Wagner Moura e  Mano Brown

No podcast 'Mano a mano', ator e rapper falam também sobre arte e amadurecimento

Jef Delgado/Spotify
Mano Brown recebe o ator e cineasta Wagner Moura para bate-papo no penúltimo episódio do podcast “Mano a mano”, disponibilizado gratuitamente nesta quinta-feira (2/12), no Spotify. O filme “Marighella”, que Brown foi convidado por Moura a protagonizar, mas declinou, é um dos pontos da conversa. O papel ficou com Seu Jorge. "Acho que eu não nasci pra isso e aprendi a respeitar muito mais a profissão de ator. Tem que estudar, tem que ter tempo, tem que ter compromisso. Você tem que ser livre, tem que renunciar a muita coisa, dos seus próprios complexos. Eu não sei como vocês lidam com isso quando estão sozinhos", afirma Brown.

Política é outro tema do encontro. Wagner relembra em que momento a pauta despertou seu interesse. "Quando eu comecei a entender que eu vi coisas que não faziam sentido foi quando eu comecei a procurar saber. Minha casa não era uma casa de gente politizada. Depois que entrei para a faculdade de jornalismo, aí, sim, abriu um mundo", comenta o ator.

Wagner também relembra um dos primeiros shows que viu dos Racionais, na capital baiana. "Eu nunca vou esquecer. Você chamou uns moleques do rap de Salvador no palco, rimou, você fez freestyle com um moleque lá. Era uma raiva muito potente e compreensível", recorda. Em seguida, o diretor questiona o que mudou daquela época em relação ao Brown de hoje.

"Eu não sou cheio de razão. Eu não afirmo mais nada com tanta convicção. Está tudo em mutação. Só com 50 anos você percebe isso. Com 20 anos, você é um incendiário e, depois dos 30, vira bombeiro. Você quer corrigir as coisas, aquelas músicas, aqueles machismos, aqueles erros brutais da juventude que só o jovem tem direito a cometer", responde o MC.