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Estado de Minas

Três escolas mineiras revelam segredos para liderar ranking do Enem


postado em 18/09/2011 06:58 / atualizado em 18/09/2011 07:50

No Coleguium, alunos não têm descanso. Rodrigo, João Pedro e Luisa participam de aula prática com o professor Marcus Vinícius(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
No Coleguium, alunos não têm descanso. Rodrigo, João Pedro e Luisa participam de aula prática com o professor Marcus Vinícius (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Nas salas de aula, pátios e corredores, o burburinho tem sido um só nos últimos dias: o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2010, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) na segunda-feira. Mas, em três escolas particulares de Belo Horizonte, o assunto ganhou ares de conquista e vitória. O Colégio Bernoulli, o Colégio Santo Antônio e o Coleguium estão entre os 10 melhores do Brasil e ajudam a fazer de Minas o estado com o maior número de instituições no topo do ranking. Para desvendar o segredo do sucesso dessas escolas, o Estado de Minas entrevistou professores, diretores, alunos e pais, visitou bibliotecas, laboratórios e espaços de estudo e levantou dados e curiosidades que contribuem para a excelência do ensino.

Se não há uma fórmula mágica para a qualidade, todos os colégios têm em comum fatores decisivos. Na lista estão carga horária de aulas maior que a exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), plantões e simulados semanais do Enem, material didático de ponta, bibliotecas bem equipadas e professores disputados no mercado – com remuneração que pode ultrapassar os R$ 20 mil, segundo o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG). A reboque vêm mensalidades muito acima do valor do salário mínimo brasileiro e processos seletivos de alunos mais concorridos até mesmo que a média geral do vestibular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), de 10,56 candidatos por vaga.

Primeiro lugar No Colégio Bernoulli, cujo 3º ano funciona na unidade do Bairro Lourdes, primeiro lugar geral de Minas e da capital e quarto colocado nacional, o resultado do Enem 2010 confirmou a tendência de liderança no ranking do exame dos últimos anos. O desempenho dos estudantes em matemática – 806,93 pontos, numa escala de zero a mil – foi o principal destaque que ajudou a puxar para cima a média geral da instituição (741,97 pontos). À frente da disciplina está o professor Marcos Kennedy Oliveira da Silva, de 39 anos. Depois de trabalhar em Brasília, Goiás, São Paulo e Palmas, ele teve o “passe” comprado pelo Bernoulli e resume o segredo da escola: “O nível dos alunos é muito bom, a equipe de professores é bem capacitada e o material didático se adapta com velocidade às mudanças. Hoje, temos uma seção especial para o Enem nos livros, com questões para serem resolvidas em conjunto com os professores, em plantões e monitorias”, explica Marcos.

A estrutura da escola é motivo de segurança para estudantes como Andréia da Silva e Jadison Barbosa, ambos de 17, e Fabiano de Araújo, de 16, que vão fazer o Enem este ano, em 22 e 23 de outubro. “Estou confiante na minha preparação. Comprovo isso em simulados semanais, em que o colégio divulga um ranking com a colocação de cada um. Essa lista é um estímulo. Se você está bem ou mal, sempre vai querer melhorar”, conta Andréia, candidata a uma vaga em engenharia civil no vestibular da UFMG. Na briga por uma chance em medicina, Fabiano também aposta em sua bagagem de conhecimentos. “Procurei a escola com os maiores índices de aprovação e também faço a minha parte. Esse último resultado do Enem apenas mostra que estamos no caminho certo.”

Trajetória

Com mais de 100 anos de tradição, o Colégio Santo Antônio tem em sua história um personagem cuja trajetória se confunde com a da própria escola. Olavo Campos, o professor Kafunga – que recebeu o apelido por ser xará do goleiro do Atlético Mineiro –, está há mais de quatro décadas na instituição, onde chegou como aluno e hoje atua como professor e coordenador pedagógico. Marca registrada do colégio, Kafunga fala com orgulho do sucesso no Enem: quinto lugar do país e segundo melhor de BH e de Minas.

“O resultado depende da motivação do aluno para aprender e estudar. Por isso, damos autonomia para estudantes e professores e atribuímos a todos eles responsabilidades”, diz Kafunga, que mal consegue transitar pelos corredores do Santo Antônio, na unidade da Savassi, onde estão as turmas do 3º ano, sem ser assediado pelos adolescentes. Tímido e discreto, ele revela ainda outro ingrediente decisivo para a excelência. “O mais importante é que não nos preocupamos apenas com vestibulares e com o Enem. O sucesso é consequência do trabalho de formação integral e humanística, com ênfase nos esportes, nas artes e nas atividades extraclasse”, conclui Kafunga.

Poucas públicas

Qualidade e educação pública parecem ainda não jogar no mesmo time. O resultado do Enem 2010 revela que apenas uma instituição gratuita aparece na lista das 10 melhores do Brasil – o Colégio da Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV), o Coluni, como mostrou no sábdo o Estado de Minas. No grupo das escolas com mais de 75% de participação no exame, a estadual mais bem colocada está na 385ª colocação no ranking. Minas ainda tem 14% das unidades de ensino abaixo da média nacional na prova, de 511,21 pontos. Das 340 escolas que não atingiram a marca, 339 são públicas. O resultado se refere ao desempenho por escola na última edição do Enem, aplicado em novembro do ano passado em 3,3 milhões de candidatos.


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