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Estado de Minas CINEMA

Mostra no Cine Humberto Mauro aborda a trajetória de Peter Bogdanovich

Destaque do movimento Nova Hollywood, cineasta fez filmes e também se dedicou a resgatar a obra de diretores esquecidos. Programação gratuita vai até 8 de maio


14/04/2022 08:00 - atualizado 14/04/2022 08:30

O cineasta Peter Bogdanovich olha para a câmera
Peter Bogdanovich faz parte da geração de diretores americanos apaixonados pela Nouvelle Vague (foto: Gabriel Bouys/AFP/22/4/2010)

A partir desta sexta-feira (15/4), a obra do cineasta estadunidense Peter Bogdanovich, ligado ao movimento da Nova Hollywood, vai ganhar mostra promovida pela Fundação Clóvis Salgado (FCS) e Cine Humberto Mauro. Até 8 de maio, serão exibidos os principais filmes do diretor, além de trabalhos que o inspiraram e foram inspirados por ele. A programação contará também com debates e sessões comentadas.

Bogdanovich morreu em janeiro, aos 82 anos, de causas naturais. Vítor Miranda, integrante da gerência do Cine Humberto Mauro, lembra que ele fez parte da geração de diretores americanos fortemente influenciada pela Nouvelle Vague francesa, formada por jovens cinéfilos que idolatravam autores de clássicos e passaram a fazer filmes autorais.

Da Nova Hollywood, as pessoas costumam se lembrar mais de Coppola, Scorsese e George Lucas. O Peter Bogdanovich tem uma característica diferente desses diretores, porque foi para o lado da comédia em vez dos filmes de guerra e de gângster

Vítor Miranda, integrante da equipe do Cine Humberto Mauro


FORMAÇÃO

“Bogdanovich fazia um trabalho de resgate e cinefilia como o que fazemos aqui no Cine Humberto Mauro. Buscamos oferecer mostras de cinema de formação e de filmes clássicos, além de colocar em evidência diretores pouco conhecidos”, afirma Vítor Miranda.

A programação trará “Na mira da morte”, primeiro longa do diretor, e “A última sessão de cinema”, um de seus filmes consagrados. Também dará destaque a trabalhos de Bogdanovich como historiador, crítico e documentarista.

Estará em pauta a admiração dele pelos cineastas Roger Corman, de 96 anos, e John Ford (1894-1973), por meio da exibição de “Sombras do terror”, do primeiro, e “O homem que matou o facínora”, clássico de Ford. Outra atração será o documentário “Dirigido por John Ford”, de Bogdanovich.

Admirador de longas de suspense e terror, o cineasta também gostava do gênero “screwball comedy” (“comédia maluca”, em tradução livre). Por isso, a mostra vai exibir “Essa pequena é uma parada”, dirigido por ele, além de “Irene, a teimosa”, de Gregory La Cava, e “Duas vidas”, de Leo McCarey.

O movimento conhecido como Nova Hollywood surgiu na década de 1970, quando o cinema norte-americano enfrentava severa crise. Influenciados por cineastas de vanguarda da Europa, jovens diretores, em seus filmes autorais, chamavam a atenção para a contracultura e o racismo, questionando também os costumes conservadores da época.

“Da Nova Hollywood, as pessoas costumam se lembrar mais de (Francis Ford) Coppola, (Martin) Scorsese e George Lucas. O Peter Bogdanovich tem uma característica diferente desses diretores, porque foi para o lado da comédia em vez dos filmes de guerra e de gângster”, afirma Vítor Miranda.

O cinema autoral da Nova Hollywood, explica ele, se propunha a romper o engessamento e a falta de liberdade criativa da maioria das produções dos anos 1960. “Foi algo quase inédito na história de Hollywood, conhecida por adotar os padrões de um cinema comercial muito planejado e produzido.”

Realizados com baixo orçamento para os padrões hollywoodianos, filmes daqueles jovens diretores acabaram dando outra direção às futuras grandes produções dos EUA, com temáticas mais realistas e atraentes para o público, lembra Miranda.

“Atualmente, Hollywood voltou a colocar a figura do produtor como a mais importante. Isso começou com o fenômeno ‘Star wars’ e blockbusteres dos anos 1980 para toda a família. Aqueles filmes dos anos 1970 não eram para toda a família”, observa Vítor.

Jeff Bridges sorri, Cybill Shepherd retoca a maquiagem em pequeno espelho e atrás está Timothy Bottoms, em cena do filme A última sessão de cinema
Jeff Bridges e Cybill Shepherd no clássico ''A última sessão de cinema'', atração de sexta-feira (foto: Columbia Pictures)

ON-LINE

Vários debates e sessões comentadas fazem parte da mostra. Na segunda-feira (25/4), às 19h, Miranda participa do encontro on-line que abordará “Duas vidas”, filme pouco conhecido de Leo McCarey, com transmissão no canal da FCS no YouTube.

Em 28 de abril, às 17h, debate presencial no Cine Humberto Mauro sobre o filme “Rio Vermelho”, de Howard Hawks, contará com a presença de José Ricardo Miranda Jr., doutor em cinema pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Em 2 de maio, outra sessão comentada on-line discutirá “A face oculta”, dirigido por Marlon Brando, com a presença de Wallace Andrioli, professor e crítico de cinema.

Programação

Sexta-feira (15/4)

•15h: “Sombras do terror” (1963), de Roger Corman, Francis Ford Coppola, Jack Hale, Monte Hellman, Jack Hill, Dennis Jakob e Jack Nicholson
•17h: “Na mira da morte” (1968), de Peter Bogdanovich
•19h: “A última sessão de cinema” (1971), de Peter Bogdanovich

Sábado (16/4)

•15h: “O homem que matou o facínora” (1962), de John Ford
•17h15: “Dirigido por John Ford” (1971), de Peter Bogdanovich
•19h15: “Lua de papel” (1973), de Peter Bogdanovich

Domingo (17/4)

•18h: “Irene, a teimosa” (1936), de Gregory La Cava
•20h: “Essa pequena é uma parada” (1972), de Peter Bogdanovich

No Cine Humberto Mauro do Palácio das Artes
Av. Afonso Pena, 1.537, Centro.
Entrada franca.
Lotação: 133 pessoas.
Até 8 de maio.
Programação completa: www.fcs.mg.gov.br

* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria


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