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Estado de Minas Novidades na quarentena

Com edições presenciais suspensas, feiras disponibilizam produtos e conteúdo na internet

O maior desafio é manter a proximidade com os clientes, mesmo de longe


26/07/2020 04:00 - atualizado 24/07/2020 09:51

A Feira Fresca criou uma plataforma on-line para vender produtos dos parceiros(foto: Taioba Brava/Divulgação)
A Feira Fresca criou uma plataforma on-line para vender produtos dos parceiros (foto: Taioba Brava/Divulgação)

Se não tem como reunir o público no mesmo lugar, que pelo menos o público possa fazer suas compras de casa. As feiras gastronômicas migraram para o on-line neste período de pandemia para não desaparecer do calendário da cidade. Além de vender produtos, testam formas de disponibilizar conteúdo na internet. O maior desafio é manter a proximidade com os clientes, mesmo de longe.
 
A Feira Fresca lançou o site ainda em março para continuar com a proposta de conectar quem produz de quem come. “A pandemia veio para dar o empurrão que estávamos precisando. Até então não sabíamos como fazer para entregar virtualmente alimentos o mais fresco possível”, comenta Izadora Delforge, idealizadora do evento, que era realizado a cada semana em pontos diferentes da cidade.
 
Izadora é quem administra a plataforma, atualizada semanalmente, de acordo com a disponibilidade dos alimentos. Ninguém trabalha com estoque. O produtor leva os pedidos até o centro de distribuição da Feira Fresca, de onde saem as entregas, às quartas e sábados. Hortifruti (com orgânicos e agroecológicos) representa o maior volume de vendas, mas os clientes acabam comprando outros produtos, como queijo, bolo e granola. “Temos vendido muitas mudas. Percebo que as pessoas querem se alimentar mais saudável, estão cozinhando em casa e começando a fazer a sua própria horta.” Para manter a proximidade com o público, a organizadora compartilha histórias de produtos e produtores.
 
O e-commerce já se mostrou vantajoso para os dois lados. Primeiro, aumenta as chances de venda para todos os produtores ao mesmo tempo. Para a feira física, fazia-se seleção de 20 a 25 parceiros. Já na plataforma virtual, há mais de 40 participantes e o plano é expandir este número. “Isso é muito legal para o cliente. Muitas vezes, ele não encontrava o produto que queria na feira. Agora consegue pedir o seu queijo preferido toda semana.”
 
Além disso, os produtos chegam a mais clientes. “As feiras ficavam restritas à área de localização, mais na Região Centro-Sul de BH, e o público maior eram os vizinhos. Hoje, com as entregas, conseguimos atingir um público mais diverso, como quem mora na Pampulha.” Segundo Izadora, a experiência na pandemia vai mudar o formato do evento. As feiras devem ser realizadas com menos frequência, funcionando mais como “cartão de visitas” para as compras on-line.
 
Adaptada para o digital, a Feira de Vinhos Super Nosso continua a fazer vendas e oferecer cursos(foto: Victor Schwaner/Divulgação)
Adaptada para o digital, a Feira de Vinhos Super Nosso continua a fazer vendas e oferecer cursos (foto: Victor Schwaner/Divulgação)
 
A pandemia também acelerou a transformação digital do Grupo Super Nosso, que pela primeira vez realiza a Feira de Vinhos totalmente on-line. “O desafio era levar para o virtual quase tudo o que acontecia nas feiras presenciais para tornar a experiência mais agradável possível ao cliente na segurança da casa dele”, destaca o gerente-geral de marketing Marcelo Branquinho. A programação foi estendida de seis dias para quatro semanas (segue até 9 de agosto) e o público saltou de seis mil visitantes nas feiras presenciais para mais de 10 mil acessos ao site, só na primeira semana.
 

Busca

Há mais de mil rótulos disponíveis no site. O cliente pode fazer a busca por países ou tipos de harmonização (com massas, sobremesas e comida japonesa, por exemplo). Outra opção é conhecer a seleção dos 10 melhores vinhos feita pelos sommeliers da rede. Os produtores, que no formato presencial conversavam diretamente com o público, agora participam de lives. Apenas a degustação foi suspensa. O cliente pode receber a compra em casa ou buscar em uma das lojas com o sistema Clique e Retire.
 
A plataforma também oferece acesso gratuito e ilimitado a 12 cursos gravados, como o de iniciação ao vinho com o sommelier do Fasano BH Gustavo Giacchero e o de escolha de vinho com o chef do Taste Vin Rodrigo Fonseca. A feira ainda compartilha conteúdo em lives. “A ideia é atingir desde o público que está entrando no mundo do vinho (um dos temas é como comprar vinho no supermercado) até quem quer aprofundar o seu conhecimento com temas específicos, como vinhos do Alentejo.”
 
Certo de que a evolução digital não tem volta, Marcelo adianta que vai manter algumas iniciativas nas próximas edições presenciais, como disponibilizar o conteúdo virtualmente. “Com os cursos on-line, conseguimos envolver um número maior de pessoas. Passamos de 500 alunos  para mais de três mil visualizações em uma semana”, contabiliza.
 

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