Os três integrantes do Paralamas se posicionam em formato de triângulo para foto

A turnê do show "Paralamas clássicos", que estava prevista para 2020, deve percorrer o país até o fim do ano

Maurício Valladares/Divulgação

Com uma sintonia fina estabelecida há décadas dentro e fora dos palcos, Paralamas do Sucesso e Biquíni, dois expoentes da geração do rock Brasil que emergiu nos anos 1980, são as atrações do festival Minas in Rock. As duas bandas vão se apresentar nesta sexta-feira (24/3) à noite, no espaço Só Marcas Auto Shopping, na Cidade Industrial, em Contagem.

 

Os portões serão abertos às 19h e quem dá início aos trabalhos, às 22h, é a banda formada por Herbert Vianna (vocal e guitarra), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria). O público vai conferir o show “Paralamas clássicos”, batizado assim em alusão ao repertório, que faz um grande apanhado de carreira, segundo Ribeiro.

 

O baixista explica que esse projeto estrearia em 2020, foi adiado devido à chegada da pandemia e só ganhou a estrada no ano passado. “Ainda temos uma agenda extensa para cumprir, porque é uma turnê grande, queremos correr o Brasil todo, então vamos ficar até o fim do ano por conta disso, tranquilamente”, afirma.

 

O repertório contempla desde músicas gravadas no primeiro disco, “Cinema mudo”, de 1983, até faixas do mais recente, “Sons do sim”, lançado em 2017.

 

“São os clássicos mesmo, o que o nosso público espera ouvir. É uma seleção particularmente adequada para situações como esta, em que a gente divide o palco com outras atrações, porque é um público diverso; não o público do Paralamas, que conhece os lados B”, observa.

 

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Preferidas do público

Bi Ribeiro assente que, com obra tão vasta, construída ao longo de 40 anos e crivada de hits, é realmente difícil montar o roteiro musical de um show – mesmo quando ele tem foco bastante específico, como é o caso de “Paralamas clássicos”. A receita, segundo o baixista, é deixar de lado as preferências pessoais e se concentrar naquelas músicas que, ao longo do tempo, se tornaram as mais conhecidas do grande público.

 

Entram nesse rol “Meu erro”, “Óculos”, “Alagados”, “Lanterna dos Afogados”, “Uma brasileira”, “A novidade”, “Selvagem” e “Aonde quer que eu vá”, entre outras. “Deixamos de lado os gostos pessoais e escolhemos músicas que são a nossa cara, que dizem a que viemos”, aponta.

 

 

 

O baixista faz questão de saudar os companheiros de palco. “É sempre um prazer dividir a noite com o Biquíni, nos conhecemos há muitos anos, já tocamos várias vezes juntos e os temos como irmãos”, diz.

 

Os quatro integrantes do Biquíni, ao ar livre, de pé, posam para foto gesticulando para a câmera

Bruno Gouveia (à direita) diz que o momento do Biquíni é 'de estar presencialmente com o público, com as pessoas abrindo as comportas da emoção represada na pandemia'

Vinicius Mochizuki/Divulgação
 

 

Bruno Gouveia, vocalista do Biquíni, cujo show no Minas in Rock está marcado para meia-noite, diz que a relação do grupo com os Paralamas é, antes de mais nada, de admiração.
 

“Eles sempre foram o Norte da bússola para nós. A gente viu a banda surgir quando éramos garotos e nem imaginávamos que teríamos uma banda também”, diz.

 

Gouveia destaca Herbert Vianna como um “embaixador da música brasileira”, que fez pontes com sonoridades de todas as latitudes e teve papel fundamental na consolidação do cenário pop rock brasileiro nos anos 1980, contribuindo diretamente para a elevação da carreira do próprio Biquíni.

Guerreiro Herbert

Não por um acaso, o Biquíni lançou, em 2018, o álbum “Ilustre guerreiro”, em homenagem a Vianna, com repertório composto só por temas de sua autoria. “Fizemos dois shows juntos há algum tempo, no Ceará. Tivemos um dia livre e aí foi só churrasco e praia, com as equipes misturadas. Todo encontro nosso é uma festa. São muito queridos”, diz.

 

Ele adianta que o show do Biquíni vai se ancorar nos últimos lançamentos – o álbum de inéditas “Através dos tempos”, gravado durante a pandemia, que veio à luz em 2021, e o EP “12 de junho”, do ano passado, com temas românticos pinçados de sua discografia e apresentados com novos arranjos. Esse projeto terá desdobramento e vai se tornar um álbum, com lançamento previsto para o dia 12 de junho deste ano.

 

“O Biquíni tem um pouco essa dinâmica, de mostrar material inédito, depois revisitar alguma coisa de carreira em um projeto especial e fazer um registro ao vivo”, comenta o vocalista.

 

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Nova frente

Bruno Gouveia conta que o grupo também está atuando em outra frente, batizada “Vou te levar comigo”, que consiste em shows nos quais recebe convidados de outros segmentos artísticos, como o sertanejo ou o funk. “Isso é algo que possivelmente vai ganhar registro também, mas estamos conduzindo sem pressa”, pontua.

 

Segundo ele, o momento, agora, é de fazer muitos shows. “Através dos tempos” foi todo gravado de forma remota, com cada um em sua casa, e sair em turnê com o show de lançamento é a justa expressão dos ideais que guiaram as composições registradas no disco, aponta.

 

“Fizemos esse trabalho pensando que ele tinha que exalar otimismo, para o momento em que a gente pudesse voltar a estar presencialmente com nosso público, com as pessoas abrindo as comportas da emoção represada na pandemia. Já atravessamos outros tempos difíceis e saímos vivos. É disso que ‘Através dos tempos’ fala”, ressalta.

 

FESTIVAL MINAS IN ROCK

Show de Paralamas do Sucesso e Biquíni, nesta sexta-feira (24/3), no espaço Só Marcas Auto Shopping (Av. Babita Camargos, 1.295, Cidade Industrial, Contagem), com abertura dos portões às 19h e início dos shows às 22h. Ingressos com preços variando entre R$ 80 (meia-entrada social, para pista comum, mediante doação de 1kg de alimento não perecível) e R$ 270 (segundo lote para camarote open bar), à venda pelo site centraldoseventos.com.br.