A cantora Day Limns já recebeu o público em seu universo com o primeiro álbum de estúdio, “Bem-vindo ao clube”, de 2021, mas agora está preparada para entrar em uma nova era de sua carreira. A artista entrou em uma atmosfera infernal com “Vermelho farol”, que marca o início dos lançamentos para 2023 e, ao Estado de Minas, detalha o processo de criação da canção e do videoclipe, divulgado neste sábado (15/4).





De acordo com Day, essa nova fase já vinha sendo introduzida nos singles lançados em 2022, como “7 vidas”, “Muito além” e “Castelo de areia”, que marcam uma transição na carreira e já vinham com spoilers. “Meus lançamentos do ano passado de certa forma não estão dentro do mesmo projeto, mas já foram uma transição de ‘Bem-vindo ao clube’ para esse momento agora. Então posso dizer que entrei na nova ‘era’ ano passado, mas agora que se inicia de fato em ‘Vermelho Farol’”, explica.

“Comecei a dar várias informações, por exemplo, no clipe de ‘7 vidas’ aparece ‘a ilha do vermelho farol’ e eu falei que tinha alguns spoilers para a próxima música, estava lá bem escancarado. Então são coisas que acontecem para fazer sentido depois”, acrescenta.
 

Segundo ela, a música é “baseada em sentimentos reais” e detalha o significado: “Fala mais sobre a era num 360° do que especificamente essa música. Eu falo isso também porque os sentimentos de qualquer pessoa criam as próprias histórias, coisas que às vezes nem estão lá e eles aumentam a situação. É um pouco nesse contexto de que sim, é baseado em sentimentos reais, mas não é uma história 100% verídica para as pessoas colocarem como se tudo fosse literal.”





A artista ressalta que o novo single tem essa ideia e que o público precisa prestar atenção nos detalhes. “‘Vermelho farol’ é uma música que fala de estar com muito tesão sobre outra menina e está muito doida. É basicamente isso, mas aí você fala: ‘girar na órbita’. Aí tem algumas informações tipo: ‘tá frio e quente’. Então você entende que tem um universo sendo apresentado e as pessoas precisam prestar atenção nisso”, afirma. Apesar disso, a cantora preferiu deixar em aberto se tem trabalhado a música já pensando em um álbum. “Quem sabe? (risos). É muita coisa para pensar, o ano está só começando ainda”, brinca.
 
 

Referências bíblicas

A cantora ressaltou que esta nova fase deve brincar com referências bíblicas, como conta sobre aprendizados e vulnerabilidades de ter crescido no meio religioso em seu livro “Esta não é apenas uma carta de amor”, lançado em 2022. “Acho que é uma ótima oportunidade para trazer na música mais como eu trouxe no livro de uma forma mais visual e imponente essas discussões de santo ou profano, bem ou mal, céu ou inferno. Essas dicotomias que existem e nos afligem. Definitivamente vai ter bastante disso esse ano, vou brincar muito com isso”, adianta.
 

É assim que ela inicia o clipe de “Vermelho farol”. “É basicamente uma atmosfera infernal, eu chegando nela e as coisas começam a acontecer. Eu queria muito que as pessoas assistissem e a gente discutisse junto o que pode ser, o que é ou o que não é. Tá bem bonito”, ressalta. Assista:




 
De acordo com a artista, a inspiração de tudo vem das suas próprias experiências. “A vida, ela não está para brincadeira. Eu estava com outras ideias e a vida acontece de um jeito que fala: ‘Opa, vai ter que mudar aqui’. E foi isso que aconteceu, minha vida é muito meu norte, como eu me sinto é muito meu ponto de partida. Minhas referências visuais, os meus gatilhos, meus traumas, tudo isso vira arte”, aponta. 

Processo criativo

Ela conta que, com ajuda de Carolzinha e Carol Biazin, escreveu a música há um ano. “Eu estava trocando ideia normal sobre minha vida com a Carolzinha sobre alguns conceitos que eu já tinha pré-estabelecido para essa era. A gente vai conversando e ela ‘vomita’ música e surge com a letra filtrando o que eu estava falando. Eu já pirei, fiz a guia na hora e falei que essa música seria single. A Carol Biazin estava com a gente também e assim nasceu, nessa vibe”, diz.
 

Day relembra que nessa mesma “pegada” de sentimentos reais, ela quase desistiu de lançar a música. “Sentimento muda o tempo inteiro, por isso é perigoso você se basear nele (risos). Em um determinado momento eu pensei que não faria mais sentido lançar essa música, mas eu sou geminiana e logo mudei de ideia. Consegui construir uma ideia na minha cabeça e dentro da história”, conta.

Ela justifica: “Depois que a gente produziu, ela ficou muito irresistível, na minha opinião. Ela já era incansavelmente boa antes de produzir, mas depois ela realmente se tornou algo que eu gosto muito. Mas eu falo isso praticamente de todas as músicas que vou lançar, então vou deixar as pessoas ouvirem”. Day ressalta que esta é sua parte preferida da criação. “Esse processo das ideias nascerem, quando a música não é quase nada e vira uma coisa, acho esse momento mais legal”.

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