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Estado de Minas MÚSICA

Em clima alto-astral, Lorde celebra a natureza no clipe 'Solar power'

Cantora neozelandesa lança single otimista em tempos de pandemia, recomendando paciência aos fãs. Novo disco vai sair este ano, o primeiro após 'Melodrama'


17/06/2021 04:00 - atualizado 17/06/2021 06:51

No clipe filmado na praia ensolarada, Lorde, de 24 anos, parece ter dado adeus aos dias de depressão (foto: Youtube/Reprodução)
No clipe filmado na praia ensolarada, Lorde, de 24 anos, parece ter dado adeus aos dias de depressão (foto: Youtube/Reprodução)

Dando início oficial à divulgação de seu aguardado terceiro álbum, Lorde mandou para as plataformas, na semana passada, o single Solar power”, que chegou acompanhado de um videoclipe codirigido pela cantora. A música dá nome ao disco que ela pretende lançar em 2021, em data a ser anunciada. Esse é o primeiro lançamento inédito da artista desde o disco “Melodrama”, de 2017.

O Twitter entrou em ebulição depois que a capa do single foi divulgada ilegalmente na rede social, em 7 de junho. A imagem vazada, que mostra Lorde fotografada de baixo para cima diante do sol, foi confirmada como oficial posteriormente. Em seu site, ela aproveitou para deixar a seguinte mensagem para os fãs: “Paciência é uma virtude”. Quatro dias depois, de surpresa, a música chegou às plataformas digitais.

O clipe é um plano-sequência que acompanha Lorde enquanto ela caminha e dança por uma praia idílica. Em determinados momentos, a cantora contracena com dançarinos. Tudo em clima de celebração, como pede a vida pós-COVID.

O vídeo gerou uma série de reações nas redes sociais. Alguns fãs o compararam ao filme de terror “Midsommar – O mal não espera a noite” (2019), de Ari Aster, cuja trama se passa num festival de verão na Suécia em meio a rituais bizarros. Outros sugeriram que Lorde “curou sua depressão”, por isso assumiu uma abordagem otimista nesta nova canção.


COVID

Vale lembrar: Lorde é uma artista da Nova Zelândia, país que conseguiu controlar a pandemia rapidamente por meio de lockdowns severos e transparência na divulgação de informações relativas à crise sanitária. Na terça-feira (15/06), a artista contabilizava aumento de 69% no streaming e crescimento de 50% de novos ouvintes, de acordo com a plataforma Deezer.

Em outro e-mail enviado aos fãs, a cantora explicou o conceito por trás de seu novo trabalho. “Esse álbum é uma celebração do mundo natural, uma tentativa de imortalizar os sentimentos profundos e transcendentes que tenho quando estou ao ar livre. Em tempos de angústia, tristeza, amor profundo ou confusão, procuro respostas no mundo natural. Aprendi a expirar e me sintonizar com ele”, diz ela.

A cantora confirmou que prepara uma série de lançamentos para 2021, que serão liberados aos poucos, de acordo com o que ela chama de “calendário natural”. Por falar nisso, “Solar power” veio a público no dia do eclipse solar, que pôde ser visto na América do Norte, Europa e Ásia.

A música não é ousada como se espera de uma artista como Lorde. Em 2014, quando ela era uma revelação, ninguém menos que David Bowie afirmou que ouvi-la é “como ouvir o futuro”. Se isso é verdade, esse futuro agora está repleto de referências ao passado.

Aliás, sonoramente, o single remete a canções do século 20: “Aquarius”, do musical “Hair”; “Freedom! 90” (1990), de George Michael; e, principalmente, “Loaded” (1990), da banda Primal Scream.

Em entrevista ao New Music Daily, da Apple Music, Lorde comentou as comparações e disse que até chegou a falar com Bobby Gillespie, vocalista da Primal Scream, sobre a semelhança entre as canções.

“Compus ao piano e depois me dei conta de que soava muito como 'Loaded'. É apenas uma dessas coisas loucas da vida. Procurei Bobby e ele foi muito amável. Ele disse: 'Você sabe, essas coisas acontecem. Você captou a vibe que captamos anos atrás'. E ele nos deu a bênção”, revelou.

O que também chama a atenção em “Solar power” são alguns sons distorcidos que surgem ao longo da canção, bastante semelhantes aos de “The melting of the sun”, faixa do álbum “Daddy's home”, recém-lançado por St. Vincent.

A explicação é que as duas artistas compartilham o mesmo produtor: Jack Antonoff. Vocalista da banda Bleachers e ex-integrante da Fun, ele é um nome recorrente no pop mundial desde a bem-sucedida parceria firmada com Taylor Swift em algumas músicas do álbum “1989” (2014). Ele colaborou com Taylor em seus quatro discos posteriores, incluindo “Folklore” e “evermore”, ambos lançados em 2020.

Antonoff também participou da produção dos álbuns “Masseduction” (2017), de St. Vincent; “Norman fuckin Rockwell” (2019) e “Chemtrails over the country club” (2021), de Lana Del Rey; e “Gaslighter” (2020), das The Chicks. O portfólio dele inclui trabalhos para Sia, Pnk!, Carly Rae Jepsen, Sara Bareilles e, mais recentemente, Olivia Rodrigo.

Com Lorde, Antonoff trabalha desde “Melodrama” e sua onipresença pode fazer com que, em alguns casos, músicas de diferentes artistas soem parecidas. O que não ocorreu com “Blouse”, da cantora Clairo, produzida por ele e lançada um dia depois de “Solar power”.

VOCAIS

Naturalmente, Clairo é uma artista para ficar de olho. Lorde tem noção disso e a convidou para, junto de Phoebe Bridgers, gravar os vocais de apoio em seu novo single. Desde que Lorde surgiu com o celebrado “Pure heroine” (2013), tudo o que essa moça toca vira ouro e é tratado com grande expectativa. Não é diferente com “Solar power”.

O que há de verdadeiramente importante nesta nova fase da artista  neozelandesa é o olhar otimista para a vida. Aos 24 anos, Lorde mostra que abandonou as desilusões e dificuldades pessoais para lidar com o mundo à sua volta como quem vislumbra um futuro melhor. E isso é algo que não pode ser desperdiçado.
(foto: Universal Music/reprodução)
(foto: Universal Music/reprodução)

“SOLAR POWER”
• Single de Lorde
• Universal Music
• Disponível nas plataformas digitais


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