Pedro Bandeira

Pedro Bandeira vai destinar lucro das vendas de três de seus livros aos yanomamis

Pedro Bandeira Instagram/Reprodução
Sensibilizado com a situação vivenciada pelos yanomamis na região Norte do Brasil, o escritor paulista Pedro Bandeira, de 81 anos, vai destinar o lucro pelas vendas de três de seus livros até maio deste ano. E para engajar outras pessoas a ajudar os indígenas, ele publicará vídeos a respeito dessa população, que vem sofrendo com a malária, a desnutrição infantil crônica, doenças respiratórias e a invasão de garimpeiros em seu território.

"Estou revoltado com a tentativa de genocídio contra o povo yanomami. (...) Resolvi conhecer melhor os yanomamis e gravar vídeos com o que aprendi sobre e com eles. (...) Na semana que vem publicarei o primeiro vídeo aqui”, disse Bandeira em seu perfil no Instagram. 

O dinheiro angariado com as vendas de três de suas obras, entre março e maio, será revertido para a Hutukara Associação Yanomami.

“Um dos livros é ‘Pântano de sangue’, com a turma dos Karas e que se passa no Pantanal, onde discuto a situação de uma aldeia indígena milenar só de velhos e que, por isso, está ameaçada de desaparecimento. O outro é ‘Flecha traiçoeira’ e mostra que dois povos indígenas inimigos podem encontrar a paz por meio da amizade que surge entre dois meninos. E ‘Desastre na mata’ mostra como crianças indígenas podem ser muito mais poderosas do que imaginamos", relata o escritor.
"Pântano de sangue", lançado em 1987, é o segundo de seis livros de uma série juvenil de sucesso, protagonizada por uma turma de jovens, intitulada de Os Karas.

Yanomamis

Os yanomamis são uma das maiores etnias indígenas brasileiras. O povo vive em cerca de 200 a 250 aldeias na Floresta Amazônica, entre o Brasil e a Venezuela. Segundo a Secretaria Especial de Saúde Indígena, subdivisão do Ministério da Saúde, sua população era de 19.338 indivíduos em 2011.

Há quatro subgrupos yanomamis: yanomae, yanõmami, sanima e ninam. Cada um fala uma língua própria.

Até o fim do século XIX, a etnia mantinha contato apenas com outros grupos indígenas vizinhos. No Brasil, os primeiros encontros diretos de grupos yanomamis com colonizadores ocorreram entre as décadas de 1910 e 1940.