ministra Margareth Menezes em primeiro plano, com Leandro Grass ao fundo, durante coletiva no Palácio do Planalto

Leandro Grass, que concorreu ao governo do Distrito Federal pelo PV, sigla da base aliada de Lula, assumirá o cargo; na imagem, ele acompanha coletiva da ministra Margareth Menezes

Pedro Ladeira/Folhapress

O ex-candidato ao governo do Distrito Federal Leandro Grass (PV) foi anunciado nesta terça-feira (10/1) como novo presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

O nome dele causou polêmica nos bastidores por ser uma indicação dos partidos da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como o Partido Verde.

Grass tem formação em gestão cultural, mas nunca trabalhou com patrimônio. Ficou em segundo lugar na corrida pelo governo do DF, atrás de Ibaneis Rocha (MDB), atualmente afastado do cargo pelo ministro Alexandre de Moraes em razão da atuação das forças de segurança da capital federal no domingo (8/1), dia em que golpistas invadiram os Três Poderes.

Ele concorreu contra conselheiros e servidores do Iphan, e parte da comunidade ligada ao patrimônio pedia que, após o governo de Jair Bolsonaro, a ministra Margareth Menezes escolhesse um nome técnico para o cargo.

Na gestão Bolsonaro, o Iphan foi várias vezes atacado pelo ex-presidente e passou a maior parte do tempo sob presidência de Larissa Peixoto, também uma indicação política e cujo período foi marcado pela paralisia do órgão e pela tentativa de aparelhamento dele por aliados do bolsonarismo.

Indicação

A indicação de Grass foi feita por petistas e aliados como uma forma de dar um cargo do segundo escalão ao PV, que fez parte da coligação do presidente Lula, mas acabou sem nenhum ministério na Esplanada.

Em oposição a ele, estavam nomes apoiados em cartas do setor direcionadas ao Ministério da Cultura e à própria ministra, Margareth Menezes. Entre eles, o do arquiteto Nilvado Andrade, que foi presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil e parte do conselho consultivo do Iphan. Outro foi Leonardo Castriota, apoiado principalmente por membros do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios.

Andrey Schlee, que já presidiu o órgão e será diretor de patrimônio material, e Célia Corsino, que chegou a ser exonerada da instituição sob o governo Bolsonaro, também eram nomes cotados.

Já no início da gestão, o governo Lula exonerou a ex-presidente Larissa Peixoto e outros diretores da instituição. Um deles foi Leonardo Barreto, que foi diretor do departamento de Patrimônio Material e Fiscalização, um dos cargos mais importantes da gestão patrimonial nacional.

Além deles, saíram também Roger Alves Vieira, que comandava o departamento de Patrimônio Imaterial; Filipe Rocchetti Girardi, de Cooperação e Fomento; e Arlindo Pires Lopes, de Projetos e Obras.