A expectativa de crescimento da economia neste ano melhorou da estimativa de 0,99% para 1,10%, de acordo com a versão mais recentes do Relatório de Mercado Focus, documento que contém as previsões de uma centena de analistas de bancos e corretoras ouvidos pelo Banco Central (BC). A autoridade monetária divulgou os dados ontem. Há quatro semanas, as projeções para expansão do país eram de 0,92%.
Para 2020, o mercado financeiro alterou a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produção de bens e serviços do Brasil), de 2,22% para 2,24%. Quatro semanas atrás, esse percentual estava em 2,08%. Em novembro, o BC informou que seu Índice de Atividade (IBC-Br), uma espécie de indicador anterior ao PIB, subiu 0,44% em setembro ante agosto, na série com ajustes sazonais. No ano até setembro, o indicador acumulou 0,80%, na série sem ajustes.
Ainda na versão do Focus divulgada ontem, os analistas confirmam expectativa de baixa da produção industrial deste ano, que deve ficar em 0,70%. Há um mês, o percentual já era apontado. Para 2020, a estimativa de crescimento da produção das fábricas segue em 2,20%, ante 2,16% de quatro semanas antes.
Na esteira dos dados mais recentes sobre a inflação no Brasil, os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – o índice oficial do custo de vida – em 2019. O Relatório de Mercado Focus divulgado ontem pelo BC mostra que a mediana para o IPCA, este ano, avançou de alta de 3,52% para 3,84%. Há um mês, estava em 3,31%. A projeção para 2020 permaneceu em 3,60%.
Para 2021, os economistas confirmam a aposta de IPCA de 3,75%. A projeção para 2022 permaneceu em 3,50%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,75% e 3,50%, respectivamente. As estimativas estão abaixo do centro da meta de 2019, de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto percentual (índice de 2,75% a 5,75%) para cima ou para baixo.
Quando analisado o ano que vem, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,50% a 5,50%) para cima ou para baixo. Em 2021, se confirmadas as projeções do relatório, a meta ficará em 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%) para cima ou para baixo. Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2% a 5%) também nas margens mínima e máxima.
Na última sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA subiu 0,51% em novembro. No ano, a taxa acumulada é de 3,12% e, em 12 meses até novembro, de 3,27%. Em outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC havia atualizado suas projeções para a inflação. Considerando o cenário de mercado, a projeção para o IPCA em 2019 está em 3,4%. No caso de 2020, permanece em 3,6% e, para 2021, em 3,5%.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2019 foi de 3,72% para 3,95%. Para 2020, a estimativa do Top 5 foi de 3,55% para 3,50%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,36% e 3,55%, respectivamente. No caso de 2021, a mediana do IPCA no Top 5 foi de 3,70% para 3,75%. A projeção para 2022 no Top 5 passou de 3,50% para 3,63%, ante 3,50% de quatro semanas antes.
Mãos do governo O Relatório de Mercado Focus indicou também alteração na projeção para os preços administrados, aqueles sofrem interferência das agências reguladoras, em 2019. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador, este ano, passou de alta de 5,07% para 5,10%. Para 2020, a mediana seguiu em alta de 4%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 4,70% para os preços administrados em 2019 e elevação de 4,10% em 2020. As projeções atuais do BC para os preços administrados, no cenário de mercado, indicam elevações de 5,2% em 2019 e 4,0% em 2020.