Lula

Carlos Fávaro também se uniu às críticas do presidente, questionando a manutenção da taxa básica de juros em 13,75%

SÉRGIO LIMA/AFP
Durante a transmissão semanal "Conversa com o Presidente", veiculada ao vivo nas redes sociais, o chefe de estado, Luiz Inácio Lula da Silva, apontou o presidente do Banco Central, ainda que sem mencioná-lo diretamente, como responsável pelas altas taxas de juros do Plano Safra.

O programa dispõe de um financiamento de R$ 364,22 bilhões, com juros anuais de 8% para os produtores participantes do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), e de 12% para os demais. Para investimentos, os juros anuais variam entre 7% e 12,5%, conforme informado pelo governo.
"O Plano Safra, com uma média de 10% de juros ao ano em um montante de R$ 364 bilhões, é muito caro. Essa taxa poderia ser menor. Porém, há alguém no Banco Central, que não sabemos quem o colocou lá, que mantém a taxa básica de juros em 13,75%", afirmou Lula.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, se uniu às críticas do presidente, questionando a manutenção da taxa básica de juros em 13,75%, mesmo com a queda da inflação. Fávaro prometeu questionar a política monetária no Congresso, caso reassuma a posição de senador.
 
"A política econômica tem mostrado uma forte tendência de queda da inflação. Não faz sentido manter uma taxa de juros de 13,75% ao ano", disse Favaro durante o lançamento do Plano Safra 2023/24.

Fávaro também falou sobre as mudanças no Plano Safra 2023/24, voltadas para o aumento da sustentabilidade no setor. De acordo com o ministro, R$ 12 bilhões dos recursos para custeio serão destinados a produtores que adotem boas práticas agrícolas e ambientais.

Fávaro agradeceu a mais de 21 instituições financeiras que, em suas palavras, "colocam os recursos na ponta para os produtores", assim como à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que participou das discussões sobre o Plano Safra, que entrará em vigor em 1º de julho.