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Estado de Minas CINEMA

Festival exibe 116 filmes em BH, com sessões até na Praça da Liberdade

16ª CineBH começa nesta terça-feira (20/9) e vai até domingo; homenageada da edição é a atriz Rejane Faria, do longa mineiro "Marte um"


20/09/2022 04:00 - atualizado 20/09/2022 08:30

Duas mulheres vestidas com burcas amarelas tocam guitarra e bateria em cena de eu e as bestas
O longa venezuelano "Eu e as bestas", de Nico Manzano, integra a programação da Mostra Continente, que foca a produção da América Latina (foto: Fotos: Universo Produção/Divulgação )

A capital mineira se torna, a partir desta terça-feira (20/9), o polo nacional do audiovisual com a realização da 16ª edição da CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte e do 13º Brasil CineMúndi, voltado para o mercado.

A abertura do evento, que se estende até o próximo domingo (25/9), ocorre no Cine Theatro Brasil Vallourec, a partir das 20h, com performance audiovisual que reúne vários artistas da cidade. Após as apresentações, haverá a entrega do Troféu Horizonte para a atriz Rejane Faria, homenageada desta edição, e a exibição do filme “Os ossos da saudade”, de Marcos Pimentel, que dá início à maratona.

Confira o trailer do filme de abertura da mostra:



A programação, totalmente gratuita, reúne 116 filmes nacionais e internacionais, em pré-estreias e mostras temáticas; 75 sessões de cinema; mais de 80 convidados no centro dos debates; e também rodas de conversa, sessões comentadas, workshops e masterclasses, oficina, laboratórios de roteiro, mostrinha, sessões cine-escola, encontros de negócios e atrações artísticas que ocupam 11 diferentes espaços da capital mineira.

Diferentes mostras 

Os filmes estão divididos nas mostras Brasil-Longas, Brasil-Curtas, CineMúndi, Diálogos Históricos, Praça, Homenagem, Cidade em Movimento, Mostrinha, Cine-escola e Continente. Esta última carrega consigo a temática deste ano, que é “Cinema latino-americano: Imagens da internacionalização”.

Diretora da Universo Produção, responsável pela realização da CineBH e do Brasil CineMúndi – além das mostras de cinema de Tiradentes e de Ouro Preto –, Raquel Hallak diz que a edição deste ano busca uma conexão com a produção da América Latina. O intuito, ela aponta, é cobrir uma lacuna que existe no país.

“Muitas questões que a gente vê na produção latina, de um modo geral, se conectam com nossa realidade. Nosso cinema está ganhando as telas do mundo, então queremos entender quais imagens são mostradas nesses filmes, o que temos em comum”, diz. Ela aponta que a Mostra Continente dá início a um diálogo que visa apresentar ao público a produção contemporânea latino-americana.

Homens e mulheres com vestimentas típicas quechua sentados à beira de um curso de água que corta um deserto de areia em cena de Utama
"Utama", de Alejandro Loayza Grisi, é um dos representantes da Bolívia na Mostra Continente

Novos realizadores 

“A gente tem feito uma analogia com o que foi a Mostra Aurora, em Tiradentes, por meio da qual trouxemos realizadores que estavam em seus primeiros trabalhos. A Mostra Continente quer representar um pouco isso. A ideia, no próximo ano, é divulgar internacionalmente essa proposta e trazer para cá uma seleção forte e representativa dos países que compõem a América Latina. É o início de uma conexão que pretende apostar em novos realizadores latino-americanos”, ressalta.

Ela diz, ainda, que pretende que a CineBH se torne uma referência nacional no que diz respeito a essa produção. “Se você quer conhecer a produção contemporânea da América Latina, é na CineBH, porque ainda existe esse vazio no país. Queremos legitimar a CineBH como o espaço do cinema latino-americano no Brasil”, destaca.

Com programação tão vasta, Raquel diz que há ofertas para todos os gostos na 16ª CineBH. Ela aponta que as mostras têm perfis distintos e que a dinâmica do evento em Belo Horizonte passa precisamente por estar em vários lugares, até para facilitar o deslocamento e a participação do público.

Espaços ocupados 

Uma tenda montada na Praça da Liberdade é o espaço dedicado à família, com comédias e filmes ligados à música; o UNA Cine Belas Artes vai abrigar a Mostra Continente, com um total de 15 títulos; no Cine Santa Tereza, será exibida uma seleção da Mostra Homenagem, com obras em que Rejane Faria atua, e também algumas produções da Mostra Brasil.

No Cine Humberto Mauro, há uma programação variada, com títulos de diferentes mostras e destaque para a cinematografia boliviana, com a presença do crítico e curador Sebastian Morales; o cinema do Sesc Palladium abriga a mostra A Cidade em Movimento, que abarca a produção de cineastas amadores da Grande BH, que lançam olhares sobre o território urbano, com rodas de conversa após as sessões.

As salas de cinema do Centro Cultural Unimed-BH Minas vão abrigar algumas sessões da Mostra Continente e da Mostra Brasil; a Casa da Mostra, onde está montada a Central de Cinema – que reúne a Tenda Brasil CineMúndi, área de convivência e sala de imprensa –, é o local onde ocorrem os debates e outras atividades conexas.

“Pensamos numa programação para todas as idades, todos os públicos, trazendo esse conceito da mostra em conexão com a América Latina, numa perspectiva de pensar a produção audiovisual em escala continental”, ressalta Raquel.

Seleção dos títulos 

Ela aponta que os critérios para a escolha dos filmes que compõem a programação ficaram inteiramente a cargo da equipe curatorial. “Com um histórico de 15 anos, eles trabalham com total liberdade. A partir do conceito das mostras, os curadores foram identificando os filmes que poderiam estar ali abrigados em cada uma delas de forma coerente”, diz.

Um direcionamento importante desta 16ª edição da CineBH foi no sentido de estar o mais presente na rua possível, como forma de chamar a atenção do público e reacender o desejo de frequentar as salas de cinema. Raquel considera uma grande conquista, por exemplo, ter conseguido montar um cinema na Praça da Liberdade.

“Estamos num período em que as salas de cinema ainda estão sofrendo com a baixa frequência. Foi lançada recentemente uma pesquisa apontando que, com o arrefecimento da pandemia, as pessoas voltaram a frequentar festas, bares, shows, mas não voltaram a frequentar os cinemas. A geração de 40 e 50 anos criou o hábito de assistir a filmes pelas plataformas, e era justamente essa faixa a que mais ia aos cinemas. A gente pretende que a CineBH seja um instrumento importante para voltar a formar público”, aponta.

Sobre a atriz homenageada desta edição da mostra, ela observa que foi uma feliz coincidência que seja a protagonista de “Marte um”, de Gabriel Martins, o filme escolhido para representar o Brasil no Oscar do próximo ano. “Quando pensamos em Rejane Faria como homenageada, ‘Marte um’ já existia, mas não tinha sido escolhido ainda para tentar uma vaga (na categoria melhor filme internacional) no Oscar. A escolha tem a ver com a trajetória dela”, diz.

Maquiada e de perfil, a atriz Rejane Faria sorri
A atriz Rejane Faria, de "Marte um", é a homenageada desta edição, com uma retrospectiva de sua carreira

Teatro e cinema 

Nascida na capital mineira em 1961, Rejane se tornou uma das presenças mais celebradas da produção cultural do estado, tanto por sua participação no teatro quanto no cinema. Nos palcos, Rejane é uma das fundadoras do Quatroloscinco Teatro do Comum, coletivo independente que realizou peças como “É só uma formalidade” (2008) e “Ignorância” (2015); e estreou no audiovisual em 2014, no filme “Quinze”, curta-metragem de Maurílio Martins que a estabilizou numa até hoje frutífera parceria com a produtora Filmes de Plástico.

“Ver e rever o trabalho de Rejane Faria nas telas é recuperar parte significativa do cinema contemporâneo mineiro dos últimos sete anos, período de grande importância para essa produção, que inclusive viu sua internacionalização”, aponta Cleber Eduardo, coordenador curatorial da CineBH.

A Mostra Homenagem, dedicada à atriz, reúne seus principais trabalhos no cinema, incluindo “Marte um” e “Quinze”. Para Raquel, a escolha do longa de Gabriel Martins para ser o representante do país na disputa por uma vaga aos indicados no Oscar 2023 coroa a carreira de Rejane tanto no cinema quanto no teatro. “Essa indicação de ‘Marte um’ também legitimou nossa escolha de atriz homenageada desta edição”, observa.

Campanha para “Marte um” 

Ela chama a atenção para o fato de que a Universo Produção lançou uma campanha, intitulada “De Minas para o mundo”, para levar “Marte um” ao Oscar. Raquel e Gabriel Martins estiveram, no último dia 15, com equipe do governo de Minas Gerais, incluindo o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, para apresentar a estratégia da campanha.

Eles expuseram a necessidade de se obterem recursos para realizar o planejamento e o percurso do filme no exterior. O investimento permitirá contratações para que o longa ganhe visibilidade, notoriedade, e realize ações promocionais e sessões para convidados estratégicos em Los Angeles, Londres e Nova York.

“A Universo está nessa campanha, que é coletiva, de todos nós, mineiros, porque é um filme que tem todas as possibilidades para conseguir essa vaga. Ela acontece em dois momentos: o que estamos chamando de pertencimento simbólico, em que várias ações são válidas, no sentido de que o filme atraia um público numeroso e permaneça muito tempo em cartaz; e, em outra ponta, o esforço para levantar recursos que serão destinados a divulgar ‘Marte um’ internacionalmente”, aponta.

Evento de mercado 

Raquel Hallack sublinha que a missão da Universo Produção é promover o cinema brasileiro em todos os sentidos, e que o Brasil CineMúndi é o principal condutor desse propósito. “É o único evento de mercado do cinema brasileiro com uma agenda regular desde 2010, então sempre tenho uma expectativa alta, ainda mais este ano, porque todos os nossos convidados aceitaram participar aqui presencialmente, o que é fundamental, porque acredito que é no olho a olho que a gente consegue vender”, ressalta.

Este ano, serão apresentados 41 projetos em desenvolvimento para mais de 40 profissionais e representantes da indústria audiovisual mundial vindos de 13 países – Alemanha, Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Cuba, Espanha, França, Itália, Noruega, Uruguai e Suíça. São produtores, agentes de vendas, distribuidores, consultores especializados, representantes de fundos e programadores de festivais internacionais que participam do evento para conhecer e fazer negócios com esses projetos.

16ª CINEBH – MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE BELO HORIZONTE E 13º BRASIL CINEMUNDI – ENCONTRO INTERNACIONAL DE COPRODUÇÃO

Abertura nesta terça-feira (20/9), às 20h, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Av. Amazonas, 315, Centro, 31.3201.5211). A programação completa, que é gratuita, está disponível no site da mostra 

TELAS NA CIDADE

Confira os locais onde é realizada a CineBH

» Universo Produção (Sede do evento)
Rua Pirapetinga, 567, Serra

» Casa da Mostra (Central de cinema)
Rua Maripá, 43, Serra

» Fundação Clóvis Salgado
Av. Afonso Pena, 1.537, centro
Cine Humberto Mauro (plateia de 129 lugares)
Área de Convivência – Cine-Café

» Sesc Palladium
Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro
Grande Teatro (plateia de 1.150 lugares)
Cine Sesc Palladium – Sala Prof. José Tavares de Barros (plateia de 82 lugares)
Hall de Convivência – Foyer da Av. Augusto de Lima

» Cine Theatro Brasil Vallourec
Av. Amazonas, 315, Centro
Grande Teatro (plateia de 1.000 lugares)

» UNA Cine Belas Artes
Rua Gonçalves Dias, 1.581, Lourdes
Sala de Cinema 1 (plateia de 138 lugares)

» Cine Santa Tereza
Rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza
Cinema (plateia de 122 lugares)

» Centro Cultural Unimed-BH Minas
Rua da Bahia, 2.244, Lourdes
Sala de Cinema 1 (plateia de 41 lugares)
Sala Multimeios II

» Centro Cultural Sesiminas
Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia
Teatro Sesiminas (plateia de 660 lugares)

» Praça da Liberdade
Cine-Praça

» Filme de Rua
Av. Afonso Pena, 1.941, Centro

» Cinema de Fachada Espanca!
Rua Aarão Reis – Baixo Centro


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