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Estado de Minas CURIOSIDADE

Quadro de Guignard no CCBB chama atenção por semelhanças com Dilma

Retrato de Priscila Freire, colecionadora e curadora, foi pintado em 1959. Exposição acaba nesta segunda-feira (29/8)


26/08/2022 19:14 - atualizado 26/08/2022 20:08

Retrato foi pintado em 1957 por Guignard
Retrato foi pintado em 1957 por Guignard (foto: Divulgação)
Um retrato que faz parte da exposição Coleção Brasileira - de Alberto e Priscila Freire, aberta ao público no CCBB-BH até a próxima segunda-feira (29/8), chamou a atenção do público por lembrar a ex-presidente Dilma Roussef.

 

O retrato “curioso” é de Priscila Freire, colecionadora e curadora da exposição, e foi pintado por Alberto da Veiga Guignard, que foi seu professor e amigo, em 1957. Tem sido comum os visitantes da exposição pensarem que a pessoa retratada no quadro de Guignard é a presidente Dilma, que governou de 2010 a 2016. Algo que seria impossível, já que em 1957 Dilma era uma criança - ela nasceu 10 anos antes.

 

A coleção de 108 obras – entre pinturas, desenhos, aquarelas, esculturas e objetos – é parte do acervo construído ao longo da vida de Priscila e seu marido Alberto Freire. São três núcleos: arte brasileira, arte mineira e arte popular. As obras de Alberto da Veiga Guignard têm um lugar central na exposição, que também tem quadros de Tarsila do Amaral e Cândido Portinari.

A reportagem do Estado de Minas visitou a exposição e presenciou a reação de algumas pessoas, que comentaram a semelhança com Dilma Roussef. Outros dois retratos de Priscila, que tem longa trajetória como gestora na área museológica, estão expostos na coleção, inclusive um de Aldemir Martins, artista plástico cearense.

 

“A gente vê a diferença da pintura de cada um, como o artista te vê. Tem todo um truque de imagem que a gente faz de nós mesmos, e o outro faz também de nós. É interessante olhar pra um retrato meu da década de 50 e comparar com ela [Dilma] hoje. Pra você ver como a imagem dela está marcada. Pode ser a expressão forte”, comenta Priscila.

 

Ela conta que não é a primeira vez que escuta dizer da semelhança, e que esse é o retrato com que ela menos se identifica. “Talvez o Guignard tenha visto em mim uma autoridade, não uma mulher doce, bonitinha. O olhar é muito firme, forte, talvez por isso também achem parecido. Pode ser essa firmeza, mais que o traço físico”, diz.

 

Priscila Freire foi aluna de Guignard na escola que ele mantinha no Parque Municipal. “Nem sempre saímos do mesmo jeito em um retrato fotográfico. Também com quadros as pessoas te vêem de uma certa maneira. O Guignard me viu como uma pessoa amiga. O Aldemir me fez de lembrança, eu não posei para o quadro dele. Cada um tem uma maneira de pintar.”

 

Ela conta também que, desde a época em que o quadro foi pintado, há mais de 60 anos, já ouvia que não parecia tanto com ela, ou parecia outra pessoa. “Meu pai disse: ‘mas isso é um autorretrato do Guignard’. Evidentemente que não é, mas que o Guignard de alguma forma se colocava no que ele pintava é verdade, é normal.”

 

O quadro tem um fundo “leonardesco”, com montanhas e rios, semelhante às paisagens que Leonardo Da Vinci usava em seus retratos, que foi uma referência para Guignard. “Quando fui posar para o retrato, o professor Santiago Americano Freire, com quem o Guignard morava na época, falou para não por muito enfeite, brincos, colares, para favorecer o fundo.”

 

Na exposição, no núcleo de Arte Brasileira, estão grandes nomes da pintura nacional, como Guignard, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Genesco Murta e José Pancetti, entre outros.

 

Já em Arte Mineira, estão telas pintadas por Nello Nuno, Yara Tupinambá, Mario Zavagli, Lorenzato e Irma Renault, esculturas de Farnese de Andrade, Solange Pessoa e composições da própria Priscila Freire. 

 

O núcleo Arte Popular conta com peças de Maurino de Araújo, G.T.O., Nino e Maria Lira, além de obras do Vale do Jequitinhonha, assinadas por artistas de destaque da região, como Ulisses Pereira Chaves, Noemisa Batista Santos e Isabel Mendes.

 

A exposição Coleção Brasileira - de Priscila e Alberto Freire está disponível no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-BH) até a próxima segunda-feira (29/8), de 10h às 22h. A entrada é gratuita.

 

(*) Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Rocha 


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