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Estado de Minas EVENTO HISTÓRICO

Ativista defende políticas públicas para a população trans

Sara York reflete sobre a importância do Governo Federal sinalizar a retomada dos diálogos sobre políticas públicas para a população transexual e travesti


01/02/2023 09:55 - atualizado 01/02/2023 10:05

Representantes da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) com a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a Secretária Nacional dos Direitos LGBTQIA+, Symmy Larrat, e o Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida
Representantes da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) se encontraram com autoridades como a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a Secretária Nacional dos Direitos LGBTQIA+, Symmy Larrat, e o Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida (foto: Reprodução)


O Dossiê de Assassinatos e Violências contra Travestis e Transexuais Brasileiras em 2022 foi divulgado na última quinta-feira (26/01), durante evento no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, em Brasília. O lançamento ocorre durante celebrações do Mês da Visibilidade Trans e aponta o Brasil como o país que mais mata trans e travestis no mundo pelo 14º ano consecutivo.

A travesti, ativista, mestra em Educação e Articuladora da ANTRA Sara Wagner York afirma que a realização do Dossiê parte da premissa que corpos trans seguem sendo violentados e mortos com requintes de crueldade. A partir dessas denúncias de violências é que se tem conseguido alguma visibilidade para o pedido de outras demandas.

“Talvez o maior absurdo seja justamente precisar denunciar com números de morte, do ponto máximo da crueldade humana, para que conseguíssemos direitos básicos como temos hoje no Brasil”, afirma Sara.

Evento de lançamento

Representantes da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), responsável pela realização do documento, se encontraram com diversas autoridades como a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a Secretária Nacional dos Direitos LGBTQIA+, Symmy Larrat, a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e o Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. O encontro simboliza a retomada dos diálogos sobre políticas públicas com as minorias.

Sara afirma que é muito simbólico que o lançamento do Dossiê tenha ocorrido em um dos prédios de apoio do Ministério dos Direitos Humanos com a presença das autoridades. “Pela primeira vez travestis, transexuais, homens trans, pessoas não binarias e pessoas de gênero fluido foram recebidas por um ministro do governo para discutir, ouvir e atender demandas específicas do grupo mais marginalizado do Brasil”.



A ativista ainda reflete sobre a dualidade do encontro. Ao mesmo tempo que o novo governo recebe LGBTQIA em um evento oficial, ainda há a necessidade de lutar pela implantação real de políticas públicas básicas como utilização plena de nome social, retificação mais barata de nome e gênero em documentos oficiais e diminuição de valores de hormônios. 

“O caminho para tornar o Brasil mais inclusivo é justamente trazendo esses sujeitos que foram esquecidos, dizimados para o centro da discussão e reperguntarmos “de quem é o Brasil hoje?”, não de quem foi o Brasil no ano passado ou há quatro anos atrás.  A questão talvez seja a resposta para essa inclusão”, reflete Sara. 

A realidade brasileira

O documento ainda traz o dado da ONG Transgender Europe de que o Brasil segue, pelo 14º ano consecutivo, como o país que mais mata trans e travestis no mundo. Em contrapartida, o Brasil também figura como o país que mais consome pornografia trans nas plataformas digitais.

Segundo o Dossiê, pelo menos 151 pessoas trans foram mortas em 2022, sendo 131 casos de assassinatos e 20 pessoas trans suicidaram. Destes, a maioria eram mulheres negras e apenas uma vítima era um homem trans. Houve ainda 142 violações de direitos humanos e os casos de impedimento de uso do banheiro foram os que mais tiveram destaque nessa edição.

A ANTRA ainda aponta a dificuldade de se conseguir dados específicos sobre assassinatos e violências contra trans e travestis, e que o próprio Atlas da Violência já vem denunciando a dificuldade de obter informações sobre LGBTIfobia em seus levantamentos. Isso leva a crer que existe uma grande possibilidade de que haja subnotificação nos dados.

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