Meu nome é Carolina e estudo na Faculdade de Medicina de Marília, FAMEMA, na 53ª
turma, atualmente, cursando o 4º ano.
Minha história com a medicina foi muito desafiadora e, graças a pessoas que sempre
me apoiaram, como meus pais, minha irmã, meus amigos e meus professores, essa
conquista tornou-se realidade.

Após muitos períodos de dúvidas sobre a minha carreira, durante o terceiro ano, o
sonho de ser médica foi intensificado. Decidi, então, encarar esse desafio, mesmo
sabendo que seria difícil, sobretudo, por poder apenas cursar faculdades públicas e,
consequentemente, enfrentar os concursos mais concorridos.

Em 2015, no meu primeiro ano de cursinho, optei por um preparatório tradicional em
Belo Horizonte. No entanto, tive dificuldades de adaptação, pois não tinha nenhuma
proximidade com os professores e as turmas possuíam um grande número de alunos.
Era hora de mudança e, no ano seguinte, procurei um cursinho que se aproximasse
mais com o meu perfil, que fosse um lugar leve e acolhedor. Foi aí que encontrei o
Determinante e me senti em casa. O DET é mais que um cursinho, é um ambiente que proporciona muito estudo, além de ser um local que favorece amizades para a vida toda. Lá, o aluno é valorizado pela sua individualidade. Eu era chamada de “Carol” ou “Carolzinha” e em nenhum momento me faltou apoio dos professores para esclarecer as minhas dúvidas sobre os conteúdos. Assim, minha preparação ficou mais leve, o que me ajudou a lidar com a ansiedade.

Logo na metade de 2016, veio a minha primeira aprovação em medicina na UNIBH,
depois de jogar a nota do ENEM nessa instituição, já que precisava de estímulo para
continuar tentando a tão sonhada vaga na faculdade pública. A partir daí, e com o
passar dos anos, sempre realizava as provas das faculdades particulares como forma
de me tranquilizar para o ENEM. Com isso, fui aprovada em medicina em outras
faculdades, como PUCMG, UNIFENAS e FAMINAS.
Entretanto, chegava o dia do ENEM, eu ficava muito nervosa e alguns obstáculos contribuíram ainda mais para a minha ansiedade. Em um dos anos deste exame, a
realização de uma festa com um som ensurdecedor no prédio ao lado e, coincidentemente, no mesmo andar que a minha sala, fez parecer que estava dentro
da celebração. Foi o suficiente para eu me desesperar, pois a música estava muito alta e eu não conseguia nem ouvir meus próprios pensamentos. Comecei a chorar durante a prova, me desconcentrar e acabei desenvolvendo um bloqueio ao realizar o ENEM.

Após esse episódio, decidi não deixar o medo e o trauma me paralisarem e nesse
momento o DET me ajudou de uma forma surreal. Além de todo o apoio emocional
recebido pelos professores mais próximos, o DET criou uma turma focada nos vestibulares paulistas e os professores estimulavam os alunos a tentarem provas das
faculdades públicas deste estado. Apesar de ser um sonho, eu sempre considerei impossível passar em São Paulo devido à enorme concorrência e à excelência das
instituições. Pensava comigo mesma “eu não sou capaz disso”, “é muito difícil”. Foi aí
que o estímulo dos professores do DET me fez mudar de opinião e passei a pensar “eu sou capaz sim, tenho uma boa base e estou dando o meu máximo nessa preparação”. Com isso, resolvi não desistir e insistir nesse objetivo. Passava horas estudando por dia, realizando muitos exercícios e resolvendo provas das faculdades paulistas.
Fui para São Paulo fazer os vestibulares e, de forma surpreendente, o dia da prova da
FAMEMA foi o mais calmo da minha vida, o qual estava tranquila e confiante. A prova
era composta por questões objetivas, dissertativas e por redação. Parecia que já
estavam predeterminados o meu destino e a minha vaga. E estavam mesmo. Em
janeiro de 2019, após quatro anos de cursinho, veio a tão sonhada aprovação na
faculdade pública paulista. Passei em 22º lugar, com mais de 12 mil inscritos, sendo
um dos destaques da redação, com nota máxima. Impossível acreditar que o sonho se tornou realidade!
Após muita festa e comemorações, vieram novos desafios, como morar sozinha pela
primeira vez em uma cidade totalmente desconhecida. Estava tão feliz com minha
conquista, que os obstáculos passaram a ser pequenos. Fui conhecer a FAMEMA e
descobri que ela é PBL, além de ser uma das pioneiras no Brasil nesse método. No
início, foi muito difícil me adaptar a essa nova forma de estudo, mas, com o passar do
tempo, aprendi a estudar e, atualmente, não troco a metodologia por nada, pois a
considero mais efetiva.
A medicina me encantou. Estou cursando o 4º ano e tenho aulas práticas desde o
primeiro ano. Na graduação, sempre procuro me destacar e realizar atividades
extracurriculares que possam enriquecer a minha formação. Tenho publicações de
capítulos de livros e de artigos científicos, coordenei congressos e eventos, fui
aprovada em primeiro lugar no estágio do SAMU da minha faculdade e sou a atual
presidente da liga de cardiologia da FAMEMA, entre outras realizações.
Hoje só consigo ser grata pela minha trajetória e sei que estou onde deveria estar e no momento certo. Fico muito feliz pelo incentivo do DET para a realização das provas
paulistas e espero que as pessoas não desistam dos seus sonhos por medo de encarar os desafios.
Artigo escrito pela futura Dra Carolina Teixeira @carolteixeira05
