Lula

Durante café da manhã com jornalistas, presidente reconheceu que meta fiscal em 2024 não deve ser zero, como defendeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad

Henrique Lessa/CB/DA.Press
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o governo não cortará programas prioritários para atingir a meta fiscal zero em 2024. Segundo Lula, o mercado fica cobrando uma meta que sabe que pode não ser cumprida: "O país não precisa disso".

"Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal a gente vai fazer. O que eu posso dizer é que ela não precisa ser zero, o país não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue começar o ano fazendo cortes de bilhões nas obras que são prioritárias para esse país", disse o presidente durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto nesta sexta-feira (27/10).

O petista ressaltou que a prioridade do governo será manter as obras e os investimentos."Eu acho que muitas vezes o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que ele sabe que não vai ser cumprida. Eu sei da vontade do Haddad, da disposição do Haddad, da minha disposição, e posso dizer que dificilmente nós chegaremos à meta zero, até porque eu não quero fazer cortes em investimentos de obras. Se o Brasil tiver um deficit de 0,5%, de 0,25%, o que é? Nada, absolutamente nada. Então, nós vamos tomar a decisão correta e nós vamos fazer aquilo que é melhor para o Brasil", apontou.

Ele reconheceu que a meta fiscal para o próximo ano é importante, mas ponderou que o governo não ficará cortando em áreas estratégicas e ressaltou a experiência adquirida nos outros dois mandatos.


 A declaração do presidente vai de encontro ao que tem defendido o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que prometeu alcançar o deficit zero ainda em 2024, apesar do ceticismo do mercado com a promessa.