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Estado de Minas FOTOGRAFIA

Exposição virtual destaca grandes cenas do Festival de Teatro de Bonecos

Mostra reúne 230 imagens do evento criado pelo bonequeiro Lelo Silva, do grupo Catibrum, que morreu há dois anos. Acervo está disponível no site Foco in Cena


16/05/2021 04:00 - atualizado 16/05/2021 11:15

"Gigantes de ar": festa para a criançada durante o festival que alegrou as ruas da capital mineira (foto: Acervo Guto Muniz/divulgação)

Homenagear o bonequeiro Lelo Silva, que morreu em novembro de 2019, aos 53 anos, vítima de câncer, é a proposta do fotógrafo Guto Muniz com a exposição virtual em cartaz no site Foco in Cena. Com 230 imagens, a mostra relembra os 15 anos do Festival Internacional de Teatro de Bonecos de Belo Horizonte, realizado por Lelo e sua companheira, Adriana Focas, fundadores do grupo Catibrum, na capital mineira.

Com 34 anos de trajetória, Guto Muniz é um dos fotógrafos de artes cênicas mais importantes do país. Ele conta que assim que a quarentena começou, retomou a organização de seu acervo, encontrando registros do festival, ainda não catalogados, com fotos dele, Kika Antunes, Nereu Jr. e de Marco Aurélio Prates.

“Uma exposição virtual que pudesse disponibilizar aquelas imagens para o público, neste momento de pandemia, seria uma boa homenagem ao Lelo, que deixou enorme contribuição para o teatro de animação”, afirma Muniz.

O festival criado por Lelo e Adriana expandiu a visão do público belo-horizontino sobre o teatro de bonecos, diz o fotógrafo. “Além do Giramundo, que já é grande referência para nós, BH teve acesso a espetáculos das mais variadas técnicas trazidos por importantes companhias nacionais e internacionais.”

Cia. Pequod (RJ), Cie. Phillipe Getty (França), Cia. La Cònica/Lacònica (Catalunha/Espanha), Teatro Hugo e Inês (Peru) e Cia. Moving People (Reino Unido) são alguns desses grupos.

A mostra on-line funciona como uma espécie de retrospectiva do festival, que foi realizado de 2005 a 2015. “Só em 2012 não houve edição. Foram 15 seguidas”, comenta Guto.

"O som das cores", espetáculo da Catimbrum Teatro de Bonecos (foto: Acervo Guto Muniz/divulgação)


O fotógrafo diz que Lelo Silva e Adriana Focas ofereceram sua arte mágica a Belo Horizonte. “Fiquei impressionado já na primeira edição, porque me foi apresentado um mundo de sonhos. Os bonecos têm uma vida maravilhosa, a gente sente emoção e algo incrível naqueles personagens”, comenta, destacando a variedade de técnicas exibidas no festival, além do surgimento de vários grupos sob a influência dele.

A mostra, que terá caráter permanente, pode ser conferida no Foco in Cena. “Criei o site em 2012 para hospedar meu acervo. Agora, junto dele estará nossa primeira exposição permanente”, informa, orgulhoso. O arquivo digitalizado de Muniz reúne 12 mil imagens de cerca de 800 espetáculos. Ele planeja digitalizar fotos dos cerca de dois mil que registrou.

Guto conta que cerca de 90% das fotos são assinadas por ele. “Tem também (imagens) da Kika Antunes, Marco Aurélio Prates e do Nereu Jr., amigos que trabalharam comigo não só no festival de bonecos, mas também no Festival Internacional de Teatro e outros eventos abertos ao público. Uma equipe que foi sendo construída no decorrer dos anos.”

Durante a pandemia, Guto está ensinando fotografia. “Dar aulas e organizar meu acervo são as duas principais coisas com que lido neste momento. A partir dessa organização, acabaram surgindo ideias. Estou começando a escrever projetos e a rascunhar algumas coisas, tudo ligado à memória das artes cênicas”, revela.

FESTIVAL INTERNACIONAL DE BONECOS: 15 ANOS
Exposição virtual permanente. Fotos de Guto Muniz, Kika Antunes, Marco Aurélio Prates e Nereu Jr. Confira no site Foco in Cena. Acesso gratuito.

MULTIARTISTA
Lelo Silva, fundador do Festival de Teatro de Bonecos(foto: Acervo Guto Muniz/divulgação)
Lelo Silva, fundador do Festival de Teatro de Bonecos (foto: Acervo Guto Muniz/divulgação)

 Lelo Silva era diretor, manipulador, roteirista e dramaturgo, além de criador dos bonecos da Catibrum Teatro de Bonecos, fundada em 1991. O grupo pesquisa técnicas de manipulação, com espetáculos baseados nas manifestações populares brasileiras. A companhia apresentou “Homem voa?”, “O som das cores” e “Dom João – A invenção do Brasil”, entre outras peças. Lelo era também coordenador e curador do Festival Internacional de Teatro de Bonecos (FITB).


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