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Estado de Minas CINEMA

Briga (boa) de cinco países pelo Oscar de filme internacional

Produções do Japão, Dinamarca, Noruega, Itália e Butão apresentam temáticas variadas, que vão do drama dos refugiados a um imenso bovino dentro da sala de aula


16/02/2022 04:00 - atualizado 16/02/2022 03:32

Atores Hidetoshi Nishijima e Toko Miura olham para um carro vermelho, no filme Drive my car
Hidetoshi Nishijima e Toko Miura protagonizam "Drive my car", o filme com mais indicações ao Oscar do cinema japonês (foto: The Match Factory/divulgação)

Japão, Dinamarca, Noruega, Itália e Butão. Em 27 de março, o Oscar de melhor filme internacional vai para um desses cinco países. “Drive my car”, “Flee – A fuga”, “A pior pessoa do mundo”, “A mão de Deus” e “A felicidade das pequenas coisas” disputam a estatueta, depois de passar pela “peneira” que reuniu 92 produções. O Brasil ficou de fora, mais uma vez, após tentar a chance com “Deserto particular”, de Aly Muritiba.

Destaca-se na “lista dos cinco” o japonês “Drive my car”, que brigará por estatuetas em outras três categorias: melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado. É a produção com mais indicações ao Oscar na história do cinema do Japão, a primeira a concorrer ao prêmio de melhor filme.

MURAKAMI E TCHEKOV

Dirigido por Ryusuke Hamaguchi e baseado no conto homônimo de Haruki Murakami, o longa é protagonizado por Hidetoshi Nishijima. Ele interpreta o ator e encenador Yusuke Kafuku, convidado a encenar a peça “Tio Vânia”, de Anton Tchekov, num festival de teatro em Hiroshima.

No carro em que se desloca, dirigido pela jovem Misaki Watari (Toko Miura), Kafuku reflete sobre o trauma de sua vida pessoal: a morte da mulher, a dramaturga Oto (Reika Kirishima), a quem jamais conseguiu compreender. Naquele Saab 90, tanto o diretor quanto a motorista se deparam com o passado.

Outra produção que faz história no Oscar 2022 é a animação dinamarquesa “Flee – A fuga”, indicada a três categorias: melhor filme internacional, melhor documentário e melhor longa animado.

O diretor Jonas Poher Rasmussen se inspirou na história real de um amigo afegão, “marginalizado, gay e refugiado”, segundo ele. Sob o pseudônimo de Amin Nawabi, que construiu bem-sucedida carreira acadêmica na Dinamarca, o personagem revela como deixou o país natal, traumas que viveu e segredos guardados até então.

Rasmussen mescla animação e vídeos com imagens reais para narrar a jornada do afegão. Seu objetivo é oferecer nova abordagem sobre a questão dos refugiados, geralmente limitada, pela mídia, a carências materiais e impasses políticos. O diretor busca revelar a individualidade de um ser humano que circunstancialmente vive em outro país e sua complexidade psicológica.

Até agora, a única produção não falada em inglês que levou o Oscar de melhor animação foi o japonês “A viagem de Chihiro”, de Hayao Miyazaki, premiado em 2001.

O italiano Paolo Sorrentino, vencedor do Oscar de filme estrangeiro em 2014 (o nome da modalidade mudou este ano para internacional) com “A grande beleza”, disputa a mesma categoria com “A mão de Deus”, produzido pela Netflix.

Por meio do personagem Fabietto (Filippo Scotti), a “pseudoautobiografia” retrata a juventude de Sorrentino na cidade de Nápoles, nos anos 1980, quando o argentino Diego Maradona era o astro do time da cidade.
 

FELICIDADE NO HIMALAIA

Autodenominado o país “mais feliz do mundo” e encravado no Himalaia, o Butão concorre ao Oscar de filme internacional com “A felicidade das pequenas coisas”, dirigido pelo estreante Pawo Choyning Dorji, de 38 anos.

Conta a história do professor Ugyen (Sherab Dorji), enviado a contragosto para a “escola mais remota do mundo”, em Lunana. Chegando lá, ganha um iaque, bovino imenso que tem de criar na sala de aula por causa do frio. Vem daí o título original: “Lunana, um iaque na sala de aula”.

Fechando a lista, o longa norueguês “A pior pessoa do mundo” mistura drama e comédia para contar a história de Julie (Renate Reinsve), que em breve fará 30 anos e não consegue se estabilizar na vida. Quando pensa ter encontrado um companheiro em Aksel (Anders Danielsen Lie), escritor de sucesso de 45 anos, conhece o jovem e bonito Eivind (Herbert Nordrum). É o terceiro filme da “Trilogia de Oslo”, do diretor Joachim Trier, que lançou “Reprise” (2006) e “Oslo, 31 de agosto” (2011).

Bovino chamado iaque, ao fundo de uma sala, tem à frente o ator Sherab Dorji sentado em um banco
O iaque e o professor Ugyen (Sherab Dorji) em 'A felicidade das pequenas coisas', em cartaz no UNA Cine Belas Artes, em BH (foto: Films Boutique/divulgação)


ONDE VER 

No Brasil, “A mão de Deus” já pode ser visto na plataforma Netflix. Em BH, “A felicidade das pequenas coisas” está em cartaz nesta quarta-feira (16/2), às 14h, na Sala 2 do UNA Cine Belas Artes.

Enquanto isso, o francês “Titane”, da diretora Julia Ducournau e vencedor da Palma de Ouro em Cannes, gerou polêmica ao não ser indicado ao Oscar. Mesclando terror, crimes e vingança, o longa está disponível na plataforma Mubi, que o define como “coquetel molotov ao misturar política de gênero, compaixão familiar e desejo feminino”.

* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria


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