conhecimentos que realmente caem”, diz. Assim como todas as outras áreas de conhecimento, a matemática exige também muita interpretação de texto, gráficos e tabelas. “É uma prova previsível, parecida com a do ano passado”, acentua.


Clara França Valadares gosta da disciplina, mas a estuda intensamente. Aos 17 anos, aluna do terceiro ano do ensino médio do Colégio Bernoulli, ela é candidata ao curso de engenharia química e tem foco na UFMG. No ano passado, fez o Enem como “treineira” e achou a prova extensa e muito cansativa. “Ela exige resistência”, afirma. Ela avalia que entre as questões estão principalmente matérias vistas no primeiro e segundo anos e ensino fundamental e pouco conteúdo do terceiro. “Acho que ir bem em matemática acaba sendo uma vantagem em relação aos concorrentes.” Ela se preocupa ainda com a média nacional nessa área de conhecimento. “Dou enfoque para a matemática porque no Enem passado ela teve a menor média nacional de pontos. Ao se usar a nota no Sistema de Seleção Unificado (Sisu) ela tem peso maior para o meu curso, que é na área de exatas”, diz.


PESO
O professor do Colégio Santa Marcelina Átila Anderson Dias Azevedo explica que desde 2009, quando houve mudanças na matriz de habilidades cobradas no Enem, a matemática passou a ser ainda mais importante. Enquanto as outras áreas de conhecimento misturam as disciplinas, a matemática tem 45 questões voltadas somente para suas especificidades. “O aluno pode esperar que o conteúdo a ser cobrado seja bem diverso, por isso é importante não limitar os estudos, mas é preciso ter compreensão do contexto em relação a gráficos, figuras, relação com grandeza, proporcionalidade”, afirma.


Agora, é hora de estudar. Para Átila, o aluno deve treinar bastante, fazer exercícios, diversificar as fontes de estudo e deixar para desacelerar somente depois da avaliação. “É hora de manter a adrenalina alta e conquistar cada vez mais segurança para não ser surpreendido ao fazer a prova. A hora é de associar o conhecimento com o controle do tempo. Fazer exercícios dos exames anteriores, de outras provas, até de concursos, são questões importantes.” E, assim como na hora do Enem a organização dá um rascunho para as contas, Átila Anderson lembra que para estudar matemática é preciso sempre ter um lápis à mão.

 

Alunos perguntam

"Até quando devo estudar para a prova do Enem? Qual é o tempo de descanso antes?"

Bruna Dias, de 17 anos, candidata ao curso de engenharia de produção

 

Especialistas respondem

A correção da redação em 2013 será realizada por dois corretores independentes: um desconhecerá a nota do outro, para evitar que haja situações que possam comprometer a credibilidade do concurso, como ocorreu nas versões anteriores do Enem. A cada uma das cinco competências da matriz de referência do exame será atribuída uma nota entre 0 e 200. Se ocorrer uma diferença significativa de uma ou mais competências entre as avaliações dos corretores (superior a 80), ou caso a soma da diferença de todas as competências for superior a 200, um terceiro profissional é convocado. Em caso de persistir a discrepância entre as notas dos três avaliadores, uma banca presencial com outros três membros, presidida por um doutor, assume a análise da redação. A nota final da redação do Enem, que pode chegar a 1.000 pontos, é a média aritmética da pontuação das duas notas totais que mais se aproximarem. Cada uma das cinco competências da matriz de referência do Enem é avaliada a partir de padrões de desempenho, que por sua vez, são distribuídos em seis níveis, pertinentes à modalidade escrita. É atribuída uma nota a cada nível, na qual se baseia o avaliador para proceder à análise da redação.
Alexssandra dos Santos Sousa, professora de língua portuguesa e literatura do Colégio ICJ


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