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Estado de Minas

Delegado desqualifica revelações de Macarrão ao Fantástico

Polícia, assistente de acusação e advogado do goleiro desqualificam entrevista e apontam contradições do ex-braço direito do atleta, também acusado por morte de Eliza Samudio


postado em 02/08/2011 06:00 / atualizado em 02/08/2011 09:07

Luiz Henrique Romão repetiu as informações de que a ex-modelo Eliza recebeu R$ 30 mil em dinheiro e foi deixada por ele num ponto de táxi(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Luiz Henrique Romão repetiu as informações de que a ex-modelo Eliza recebeu R$ 30 mil em dinheiro e foi deixada por ele num ponto de táxi (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
As recentes revelações de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo do goleiro Bruno Fernandes, e um dos acusados do sumiço e suposta morte da ex-amante do atleta, Eliza Samudio, foram consideradas “mentirosas” pelo delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigação de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP). Moreira analisa que, na entrevista dada por Macarrão a uma emissora de televisão, exibida no domingo, houve contradições e ele não apresentou elementos que sustentem sua versão.

O delegado afirma que no inquérito policial há informações conclusivas, que revelam a trama que teria resultado na morte Eliza Samudio. “Estamos fundamentados em provas documentais, periciais e testemunhais. Bruno sabia que sua ex-amante seguia para ser executada. Luiz Henrique foi contraditório ao explicar que deu R$ 30 mil em dinheiro para Eliza, que a princípio disse que estava no sítio do goleiro e depois sugeriu que sacou num banco”, apontou. “Na fase do inquérito policial, ele disse que falaria em juízo, o que não o fez. Nossas apurações são conclusivas, foram acatadas na denúncia do Ministério Público, passaram pela instrução processual e resultaram na sentença de pronúncia”, acrescentou Moreira.

O assistente da acusação, o advogado José Arteiro, sugere um “jogo de cena” nas revelações de Macarrão, exibidas no domingo, e também no mês passado, na visita do deputado estadual Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, ao acusado na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Para Arteiro, ao dizer que foi a última pessoa que teve contato com a ex-modelo, Luiz Henrique estaria tentando livrar Bruno de envolvimento no sumiço.

“Nos autos, Macarrão está ligado a Eliza desde que a encontrou num hotel no Rio de Janeiro. Dizer que a deixou em um táxi seria uma tentativa de justificar que não a matou. Mas como explica que Bruninho, o filho da modelo com o jogador, ficou para trás. E por que Bruno queimou a mala de Eliza, se ela disse que voltaria. Desde o começo, o que estamos vendo são versões mentirosas que a princípio tinham como alvo tumultuar as investigações, depois a instrução processual e, agora, desviar a culpa do goleiro. Macarrão não tem compromisso com a verdade”, sentenciou Arteiro.

Bruno

O advogado de Bruno, Cláudio Dalledone, porém parece discordar de uma estratégia para beneficiar seu cliente. Ele criticou a postura de Luiz Henrique de falar sobre o caso em rede nacional e usa o termo “desespero” para classificar a atitude do ex-braço direito do jogador. “O Macarrão está fazendo o que dá na cabeça dele, o que acha que tem que fazer, mas está mal orientado, está desesperado. Espero que ele esclareça suas afirmações, porque o tempo inteiro está caindo em contradições”. Ao ser questionado sobre quais seriam as incoerências, o advogado se recusou a apontá-las. “Isso comprova que ele está escolhendo o caminho contrário ao do Bruno, que é do esclarecimento”, disse.

O advogado de defesa de Macarrão, Wasley Vasconcelos, também não aprovou a entrevista. Mas criticou a emissora, ao sustentar que a edição “foi tendenciosa e distorceu as declarações”. Vasconcelos disse que vai requerer ao Tribunal de Justiça cópia da íntegra para ser anexada ao processo. "Eu fui contra desde o início, mas na época em que foi negociada (abril), eu não assistia ao Macarrão e não pude intervir."

Saiba mais

8 vão a julgamento

O goleiro Bruno Fernandes, seu ex-braço direito, Luiz Henrique Romão, mais cinco acusados pelo sumiço e suposta morte da modelo Eliza Samudio, em 2010, serão julgados por homicídio, sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores. As penas, se confirmadas, variam de 36 a 49 anos. Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como o homem que executou Eliza, será julgado por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e formação de quadrilha. A pena máxima pode chegar a 36 anos.

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