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Estado de Minas TELEVISÃO

Diretor de 'Pantanal' diz que novela 'tem de cumprir função social'

Gustavo Fernandez comemora o sucesso do remake da Globo, destacando que o público retomou o gosto de 'assistir ao vivo' a capítulos na TV aberta


01/09/2022 04:00 - atualizado 31/08/2022 23:16

cena da novela Pantanal mostra o céu azul e sombras de vaqueiros montados em cavalos e tocando berrante
Cena da comitiva fantasma e homenagem a Claudio Marzo, o Velho do Rio na versão original de 'Pantanal', emocionaram Gustavo Fernandez (foto: Reprodução)


Este ano de 2022 é especial para Gustavo Fernandez. Além de estrear como cineasta com “Predestinado – Arigó e o espírito do Dr. Fritz”, filme que estreia nesta quinta-feira (1º/9), ele comemora, com “Pantanal”, seus 18 anos na direção de novelas da TV Globo.

O gaúcho é responsável, entre outros sucessos, por  “A favorita” (2008), que está sendo reprisada, “Avenida Brasil” (2012) e “Cordel do fogo encantado” (2011).

Gustavo conta que não duvidava da repercussão do remake de “Pantanal” pelo fato de ser obra tão querida, da qual as pessoas se lembram com carinho. Só não esperava o tamanho do sucesso da novela.

“O mais surpreendente é a volta do hábito de assistir ao vivo, ali na hora, de querer saber da novidade, ser o primeiro a comentar no Twitter, um elemento muito curioso causado pela novela”, observa.
 
Os atores Gabriel Leone e Renato Góes passam o texto, sentados, ao lado do diretor Gustavo Fernandez
Gustavo Fernandez (à direita) completa 18 anos de trabalho na TV Globo. Em "Os dias eram assim", ele dirige os atores Gabriel Leone e Renato Góes (foto: Maurício Fidalgo/Globo)
 

Com previsão de acabar em 7 de outubro, o ritmo das gravações de “Pantanal” é intenso na reta final. Motivo: o folhetim sentiu a pandemia em dois períodos, quando integrantes da equipe foram positivados para COVID-19. “Por isso, ficou muita coisa acumulada. A gente está correndo para dar conta de tudo o que ainda tem para gravar”, conta ele.

A menos de 40 dias do fim da novela, Gustavo confessa que vai sentir saudades. E jamais se esquecerá de dois momentos. O primeiro, a queimada do Pantanal, por volta do capítulo 80.

“Era uma sequência escrita como dramaturgia. O Velho do Rio via quem colocava fogo, ia para cima dele, se transformava em sucuri, tentava apagar o fogo por conta dele mesmo. Mas era uma sequência que demandava muito tempo, muito dinheiro e muito difícil de ser executada. Você não vai 'tacar' fogo de verdade na floresta para fazer uma cena”, observa.

A solução veio das lembranças de reportagens sobre queimadas exibidas na televisão, que sempre o faziam chorar.

“Nada do que a gente fizer e reproduzir na ficção vai ser tão forte quanto isso. Foi aí que veio a ideia do minidocumentário dentro da novela, o que gerou uma repercussão imensa”, diz Gustavo, destacando a importância da maneira como Bruno Luperi, autor da versão atual do folhetim, trata temas tão importantes.

Para Gustavo, “novela é entretenimento, mas também tem de cumprir função social”. Bruno Luperi, aliás, é neto de Benedito Ruy Barbosa, autor da “Pantanal” original. Exibido pela extinta Rede Manchete nos anos 1990, o folhetim é considerado marco da teledramaturgia brasileira.

A homenagem a Claudio Marzo na comitiva fantasma é outra sequência que deixou o diretor muito feliz. “O Bruno tinha a intenção de que nessa comitiva aparecessem atores da versão anterior. Mas havia uma série de questões. O Marcos Palmeira e o Almir Sater, por exemplo, estão na novela atual. Paulo Gorgulho apareceu no início, algumas pessoas já não estão mais vivas. Nosso receio era de que a homenagem ficasse na metade do caminho. Eu estava argumentado desse jeito para alguém, não me lembro quem, quando falei: 'Se o Claudio Marzo ainda estivesse vivo...'. E aí... Opa, por que não?”.
 
A produção buscou imagens recentes do ator, que fez o Velho do Rio na primeira versão, e as inseriu sobre a imagem de um figurante. O resultado ficou ótimo, comenta Gustavo. “Me lembro do 'Gladiador'. Oliver Reed morre no meio do filme e eles usam imagens do Oliver Reed para pelo menos terminar a história do personagem.”
 
Christiana Ubach e Gustavo Fernandez durante gravação de 'Além do horizonte'
Christiana Ubach recebe orientações de Gustavo Fernandez durante a gravação de "Além do horizonte" (foto: Alex Carvalho/Globo)


Ao fazer o balanço de seus 18 anos como diretor de novelas, Gustavo diz que chegou muito mais longe do que poderia imaginar. “As coisas foram acontecendo de maneira natural. Com toda a sinceridade, nunca fui movido pela imposição de ir galgando posições dentro da  Globo. Isso foi acontecendo de maneira natural”, afirma.

Série policial nos Pampas

Entre os próximos desafios está o projeto de uma série policial escrita por ele. “São 10 episódios a serem feitos no Rio Grande do Sul, que é a minha terra”, adianta.

Com tantos sucessos, a maioria em parceria com o novelista João Emanuel Carneiro, Gustavo reconhece que este autor foi fundamental em sua trajetória.

“Sem dúvida, o estilo de novela que o João implementou, principalmente a partir de 'A favorita', se encaixava muito com a minha maneira de fazer, de dirigir. João é um cara muito rigoroso na escrita e muito generoso em se abrir a para ideias que são propostas, que nascem a partir do texto dele”, comenta Gustavo Fernandez.

“Sem dúvida, as melhores cenas e sequências que tive a felicidade de dirigir, e colocaria no meu videobook, são de novelas do João”, finaliza.


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