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Em autobiografia, Gérard Depardieu faz balanço amargo da vida


28/10/2017 10:56

Em seu livro, Gérard Depardieu defende %u2018a violência dos excessos%u2019(foto: TIZIANA FABI/ AFP)
Em seu livro, Gérard Depardieu defende %u2018a violência dos excessos%u2019 (foto: TIZIANA FABI/ AFP)

Lenda do cinema francês, Gérard Depardieu faz um balanço amargo da vida em um livro de reflexões lançado esta semana em Paris. O mundo corre “para o vazio”, afirma o ator em Monstro, autobiografia em tons obscuros, que mistura relatos sobre suas relações com gigantes do cinema e pensamentos sobre os escritores prediletos.

“Como podemos continuar avançando em uma civilização que, pouco a pouco, está perdendo as razões de ser?”, questiona Depardieu, retomando as reflexões do escritor austríaco Stefan Zweig, que se suicidou no Brasil, em fevereiro de 1942, atormentado pela agonia do mundo.

No livro, dividido em capítulos curtos, Depardieu fala também de sua infância miserável em Berry, no Centro da França, e do pai, Dédé, “que nunca tinha visto o mar”.

O ator revela como descobriu o teatro. E relembra encontros com pessoas que mudaram sua vida: Claude Régy, Marguerite Duras, Bernardo Bertolucci, Marco Ferreri e François Truffaut, entre elas.

Depardieu descreve a si próprio, aos 68 anos, como um homem cansado das “normas”, que celebra “a violência dos excessos”. Fala também sobre a morte: “Um belo ponto de exclamação sobre o vivido.” Para ele, “a morte é uma coisa normal, sábia. É preciso se preparar”.

Protagonista dos filmes Cyrano de Bergerac e Tempos que mudam, o francês lamenta “a falta de desejo e sensualidade”, que, segundo ele, caracteriza o mundo contemporâneo, contando que lê o Alcorão quando tem “desejo de sensualidade”.

“Na descrição do paraíso de Allah, há uma verdadeira visão do desejo”, enfatiza Depardieu. “Nada a ver com a imagem do paraíso que têm esses idiotas que nunca leram o Alcorão e pensam que 72 virgens os esperam (...) se eles se explodirem em público”, ironiza, referindo-se aos extremistas islâmicos.


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