Ifood

Dark kitchens são cozinhas exclusivas para delivery.

Gladyston Rodrigues/EM
Um estudo recente conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) revelou que cerca de um terço dos estabelecimentos cadastrados no iFood, o principal aplicativo de entrega de comida no Brasil, são dark kitchens (cozinhas exclusivas para delivery).

Esses locais, também chamados de ghost kitchens, não possuem espaço físico para atendimento ao público e geralmente estão situados em regiões mais afastadas dos centros urbanos. Os resultados do estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foram publicados na revista Food Research International na última quinta-feira (18/5).

Para identificar e analisar as dark kitchens no iFood, os pesquisadores coletaram dados de 22.520 restaurantes localizados em três centros urbanos: Limeira, Campinas e São Paulo. A coleta foi realizada em duas etapas. Primeiro, foram obtidas informações como nome, URL, endereço, CNPJ, distância até o centro da cidade, tempo estimado de entrega, avaliação dos usuários, tipo de comida oferecida, possibilidade de agendamento e rastreamento de entregas. Posteriormente, os primeiros mil estabelecimentos mais próximos ao centro de cada cidade foram classificados como dark kitchens (27,1%), restaurantes convencionais (65,2%) ou indefinidos (7,7%).

No caso da capital paulista, o percentual de dark kitchens alcança 35,4%. O número pode ser ainda maior, uma vez que o iFood não exige que os restaurantes se identifiquem como tal.

As dark kitchens estão mais distantes das áreas centrais nas três cidades analisadas, o que reduz custos de produção e resulta em preços mais baixos. Em contrapartida, os restaurantes convencionais receberam avaliações melhores dos usuários e tiveram um maior número de avaliações em geral.

Até o momento, o iFood não se pronunciou sobre os resultados do estudo.