O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rejeitou mais uma vez, nesta quinta-feira (20/7), a tese de que a reforma tributária tenha o objetivo de fazer o ajuste fiscal com aumento de carga tributária. Ao participar da abertura do evento “Agenda de reformas financeiras”, no Rio de Janeiro, ele disse que o ajuste passa pela eliminação de benefícios tributários e da recuperação de recursos por meio judicial.
Haddad citou ainda que o governo está revertendo decisões tomadas, especialmente no ano passado, que “foram desastrosas para a economia brasileira”, sobretudo no ano passado. Ele se referiu, por exemplo, à reoneração dos combustíveis e a retomada do voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Reforma do Imposto de Renda
Haddad afirma que ajuste fiscal não será feito com reformas no imposto sobre consumo e renda
O objetivo do governo é conseguir melhorar o perfil da arrecadação do imposto sobre a renda, criando a progressividade tributária e, com isso, abrir caminho para diminuir a alíquota do imposto sobre consumo. “O ideal, no médio e longo prazo, é combinarmos virtuosamente as duas reformas no sentido de buscar a neutralidade e mudar a composição (da carga tributária)”.
Haddad também sinalizou que o governo não pretende encaminhar a proposta de reforma sobre a renda antes da aprovação da reforma sobre o consumo, que ainda tramita no Senado. Segundo ele, abrir agora a discussão da reforma do Imposto de Renda poderia desviar o foco do debate que ocorre no Senado.
Sobre a pauta das reformas financeiras, o ministro destacou que, embora faça parte da agenda microeconômica, tem um valor fundamental. Ele comparou o assunto com a equipe de mecânicos em uma corrida de Fórmula 1 que, embora não seja a parte mais visível do esporte, é necessária. “Economia tem muito de Fórmula 1. Você tem que acertar o carro. Você tem que ouvir o motor.”
O evento iniciado hoje abre uma série de debates com o objetivo de elaborar propostas para dinamizar o mercado financeiro, em especial o mercado de capitais e seguros. Até dezembro, o grupo de trabalho precisa encaminhar ao Congresso Nacional propostas em 17 áreas que buscam cumprir esse objetivo.

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