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Estado de Minas MÚSICA

No disco 'Meu laiaraiá', Verônica Sabino cai no samba de Martinho da Vila

Neste sábado, live vai reunir a cantora, o violonista Luís Filipe de Lima e o percussionista Marcos Suzano em homenagem ao autor de 'Disritmia'


29/05/2021 04:00

Luis Filipe de Lima e Verônica Sabino buscam oferecer novo recorte sobre a obra de Martinho da Vila (foto: Mills Records/reprodução)
Luis Filipe de Lima e Verônica Sabino buscam oferecer novo recorte sobre a obra de Martinho da Vila (foto: Mills Records/reprodução)

Dando continuidade ao projeto “Nosso samba”, a cantora Verônica Sabino e o compositor, arranjador e violonista Luís Filipe de Lima fazem show on-line neste sábado (29/5), às 21h, com participação do percussionista Marcos Suzano. Martinho da Vila será o homenageado da noite. O repertório terá canções do álbum “Meu laiaraiá” (Mills Records), que o trio gravou ao vivo, disponível nas plataformas digitais.

O projeto “Nosso samba” promove corrente solidária para valorizar artistas dedicados ao gênero. As transmissões ocorrem no canal Sambabook, no YouTube. “Disritmia”, “Ex-amor”, “Canta, canta minha gente”, “Chora viola” e “Quero, quero” ganharão releituras na live. O público poderá contribuir e a receita arrecadada será destinada aos artistas. A agenda prevê shows de Ana Costa e Dorina em 12 e 19 de junho, respectivamente.

BRASILIDADE 
Verônica conta que a homenagem nasceu do profundo encontro dela com a obra de Martinho da Vila. “Se você é brasileiro e nasceu no Rio de Janeiro, deve conhecer pelo menos três sambas dele. É a marca da gente, da brasilidade, de tudo o que faz parte da nossa cultura musical”, diz.

Até hoje a cantora se lembra de um “pocket show mágico”, em que o sambista subiu ao palco tocando pandeiro e cantando. “Na terceira música, o violonista entrou, Martinho fez o show só de voz, violão e pandeiro. Foi ali que a chave virou para mim. Falei: 'Quero fazer isso'. Assim nasceu a ideia do nosso álbum ao vivo. Produtor musical, Filipe é do samba e toca muito”, afirma Verônica.

Como Martinho da Vila compôs o samba “Meu laiaraiá”, Verônica resolveu criar o seu próprio “laiaraiá”. “Quando você penetra na obra de Martinho, mergulha nela pra valer”, diz, explicando que o projeto é muito mais que cantar. “A sensação é de resgatar ser brasileiro, ser carioca, a nossa ancestralidade. É aquilo que me faz feliz, orgulhosa do samba de roda, da solidariedade, da amizade, da liberdade e do carnaval de avenida”, comenta. “Tudo isso traz o sentido de união que me deslumbrou.”

O “disco pandêmico” da cantora traduz o encontro especial dela com Lima e Suzano. “Estamos precisando desse calor, do ao vivo”, afirma, referindo-se aos desafios impostos pela COVID-19. “Isso em vários sentidos, sejam pessoais, políticos ou emocionais. Por outro lado, tem a beleza de você estar conseguindo se reconfigurar”, observa.

Verônica Sabino admite que há dois anos talvez decidisse gravar com Suzano e Lima em estúdio. “Agora, olho o material (do registro ao vivo) e vejo beleza. É como se nossas referências de beleza estivessem nascendo num lugar mais profundo. Isso é muito importante, pois abrimos mão de uma coisa aqui, mas ganhamos em outro lugar, que é onde ficamos mais revelados, desnudados.”

A cantora chama a atenção para as frases de violão de Luís Filipe. “No estúdio, talvez ele fizesse tudo com mais técnica, porém o calor daquele encontro se perderia. A emoção está em jogo ali”, explica. “Você passa a ter um entendimento diferente, outras coisas ganham valor. Por causa disso, conseguimos trazer uma delicadeza às canções.”

Afirmando que o cancioneiro de Martinho é “forte”, ela recomenda audição mais atenta das criações do compositor fluminense. “Todo mundo o associa ao samba, mas ele é balada, samba-canção, forró, choro. Ele é o Brasil.”

O disco “Meu laiaraiá” oferece um outro recorte da obra do compositor fluminense, de 83 anos. “O CD traz alguns sucessos, mas também o lado B de Martinho, canções que as pessoas não conheceram ou de que não se lembram. Eu me encantei com as pouco conhecidas, que são lindas”, revela Verônica.

Bênção 
Nesse processo, ela se aproximou do ídolo. “De repente, ele lançou um disco no ano passado e me convidou para participar. Foi como se estivesse sendo abençoada. Cantei duas músicas com ele no CD ‘Rio, só vendo a vista’, que é deslumbrante. Isso é um aval”, comemora Verônica, que dividiu com Martinho as faixas “O caveira” e “Pensando bem”.

Filha do escritor mineiro Fernando Sabino, ela iniciou sua carreira na década de 1980, na seara da MPB. Verônica confessa: está gostando de seu lado sambista. Macaco Branco, mestre de bateria da Vila Isabel, a estimulou. “Ele disse: ‘Verônica, esse negócio de cantar samba é só cantar. Você não tem que ser do samba, você é do samba’. Martinho abriu a porta, e, de repente, estava eu no estúdio, cantando com ele. Foi tão natural que parecia que nos conhecíamos a vida inteira. Pensei: é este o caminho”, conclui.

“NOSSO SAMBA”
Neste sábado (29/5), às 21h, live com a cantora Verônica Sabino, o violonista Luís Filipe de Lima e o percussionista Marco Suzano. Link para o evento: https://bileto.sympla.com.br/event/
67796/d/99308/s/556325

“MEU LAIARAIÁ”
.Disco de Verônica Sabino, Luís Filipe de Lima e Marco Suzano dedicado à obra de Martinho da Vila
.Nove faixas
.Mills Records
.Disponível nas plataformas digitais




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