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Estado de Minas AUDIOVISUAL

Com lágrimas e risadas, estreia o reality show do Porta dos Fundos

Dez candidatos disputam uma vaga no coletivo de humor. Solidariedade dos concorrentes e 'chororô' nas eliminações deixaram Fábio Porchat impressionado


30/10/2021 04:00 - atualizado 30/10/2021 07:31

Cercado por colegas emocionados, candidato sorridente do reality do Porta dos Fundos cumprimenta Gregorio Duvivier, observado por Fabio Porchat
Candidatos torceram pelos colegas em 'disputa solidária' com clima pouco visto nos competitivos realities (foto: BRUNO BAKETA/DIVULGAÇÃO)

‘‘O que eu quero, Mário Alberto?” Corria 2012 e o Porta dos Fundos, a grande novidade do humor daquele ano, lançou o vídeo “Sobre a mesa”, com Júlia Rabello e Antônio Tabet interpretando o casal Odete e Mário Alberto. Na hora do jantar, ele, depois de um dia de trabalho, reclama com a mulher do abacaxi que havia de sobremesa. Ela explode e diz muitas verdades – com direito a palavrões e descrições explícitas de desejos sexuais.

Nove anos e 27,2 milhões de visualizações no YouTube mais tarde, a cena, um dos clássicos do coletivo de humor, é recriada por jovens candidatos. Com lançamento neste sábado (30/10) no canal do Porta dos Fundos no YouTube, “Futuro ex-Porta” é um reality show em oito episódios, em que 10 atores e comediantes de todo o país tentam chegar à final. O prêmio? Uma vaga no elenco do coletivo, que comemora a sua primeira década em 2022.
Foto mostra integrantes do coletivo Porta dos Fundos e participantes do reality 'Futuro Ex-Porta'
Jurados e 'ex-portas' formaram o time que dividiu afeto no 'Big brother' do coletivo de humor (foto: BRUNO BAKETA/DIVULGAÇÃO)


PIADA 

Produção original do YouTube e primeiro reality do Porta, o título em si já é uma piada. No primeiro episódio, há depoimentos de Júlia Rabello, Marcos Veras e Luis Lobianco, nomes revelados pelo coletivo e que, mais tarde, foram caçar novos rumos. Daí o nome “Ex-Porta” – se o candidato fizer sucesso, vai sair de lá para tentar carreira solo.

Por meio de uma chamada virtual em 2020, sete mil pessoas de todo o país se candidataram para o reality. A seleção era simples: mandar um vídeo de 30 segundos. A história ficou por ali, pois a pandemia adiou o projeto. Somente neste ano os finalistas foram contatados pela produção do programa. Na lista inicial havia mais de 10 nomes, mas passado tanto tempo da inscrição, o candidato poderia não ter mais disponibilidade.

Além do mais, para as gravações, realizadas no Rio de Janeiro entre junho e julho, todos os selecionados tiveram de enfrentar 12 dias de quarentena – sem contato com o mundo externo (nem mesmo entre eles), em um quarto de hotel.

“Fizemos triagem antes para entender se o pessoal poderia participar. Teve gente que estava na pré-lista que disse que não podia mais”, conta Fábio Porchat, apresentador do reality.

Neste sábado, serão lançados os dois primeiros episódios – os demais entrarão no ar semanalmente. É um reality como todos do gênero: ou seja, tem eliminação. Mas elas só ocorrerão a partir do terceiro episódio. O primeiro é como uma carta de apresentação do programa.

Todo o elenco está reunido no que chamam de Fantástica Fábrica do Porta; na verdade, o estúdio onde as provas vão ocorrer. Os atores assistem a vários testes – muita coisa ruim leva o espectador ao riso. No final, os nomes dos 10 selecionados são revelados. O segundo episódio mostra o grupo chegando ao estúdio e fazendo as primeiras provas – ainda não eliminatórias.

No momento inicial, eles devem recriar dois vídeos: “Sobre a mesa”, com o próprio Tabet fazendo Mário Alberto; e “Judite: Estaremos fazendo o cancelamento”, em que Porchat, pintado de azul (como os artistas do Blue Man Group, na época garotos-propaganda da operadora TIM), enlouquecia com a atendente de telemarketing ao tentar cancelar uma linha de celular.

Porchat, Tabet, Gregório Duvivier e João Vicente de Castro, os quatro fundadores do Porta, são os jurados que vão definir quem fica e quem sai. Mas há participações de vários nomes do elenco.

Fabio Porchat “entrega”: Duvivier é o pior dos jurados. “Ele não queria eliminar ninguém, não ajudava em nada. No final, sempre queria que todos ficassem”, diz, em tom de brincadeira.

Duvivier, em sua defesa, comenta que a eliminação foi um problema a partir do momento em que o grupo passou a se tornar mais próximo. “Na primeira fase, a gente só viu os vídeos, não conhecia as pessoas, e levava em consideração a qualidade do trabalho. Depois, acabamos contaminados pelo carisma do grupo, pois, para mim, não dá para separar a personalidade de um comediante do trabalho dele”, diz.

O ator admite que, no momento inicial, teve medo de um projeto do gênero. “Não sou espectador de reality, temi expor as pessoas, mas confesso que me apaixonei pelo programa desde o primeiro dia.”

Diretor de “Futuro ex-Porta”, Rodrigo van Der Put diz que o formato foi construído aos poucos. “Mesmo nos preparando durante meses, pensando que o reality tinha de ter o DNA do Porta, que a gente tinha que pregar peças, quando as 10 pessoas entraram o programa virou outra coisa. Fomos adaptando juntos, porque estávamos lidando com o sonho das pessoas.”
Candidata ao reality 'Futuro Ex-porta' sentada à mesa, diante da câmera, encena o episódio 'Sobre a mesa'
Candidatos encenam 'Sobre a mesa', antigo sucesso do Porta dos Fundos (foto: BRUNO BAKETA/DIVULGAÇÃO)


BIAL 

No processo, ficou entendido que eles deveriam ir até certo ponto. “Aconteceu uma coisa curiosa: os candidatos agiram muito menos como competidores, se ajudaram muito. Vimos que não adiantava só seguir o roteiro. As eliminações iam sempre terminar em piada, de forma divertida. Na primeira, fiz um discurso à la Pedro Bial no ‘BBB’ e a pessoa chorou. A gente percebeu ali que não poderia brincar, que a eliminação teria de ser séria, os participantes estavam muito envolvidos”, conta Porchat.

Não só eles, como toda a equipe. A gravação do último episódio, dizem, foi como final de Copa do Mundo. “As pessoas chorando, os câmeras inclusive”, revela Duvivier. E não houve consenso quanto ao nome vencedor, finaliza Porchat.

Sucesso no México, falado em espanhol


Em maio de 2019, foi lançado o canal Backdoor, basicamente o Porta dos Fundos em espanhol. Produzido no México, o canal traz as histórias curtas do Porta dos Fundos com atores locais. No YouTube são 3,99 milhões de inscritos, menos de um quarto dos 17 milhões que o canal brasileiro tem. Por outro lado, a repercussão é imensa.

Lançado há dois anos, o vídeo “Harinha” é o recorde de visualizações do Porta: 57 milhões. O sucesso do personagem – versão mexicana de Farinha, o sargento criado por Tabet que durante uma apreensão de cocaína abusa da droga para comprovar sua veracidade ou não – acabou se tornando a série “Harinha”, que estreia em breve.

“Escrevemos o texto aqui e eles filmaram lá. Virou uma série policial de comédia com suspense. Antes mesmo de estrear já encomendaram o segundo ano”, conta Duvivier.


“FUTURO EX-PORTA”

O reality estreia neste sábado (30/10), às 11h, no canal do Porta dos Fundos no YouTube, com a exibição dos dois primeiros episódios. Os demais serão lançados semanalmente, também aos sábados, às 11h.


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