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Estado de Minas GOVERNO

Weintraub minimiza erros no Enem


postado em 12/02/2020 04:00 / atualizado em 12/02/2020 08:19

Brasília – O ministro da Educação, Abraham Weintraub, minimizou ontem os erros do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, e os chamou de "probleminhas". Segundo ele, havia uma "linha extremamente terrorista" para desacreditar a prova por parte de políticos, da imprensa e de alguns grupos econômicos, sem citar nomes. Weintraub participou uma audiência na Comissão de Educação do Senado, à qual foi convidado para explicar os erros no Enem e no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), programa do governo que seleciona candidatos a vagas em instituições públicas de ensino superior.

Após a divulgação das notas do Enem e candidatos usarem as redes sociais para dizer que estranhavam os resultados, o MEC admitiu ter divulgado parte das notas com erros. Segundo a pasta, 5.974 candidatos receberam os resultados errados por um problema que teria ocorrido na gráfica responsável pela impressão da prova. Weintraub voltou a minimizar o problema e disse que o erro afetou 0,15% dos inscritos. "Não houve prejuízo a nenhum participante", disse o ministro, que mais uma vez afirmou ter feito o "melhor Enem de todos os tempos".

Apesar das afirmações de Weintraub, o Enem muitos problemas. A gráfica responsável pela impressão declarou falência, e uma nova foi contratada com dispensa de licitação; uma foto da prova de redação vazou durante a aplicação do exame; pelos erros no Enem, a divulgação do Sisu chegou a ser suspensa pela Justiça; e, mesmo após a proibição, uma lista de aprovados no Sisu foi vazada. Ao apresentar gráficos sobre o nível de percepção de candidatos em relação ao Sisu, isto é, a satisfação com o processo, o ministro disse que no primeiro dia da divulgação das notas "teve esses probleminhas, mas, a partir daí, se vocês notarem, foi muito próximo dde 100%".

Weintraub afirmou reconhecer que a edição do Enem não foi "perfeita", mas disse que houve problemas em governos anteriores e criticou a imprensa e supostos militantes. "É inequívoco que no Brasil, ao longo dos últimos anos, houve judicialização de questões políticas. Mesmo esse Enem, desde 2018, desde o começo do ano passado, houve a pretensão de paralisar o processo. Desde o começo do ano passado fala-se que não vai ter o Enem. E houve", disse. "Porque o objetivo é gerar terror, desmobilizar a sociedade. Desde o começo, alguns grupos parlamentares, alguns grupos econômicos e alguns meios de comunicação hegemônicos adotaram uma linha extremamente terrorista no processo", declarou.

O ministro disse que começou a perceber reclamações sobre as notas do Enem ao entrar no Twitter e ver pedidos de revisões de estudantes que não pareciam "militantes" nem ter intenções "maldosas". Segundo ele, houve três categorias de internautas que interagiram com a pasta nas redes sociais na época de pedidos de revisões de notas. A primeira seria de "militante que se passava por aluno" para perturbar a ordem e disseminar o que seria um caos no Enem. Estes foram descartados pela assessoria do MEC ao tentar identificar os alunos com supostos problemas nas notas, disse.

Ele também disse ter havido pessoas que não estavam entendendo o processo, posteriormente então orientadas. 

Por último, disse que houve aluno que foi mal e queria dizer que "a culpa foi do Abraham", referindo-se a si próprio em terceira pessoa.

Weintraub afirmou ainda que o ministério atuou para corrigir os erros rechecando todas as provas e ninguém foi prejudicado, pois as notas já estavam arrumadas quando da inscrição do Sisu. Na sua avaliação, parte da imprensa tem "má vontade" perante o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele mostrou reportagens apresentam o que seriam distorções e mentiras. Embora houvesse pessoas com camisetas da União Nacional dos Estudantes para acompanhar a audiência, não houve protestos quando o ministro apareceu.

Além de criticar edições passadas do Enem, o ministro disse que pretende investir R$ 1 bilhão recuperados da Operação Lava Jato em creches para 1,1 milhão de crianças no Norte e Nordeste. Weintraub também se defendeu do direito de responder como preferir em seu perfil no Twitter. Conhecido por reagir a críticas de internautas com xingamentos, disse que seu comportamento faz parte do "jogo democrático". A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) fez um apelo, em suas próprias palavras, para que o ministro seja menos polêmico no Twitter e consiga se dedicar mais ao dia a dia da pasta.
 


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