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Estado de Minas MÚSICA

I Love Jazz volta à Praça do Papa, na semana que vem, com oito atrações

Tema do festival será a música dos anos 1920. Dave Mackenzie, Happy Feet Big Band, Juarez Moreira e Heather Thorn vão se apresentar


19/06/2022 08:40 - atualizado 19/06/2022 08:45

Músicos da banda Happy Feet ensaiam
O grupo mineiro Happy Feet, em formato big band, ensaia em Belo Horizonte para a próxima edição do I Love Jazz (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

''Foi muito difícil para a cultura, de forma geral, atravessar a pandemia. Os artistas sofreram e o público também. Acredito que estejam todos sedentos por esse reencontro''

Marcelo Costa, trompetista e organizador do I Love Jazz


A Praça do Papa vai ganhar ares da New Orleans dos anos 1920 no próximo fim de semana, em 25 e 26 de junho, com a realização do festival I Love Jazz, que retorna após dois anos de interrupção por causa da pandemia.

Em sua 12ª edição, o evento, realizado ininterruptamente entre 2009 e 2019, terá o tema “Os anos 20 estão de volta”, celebrando os primórdios do movimento de expansão do jazz.

No sábado, se apresentam Fizz Jazz, Juarez Moreira, Dave Mackenzie Quintet e a anfitriã do festival, Happy Feet Jazz Band, em sua formação big band. No próximo domingo, será a vez da Jazz Band Ball, dos pianistas Christiano Caldas e Ricky Riccardi e de Heather Thorn and Vivacity.

DANÇA

O grupo BeHoppers vai abrir a programação nos dois dias, a partir das 15h, ministrando aulas de lindy hop – o primeiro estilo de swing dance, surgido nos salões de baile do Harlem, em Nova York, no final da década de 1920.
 
Organizador do I Love Jazz, trompetista Marcelo Costa, vocalista da Happy Feet, diz que a 12ª edição deveria ter sido realizada em 2020, o que justifica a escolha do tema.
 
“Estávamos no centenário do primeiro ano da década tida como a era de ouro do jazz. Pensei em reviver um pouco aquela atmosfera de festa, com o jazz explodindo. Com a chegada da pandemia, acabou não acontecendo, mas resolvi manter. Afinal, estamos retomando o festival ainda no início desta década”, aponta.
 
A expectativa é grande. O músico e produtor destaca que a pandemia foi um período de muita angústia devido à incerteza sobre a continuidade do projeto realizado ao longo de 10 anos.
 
“Foi muito difícil para a cultura, de forma geral, atravessar a pandemia. Os artistas sofreram e o público também. Acredito que estejam todos sedentos por esse reencontro”, aposta.
 
O festival tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, CBMM e Lei de Incentivo à Cultura. Promoção do Estado de Minas e UAI, é realizado pela Lado A com apoio da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo.
 
De vestido amarelo, Heather Thorn, em frente ao xilofone, olha para a câmera e sorri
Xilofonista Heather Thorn fez sucesso em 2019 e estará de volta à Praça do Papa (foto: Reprodução)
 

ERA DE OURO

A década de 1920 é lembrada como época dourada do jazz porque foi quando o gênero transbordou de New Orleans – onde surgiu e se consolidou entre a última década do século 19 e a primeira do século 20 – para o mundo, depois de ganhar força em Chicago e Nova York.
 
“O jazz se manteve forte nos anos seguintes e está aí até hoje, mas a explosão mesmo aconteceu naquele momento, ao longo dos anos 1920”, sublinha Marcelo. Um dos critérios para a escolha dos convidados foi a afinidade com a música que se fazia naquele período.
 
O tema de cada edição não engessa a programação, apenas aponta um rumo. O jazz que se praticava em New Orleans em 1920 não é exatamente a praia de Juarez Moreira, por exemplo, mas ele, assim como os outros artistas escalados, dará uma “pincelada” no panorama musical de um século atrás, adianta Marcelo.
 
“Ele vai visitar os anos 1920, não necessariamente o jazz, mas incluindo as raízes do choro, por exemplo, em seu repertório”, diz. A programação terá grupos especializados na sonoridade que remonta aos primórdios do gênero, como o Fizz Jazz e Jazz Band Ball. Os que não têm esse foco dedicarão ao menos uma parte de seu repertório à temática de 2021.
 
O 12º I Love Jazz traz de volta atrações que fizeram sucesso em edições anteriores – como Heather Thorn and Vivacity, presente em 2019 – e também apresenta novidades.
 
Confira a performance de Heather Thorn and Vivacity:

 
 
Ao avaliar a trajetória do I Love Jazz desde sua primeira edição, em 2009, Marcelo não considera que o festival tenha crescido, mas amadurecido. “Não digo que cresceu pelo fato de ele ocorrer na Praça do Papa, espaço que comporta um público numeroso, mas tem seus limites. O que posso dizer é que aprendemos muita coisa ao longo das 11 edições”, diz.
 
Costa afirma que o público amadureceu junto da programação e, com a internet e plataformas de streaming, consegue se inteirar sobre estilos e artistas. “Eu, quando jovem, tinha de ir ao Centro da cidade catar LPs das coisas que me interessavam. Hoje está na palma da mão, a pessoa acha tudo no celular”, compara.
 
Juarez Moreira toca violão
Juarez Moreira: talento mineiro reconhecido internacionalmente (foto: Elcio Paraíso/Divulgação)
 

BIG BAND

A Happy Feet vai se apresentar no formato big band, com oito instrumentistas de sopro se somando aos cinco integrantes fixos do grupo – que, além de Marcelo, reúne Thaís Moreira (vocal), Fred Natalino (piano), Yan Vasconcellos (contrabaixo) e Bo Hilbert (bateria).
 
Trata-se de formação para ocasiões especiais. “É difícil manter uma big band com recursos próprios, mas sempre que há um festival maior, a gente se apresenta nesse formato”, diz.
 
No sábado, o grupo vai tocar cinco músicas que remontam aos anos 1920. Depois, segue mostrando, década após década, a evolução do gênero até 1960. O roteiro traz temas de Duke Ellington, Louis Armstrong, King Oliver, Frank Sinatra, Dizzy Gillespie e Stevie Wonder.
 
O evento contará com estrutura de banheiros, venda de alimentos e bebidas, além de acessibilidade com estacionamento, rampa e locais destinados a portadores de deficiência.

I LOVE JAZZ

Praça do Papa, Mangabeiras. Entrada franca.

. Sábado (25/6)

15h: Aula de lindy hop com BeHoppers
16h: Fizz Jazz
17h30: Juarez Moreira
19h: Dave Mackenzie Quintet
20h30: Happy Feet Big Band

. Domingo (26/6)

15h: Aula de lindy hop com BeHoppers
16h: Jazz Band Ball
17h30: Christiano Caldas
19h: Ricky Riccardi
20h30: Heather Thorn and Vivacity

ATRAÇÕES

» Fizz Jazz

Segue linha fiel ao estilo de New Orleans do início de século 20, com temas clássicos, do blues às origens do rock. A banda tem se apresentado nos principais clubes de jazz de São Paulo e em festivais do Brasil.

» Juarez Moreira

Um dos maiores violonistas do Brasil, aclamado pela crítica no exterior (“New York Times”, “Billboard”) e por feras como Egberto Gismonti, Milton Nascimento, Toninho Horta e Paquito D’Rivera, o mineiro cresceu ouvindo jazz, bossa nova e música brasileira dos anos 1950. Dono de técnica impecável, é guitarrista,     compositor e arranjador.

» Dave Mackenzie Quintet

O saxofonista e clarinetista americano David Mackenzie teve sua formação musical ao lado de George Mesterhazy, Bob Martin e Dennis Sandole. Tocou e fez arranjos para Classic Jazz Band de Bill Allred, Michael Andrew, Heather Thorn and Vivacity, Orlando Jazz Orchestra, Dr. Phillips Jazz Orchestra e Kalinka Klezmer.

» Happy Feet Big Band

A banda mineira já dividiu o palco com Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Juarez Moreira, Bill Allred, Jeff Rupert e Mike Hashim. O grupo se dedica do jazz da década de 1920 à soul music sessentista.

» Jazz Band Ball

Formada em 1984, é a autêntica banda de jazz tradicional, que transita entre o dixieland, o revival e o swing. Possui formação clássica do jazz tradicional, incluindo banjo e washboard.

» Christiano Caldas

Atua como músico, engenheiro de áudio, arranjador e produtor, além de acompanhar, como pianista e tecladista, Milton Nascimento, Flávio Venturini, 14 Bis, Chico Amaral e Beto Guedes, entre outros. Para o I Love Jazz, preparou repertório nacional e internacional dos anos 1920.

» Ricky Riccardi

O pianista Ricky Riccardi é diretor do Louis Armstrong House Museum, no Queens, em Nova Yourk. É autor de “What a wonderful world: the magic of Louis Armstrong’s later years” e “Heart full of rhythm: the big band years of Louis Armstrong”, esse último eleito melhor livro de 2020 pela revista Jazz Times.

» Heather Thorn and Vivacity

Canadense radicada nos EUA, a xilofonista Heather Thorn e o grupo Vivacity tocaram com The Count Basie Orchestra, The Glenn Miller Orchestra, Ray Charles, Natalie Cole e The Mickey Mouse Club.


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