O violinista Vadim Gluzman

O israelense Vadim Gluzman voltará a se apresentar com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Marco Borggreve/Divulgação

 
A programação de 2024 da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, anunciada ontem, apresenta o mesmo conceito das temporadas anteriores. Em seu 17º programa anual, a orquestra vai trazer cânones da música, um bom elenco de musicistas consagrados, outro tanto de solistas convidados que estreiam com a formação mineira, além de compositores inéditos para a própria Filarmônica.
 
“Acho que a orquestra está tocando cada vez melhor. Quase todos os solistas que vieram pela primeira vez falaram da qualidade dela e ficaram absolutamente encantados tanto com a Sala Minas Gerais quanto com a recepção do público. Nossa aposta é torná-la ainda mais conhecida e frequentada, pois não há debate sobre a qualidade. A questão é como maximizar este arsenal cultural que temos aqui”, afirma Fabio Mechetti, maestro titular e diretor artístico.



A formação de público é sempre uma questão relevante quando se fala em concertos sinfônicos. Tanto por isto, em 2024 a Filarmônica terá um número maior de apresentações da série “Concertos para a juventude” (sobe dos atuais seis para oito). Além disso, o tradicional programa de assinaturas vai contar com uma nova modalidade: Jovem Assinante (pessoas de 14 a 17 anos), que terá um desconto de 75% no valor da série escolhida.

Grandes compositores


Como o próximo ano terá um número grande de efemérides (15 ao todo), a Filarmônica vai celebrar em seu programa autores incontestes, como Bruckner e Smetana (bicentenários de nascimento), Chopin (175 anos de morte), Puccini e Fauré (centenários de morte) e Richard Strauss (75 anos de morte). Também vai homenagear Marisa Rezende, pianista e compositora carioca que alcança os 80 em agosto de 2024.
 
Dos convidados que tocam na Sala Minas Gerais pela primeira vez, Mechetti destaca a violinista neozelandesa Geneva Lewis, que vai executar com a Filarmônica o “Concerto para violino” de Strauss (peça até então inédita para a orquestra) e o barítono sul-coreano Taehan Kim, mais recente vencedor do Concurso Rainha Elisabeth da Bélgica, que estará estreando também no Brasil. Kim vai se apresentar sob a batuta do britânico Jan Latham-Koenig, atual diretor artístico do Teatro Colón, em Buenos Aires.
 
Haverá outros regentes convidados, como as brasileiras Mariana e Simone Menezes - o sobrenome é uma coincidência entre a mineira e a brasiliense, ambas ex-participantes do Laboratório de Regência, programa educativo da Filarmônica.

Dos veteranos, voltarão a se apresentar com a orquestra o violinista israelense Vadim Gluzman e dois brasileiros, amigos da casa, os grandes Arnaldo Cohen (tocando Bach e Strauss) e Antonio Menezes (com o “Concerto para violoncelo” de Edward Elgar).

O programa Fora de Série, sempre aos sábados (os outros quatro, já tradicionais, são nas quintas e sextas), vai se dedicar ao repertório operístico. “Não a ópera em si, mas a música sinfônica na ópera”, explica Mechetti.

Além disso, o centenário de morte de Puccini contará com duas noites das séries Allegro e Vivace celebrando uma de suas mais célebres criações, “Madama Butterfly”, com sete solistas convidados e o Coral Lírico de Minas Gerais.
 
Mechetti diz que, no próximo ano, a Filarmônica também dará umas “saidinhas fora da caixa”. Uma delas terá um sabor jazzístico. O trompetista norueguês Ole Edvard Antonsen será o solista da noite “Viagem ao clássico do jazz”. Ele vai interpretar o “Concertino para trompete”, do compositor francês André Jolivet. 
 
“No mesmo programa, vamos tocar Duke Ellington (em homenagem aos seus 125 anos de nascimento e 50 de morte). As pessoas gostam da música dele do ponto de vista do jazz, mas ninguém conhece suas obras para orquestra, um repertório que a Filarmônica ainda não explorou”, diz Mechetti. Será executada a suíte “Preto, marrom e bege”, uma das poucas obras sinfônicas que Ellington compôs.

Depois de gravar a primeira, a segunda, a terceira, a quinta e a sexta sinfonias de Mahler, a orquestra vai apresentar, em julho (e também registrar), a sétima. “É uma das mais complexas, inclui inclusive instrumentos que raramente são atribuídos à formação orquestral, como violão e bandolim”, diz o maestro. 
 
 

ASSINATURAS FILARMÔNICA 2024


A venda de assinaturas tem três períodos: até 29/10 renovação para assinantes da temporada 2023; de 1/11 a 19/11 renovação para atuais assinantes que desejam realizar troca (de série ou de assento); de 22/11 a 28/1 para novos assinantes.

Os pacotes disponíveis são para 6, 10, 16, 20 ou 26 concertos. Valores: de R$ 214, a inteira (R$ 107, a meia), para seis concertos no mezanino, até R$ 3.424, a inteira (R$ 1.712, a meia) para 26 concertos no balcão principal.

A modalidade Jovem Assinante (pessoas entre 14 e 17 anos) terá 75% de desconto sobre o valor da inteira do pacote escolhido. Informações e vendas: bilheteria da Sala Minas Gerais (Rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto) e no site da Filarmônica

 
NOITES DE ESTREIA


Vencedora da edição 2022 do Concurso Rainha Elisabeth da Bélgica, a sul-coreana Hayoung Choi faz sua estreia com a Filarmônica nesta quinta (5/10) e sexta (6/10), às 20h30, na Sala Minas Gerais.

Sob a regência de José Soares, ela vai executar o “Concerto para violoncelo em Dó maior”, de Haydn. O programa das duas noites também vai contar com o interlúdio da ópera “Notre Dame”, de Franz Schmidt, e a “Primeira Sinfonia”, de Rachmaninov.

Ingressos a partir de R$ 50, à venda na bilheteria da Sala Minas Gerais e no site.