Ipatinga – Assim como dois e dois são quatro, a equação do bom desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), principal porta de entrada em instituições públicas de ensino superior, não tem mistério. As palavras inteligência, disciplina e desafio são os três componentes dessa conta vitoriosa e estampam a fachada do colégio e pré-vestibular Elite Vale do Aço, em Ipatinga. Primeiro lugar em Minas no ranking das melhores notas do Enem 2011, a escola ficou em segundo lugar na lista nacional.
Numa rua pacata de Ipatinga, a euforia contagiou ontem o prédio do colégio, onde só se fala do Enem. Inaugurado em 2009 como pré-vestibular, o Elite Vale do Aço começou a oferecer o ensino médio no ano passado e, logo na estreia, alcançou destaque nacional. O resultado foi consequência de uma proposta diferenciada. Com apenas uma sala de cada ano, as turmas não ultrapassam 35 alunos, o que reforça o laço entre professores, alunos e os pais. O corpo docente mescla a experiência de professores reconhecidos com a energia de jovens.
E, para isso, não é necessária uma infraestrutura mirabolante. Com instalações simples, o Elite Vale do Aço se resume a três salas, duas bibliotecas e uma casa do estudante, com espaço para o aluno estudar depois das aulas. O foco da instituição é o hábito do estudo e da concentração. Ao longo do ano, alunos recebem 16 apostilas, num total de 5 mil páginas, fora os exercícios extras. A rotina de estudos vai de segunda-feira a sábado, quando são aplicados os testes simulados, sem contar as aulas de monitoria, que ocorrem ao longo da semana, no turno da tarde.
Redação
A professora de língua portuguesa e redação Margarete Abreu Xavier ressalta outro diferencial. “Fomentamos a competitividade, a vontade de estudar e o entusiasmo por um projeto novo”, afirma ela, que era só sorrisos ontem. Pudera. Se analisada isoladamente a nota da redação do Enem, o colégio obteve disparado melhor desempenho no Brasil, com 830,37 pontos. “Aqui no Elite eles aprimoram o gosto pela leitura e a escrita. Num mural, sempre pregamos as principais notícias e que podem ser temas de redação do Enem”, enfatiza.
E quem disse que os seus alunos seriam agora a notícia da vez não foi a professora Margarete. Difícil é encontrar esses meninos bem-sucedidos por perto. Da turma de 30 alunos do terceiro ano do ensino médio de 2011, seis estudam na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), 10 passaram em cursos de medicina de federais país afora – Juiz de Fora (UFJF), Rio Grande do Sul (UFRGS), Minas Gerais (UFMG), além de gente que aterrissou no curso de engenharia aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP).
A estudante Amanda Rossi, de 18 anos, faz parte desse grupo campeão e, apesar do bom resultado em 2011, ela decidiu continuar na empreitada de estudos para conquistar uma vaga na medicina da UFMG. Aluna do Elite Vale do Aço desde o ano passado, ela disse que sua postura mudou depois de ingressar na instituição. “Só quem estuda aqui sabe. A nossa própria cobrança é muito grande e os professores são bem próximos da gente. Para ter ideia, se temos dúvidas em uma questão, mandados para eles até pelo Facebook e eles nos ajudam a resolver”, conta.