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Estado de Minas

Bailarina mineira executa videodança com uma câmera acoplada às costas

Luísa Machala lança nesta quinta-feira (10/06) em seu canal no YouTube 'O olho da cabeça do céu', gravado no Mirante da Caixa Dágua, em Belo Horizonte


09/06/2021 04:00 - atualizado 09/06/2021 07:22

Imagem do experimento, gravado no Mirante da Caixa D%u2019Água, em Belo Horizonte(foto: Chete Bern/Divulgação)
Imagem do experimento, gravado no Mirante da Caixa D%u2019Água, em Belo Horizonte (foto: Chete Bern/Divulgação)
A mineira Luísa Machala mistura as funções de bailarina e videomaker no projeto Corpo-imagem: Videodança em pesquisa, que estreia nesta quinta-feira (10/06) com a experiência “O olho da cabeça do céu” em seu canal no YouTube. Buscando compreender a relação entre corpo, técnica e movimento no contexto da pandemia, a artista fez sua performance com uma câmera acoplada nas costas. 

A ideia do projeto surgiu após a defesa da sua dissertação de mestrado, “Videodança: Dos agenciamentos à emergência”, pela Escola de Belas Artes da UFMG, em fevereiro de 2020. Na videodança, financiada pela Lei Aldir Blanc, Luísa Machala uniu as experiências como bailarina, videomaker e pesquisadora do campo, articulando a teoria e a prática

“Gosto muito da academia e da prática artística, então acho que, ao combinar as duas coisas, fica tudo mais interessante. Hoje em dia, tenho prezado cada vez mais pela teoria vindo da prática artística, a prática artística sendo o centro, a nascente das coisas”, afirma.

Ela define a videodança como um campo híbrido derivado da relação entre dança e o audiovisual. E esclarece: “A videodança não seria um registro da obra, mas a própria obra artística. Ela é uma fusão dos conhecimentos e não um mero registro documental. Então, não é um vídeo de uma dança, como se você quisesse transpor o que acontece no palco para a tela. Mas é algo pensado para o espaço digital”.  

Logo após a conclusão do seu mestrado, a eclosão da pandemia de COVID-19 obrigou à suspensão dos espetáculos presenciais, o que levou a um incremento na produção de videodança em todo o mundo. Aos 28 anos, Luísa Machala atua nesse campo desde 2016.  

“Com a pandemia, houve quase uma imposição de pensar a dança para o vídeo. Surgiu uma demanda imensa de pessoas querendo entender a videodança ou que passaram a explorá-la ainda mais, com o surgimento de editais e festivais específicos. Era bastante raro, por exemplo, ser remunerado com videodança. Então, isso fez com que mais pessoas se interessassem, além de abrir a visibilidade para profissionais que já estavam estudando isso há muito tempo”, comenta.
Imagem do experimento, gravado no Mirante da Caixa D%u2019Água, em Belo Horizonte(foto: Divulgação)
Imagem do experimento, gravado no Mirante da Caixa D%u2019Água, em Belo Horizonte (foto: Divulgação)

QUARENTENA
 Durante a quarentena, Luísa publicou diversas videodanças em seu canal no YouTube, como “Ventana: a noção de criação em rede e a relação entre o corpo e a técnica”, o projeto Movimento em rede, “Gabinete sanitário”, “4.000 fugas para a fragilidade”, “Ecos de recolhimento” e “Risco”. Também foi uma das curadoras do festival on-line Move concreto!' Mulheres e videodança, do grupo Contemporâneo de Dança Livre. Para ela, a experiência foi surpreendente.

“Mesmo com os impedimentos, consegui com os artistas que trabalharam junto comigo uma fluidez muito grande. Foi possível produzir a distância, desenvolver estratégias e funcionar de fato.” Nesse processo, Luísa fez parcerias com artistas mineiros, como os músicos Otávio Cotta, Gustavo Felix e Felipe Miranda, além das bailarinas Nicole Blach, Bárbara Maia e Mariana Razzi.

A videodança “O olho da cabeça do céu”  foi gravada no Mirante da Caixa D’Água, na região Centro-Sul de BH. Sobre o uso da câmera acoplada, ela diz: “Nesse caso, eu sou literalmente bailarina e videomaker ao mesmo tempo. Eu sou quase obrigada a pensar nessa relação entre corpo e objeto técnico na ação, para imaginar o que aquela câmera capta e como eu posso mover para gerar alguma imagem”.

As cenas exibem o contraste entre seu cabelo, o céu, a natureza e a cidade no horizonte, a partir do seu movimento. “Realmente, trouxe algo bastante surpreendente em termos de imagem. No início, queria usar quatro câmeras no corpo: nos braços, na cabeça e nas costas. Fiz várias pesquisas de campo, indo até o Mirante, explorando e analisando as possibilidades. Nunca previ que as costas iriam gerar essa imagem que dá para ver o meu cabelo e o céu, que acabou sendo a escolhida. A gente entendeu que a potência estava ali.”

“O olho da cabeça” tem trilha original de Felipe Miranda e assistência de direção de Mariana Razzi. Luísa Machala afirma que abriu mão de uma coreografia mirabolante em detrimento das possibilidades geradas pela câmera acoplada ao corpo. “Não adianta querer rolar no chão, fazer uma abertura e saltar. É outra lógica, então é aceitar a corporalidade e a dança que nasce desse encontro.”

*Estagiário sob supervisão da editora Silvana Arantes

“O olho da cabeça do céu”
Videodança de Luísa Machala. Lançamento nesta quinta (10/06), às 20h30, no canal da bailarina no YouTube


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