cantor e compositor Nobat

No show desta quinta, Nobat vai tocar pela primeira vez ao vivo canções de "Movimento", disco que lançará em 2024

Rafael Sandim/Divulgação
Ao longo deste ano, o cantor e compositor Nobat se apresentou em palcos enormes, diante de um público na casa de dezenas de milhares, no Festival Internacional da Música, em Curitiba; e em locais mais intimistas, que comportam 30 pessoas, como o Teatro do Quarto Mundo, em São Paulo. Não há tempo ruim para ele. Seu desejo é pegar a estrada.


m São Paulo, Vitória, Curitiba e Rio de Janeiro, apresentou canções do disco “Mestiço”, lançado no ano passado. E, nesta quinta-feira (2/11), desembarca em BH, sua cidade natal, para apresentar o show de sua nova turnê, “Rotatória”, na Autêntica.

“Já estamos em novembro e você acredita que só toquei em BH uma única vez neste ano?”, lembra ele, logo no início da entrevista. “Por isso, vou apresentar um show exclusivo, potente”, promete ele.


A apresentação vai contemplar a trajetória de Nobat na música, que completou 10 anos em 2023. Dividido em três blocos, a apresentação começa de maneira mais intimista, com o músico sozinho no palco interpretando as canções dos discos “Estação Cidade Baixa” (2018) e “O novato” (2017).

Esse primeiro bloco, embora se apresente como momento mais íntimo do artista com o público, contará com participações especiais. Uma delas é a da cantora e compositora Lulis, que participou das gravações dos álbuns citados e é parceira de Nobat.

Novo disco


No segundo bloco, o artista interpreta pela primeira vez ao vivo algumas das músicas que lançará ano que vem no disco “Movimento”.

Seguindo a mesma tendência de “Mestiço”, no qual explora as diferentes sonoridades e linguagens musicais para relacioná-las com a canção brasileira, “Movimento” pretende colocar a música nacional em sintonia com a música universal, especificamente com o gênero eletrônico.

"Esse disco que pretendo lançar no ano que vem segue minha busca por trabalhar pela canção brasileira de alguma forma"

Nobat, cantor



Para isso, explica ele, o disco é composto por faixas com arranjos elaborados de flauta e violão que muito se assemelham ao samba-canção, mas que são acompanhadas por beats que tornam o produto final uma espécie de samba R&B.

“Esse disco que pretendo lançar no ano que vem segue minha busca por trabalhar pela canção brasileira de alguma forma. E, pelas canções que já foram gravadas, posso dizer que agora eu cheguei numa síntese estética mais consistente, que era o que eu queria”, conta o músico.

No terceiro e último bloco do show, o guitarrista Jonatah Cardoso e o percussionista Brandon Alves, o Brandu, sobem no palco para acompanhar Nobat nas canções de “Mestiço” e versões para clássicos da música brasileira que ele vem apresentando em “Rotatória”.


Pé na estrada


Embora tenha feito o primeiro show da turnê em 19 de outubro, Nobat já planejava criar uma rota independente de shows há algum tempo. Queria “meter o pé na estrada” no intuito de conhecer novos lugares e artistas, e se reconectar com o público. Acabou fazendo isso por conta própria.

“O artista tem que partir desse movimento, do desejo e do risco, da vontade de ir para a estrada. Para nós que somos artistas independentes, existe um desafio muito grande de circulação, porque é assim: às vezes um festival te chama, você vai lá e toca, mas demora um tempão para voltar. Acaba sendo chato, porque você criou um público legal ali que vai demorar para rever”, explica.

Há certas dificuldades, contudo. A maior delas é conseguir locais para tocar. “Nesse pós-pandemia houve  grande demanda de shows, mas é uma demanda viciada, com os mesmos artistas que estão na ponta, no topo das paradas. Para a gente que está no mercado médio e no pequeno está complexo”, observa o músico.

Por outro lado, com os artistas independentes que conheceu na estrada, Nobat criou uma relação curiosa, na qual se estabeleceu uma espécie de intercâmbio artístico. Músicos locais o convidam para se apresentar em suas cidades e depois Nobat os traz para Belo Horizonte.

“É importante nós, artistas, nos conectarmos, nos conhecermos e nos voltarmos para a lógica do coletivo, que era muito comum nos anos 2000, quando havia as rotas independentes”, defende ele. “Acho que cabe a nós sair da zona de conforto, sair de trás do computador e voltar para a rua.” 

“ROTATÓRIA”
Show de Nobat. Nesta quinta-feira (2/11), às 21h30, na Autêntica (Rua Álvares Maciel, 312, Santa Efigênia). Ingressos à venda por R$ 20 (antecipado pelo autentica.byinti.com) e R$ 25 (portaria).