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Estado de Minas EXPORTAÇÕES

Café de Minas busca mercados na China e na Coreia do Sul

Grandes consumidores da bebida, os dois países são as novas fronteiras para a investida dos produtores de Minas, que têm ampliado a oferta dos grãos especiais. Escritório da CNA em Xangai ajuda


postado em 21/11/2019 06:00 / atualizado em 21/11/2019 08:20

Além do aumento dos cafés de alta qualidade, expectativa é de recuperação dos preços no mercado internacional(foto: Gustavo Baxter / NITRO - 7/11/18)
Além do aumento dos cafés de alta qualidade, expectativa é de recuperação dos preços no mercado internacional (foto: Gustavo Baxter / NITRO - 7/11/18)

Pressionados pela baixa dos preços do café no mercado internacional combinada à queda da safra 2019, os produtores de Minas Gerais se lançaram ao desafio de conquistar mercados na China e na Coreia do Sul, países mais cobiçados da Ásia em razão do significativo crescimento do consumo da bebida. Responsável por metade da produção brasileira do grão e grande exportador, o estado conta com o avanço da oferta de cafés especiais para brigar com os principais concorrentes, em particular do Vietnã e da Indonésia, mas vai precisar driblar as dificuldades decorrentes dos custos altos e da falta de políticas de estímulo ao setor, segundo Breno Mesquita, presidente da Comissão Nacional de Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).

“A Ásia é um mercado estratégico, fantástico e uma fronteira ainda pouco explorada”, disse Breno Mesquita, durante a abertura da 7ª edição da Semana Internacional do Café, que trouxe a Belo Horizonte mais de 60 compradores internacionais. Eles terão à disposição 25 atividades simultâneas, desde milhares de sessões de provas de cafés especiais de todo o país a seminários, cursos e concursos de melhor café e barismo.
As exportações do Brasil somaram 34 milhões de sacas de janeiro a outubro, maior volume dos últimos cinco anos, sendo 22,8% superior ao total registrado no mesmo período do ano passado, de acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Os principais destinos foram os Estados Unidos, Alemanha, Itália, Japão, Bélgica, Turquia, Federação Russa, Reino Unido, Canadá e México. Todos eles aumentaram as importações com origem no Brasil.

No entanto, nada se compara ao ritmo de expansão do consumo de café na China, ao redor de 15% a 20% ao ano, quando no Brasil varia de 3,5% a 4% anuais. A recente aproximação entre os governos brasileiro e chinês ajuda a abrir portas para o café na Ásia, concorda o vice-presidente da Faemg. “O Brasil fez isso com bastante competência no Leste Europeu”, avalia Breno Mesquita. Naquela região, a produção brasileira conquistou mercado com o café solúvel. O investimento dos cafeicultores na China já deverá partir para o café verde e o torrado e moído, tento em vista o aumento do número de cafeterias naquele país, que tem adotado hábitos ocidentais de consumo.

A qualidade da produção, contudo, não é o suficiente. O setor cafeeiro não se cansa de reclamar da falta de apoio, de políticas públicas, inclusive, de valorização do produto brasileiro no mercado internacional. O presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg), Ronaldo Sculcato, defende “maior agressividade institucional” em favor do produto, uma estrela do comércio do país e de Minas Gerais com o exterior. “É triste pegar um avião da Emirates ou da Swissair e ver a propaganda do café de Marrocos. Ou, então, ver a propaganda do café da Colômbia em frente à Embaixada do Brasil na Praça Navona (em Roma)”.

Pés chineses


Na avaliação do presidente da Faemg, Roberto Simões, a despeito da redução da produção mineira de café nesta safra – o estado deverá encerrar o ano com a oferta de 26,5 milhões de sacas de 60 quilos, cerca de 22% menor do que a safra anterior –, as exportações do produto têm crescido. A produção menor reflete a bienalidade da safra, com um 2019 de baixo rendimento das lavouras, e o clima desfavorável ao desenvolvimento da planta.

“A grande notícia hoje (ontem) é que houve alguma recuperação de preços no mercado internacional, depois de três a quatro anos de preços deprimidos. É mais um alento que a gente tem porque os custos de produção não param de subir”, afirmou.

Os preços médios da saca de 60 kg comercializada no exterior caíram de US$ 132,11 em novembro do ano passado para US$ 128,89 em outubro último. Desde junho, entretanto, quando a saca foi comercializada por US$ 118,43, tem havido reação, com base nos relatórios de acompanhamento do comércio com o exterior feitos pela Cecafé. Com o projeto de incrementar as exportações, João Martins da Silva Júnior, presidente da CNA, anunciou em BH programa do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para qualificar produtores interessados em exportar. Outra iniciativa foi a criação de um departamento internacional da CNA, que está abrindo escritório em Xangai.

Lote especial a US$ 16 mil

Cafeicultores premiados que participam da 7ª edição da Semana Internacional do Café, em BH, contam com garantia de preços de até R$ 2.500 por microlotes de três sacas de 60 quilos, como incentivo à produção da bebida especial. Uma das empresas que mais têm investido nesse mercado, o grupo Montesanto Tavares, que opera da lavoura à exportação de blends, lançou recentemente o café geisha, produzido na Fazenda Primavera, em Angelândia, no Norte de Minas, que foi comercializada com prêmio excepcional no Japão.

O grão é cultivado em uma das quatro maiores regiões produtoras de Minas, a altitude de 1 mil metros, e, na avaliação do presidente da companhia, Ricardo Tavares, retrata o potencial de um segmento que tem muito a crescer. “A cafeteria Maruyama, em Tóquio, comprou o nosso café em leilão por US$ 16 mil, preço pago pela saca de 60 quilos. No Japão, ele foi comercializado por US$ 60 mil, ou R$ 240 mil a saca”, disse Tavares em nota.

As outras três principais regiões cafeeiras de Minas são o cerrado, Matas de Minas e o Sul do estado, de acordo com portaria do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Bruno Tavares, diretor da empresa exportadora Ally Coffee, do grupo Montesanto Tavares, trabalha com a projeção de que os preços pagos aos cafés especiais têm sido 50% maiores na comparação com os grãos comuns, exportados como commodities (produtos agrícolas e minerais cotados no mercado internacional). O mercado da bebida especial  cresce  15% ao ano. O grupo mineiro conta com escritórios próprios nas Américas. Europa, Ásia e África. No último ano, a companhia plantou 800 hectares em novas áreas das fazendas Primavera, em Minas, e Mimoso, na Bahia, e está investindo em novo armazém em Caparaó, no interior mineiro.


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