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Estado de Minas SÉRIE

Segunda temporada de 'Pose' aposta em tempos melhores

Série criada por Ryan Murphy, que agora se passa em 1990, estreia na Netflix. Com 'Vogue', de Madonna, protagonista acredita que baile deixará o underground


01/01/2021 04:00 - atualizado 01/01/2021 07:11

(foto: Netflix/Divulgação)
(foto: Netflix/Divulgação)
A virada de um ano, quanto mais de uma década, costuma representar uma esperança por tempos melhores. É se fiando nisto que Pose dá início à sua segunda temporada. A produção do FX aportou no Brasil no início de 2020 no Fox Premium, mas sua chegada, nesta sexta (1º de janeiro), à Netflix, promete dar uma nova visibilidade à narrativa criada por Ryan Murphy – um terceiro ano está confirmado para 2021, sem data de lançamento.

É em 1990, três anos depois da temporada inicial, que a nova leva de episódios se situa. O cenário é bastante divisivo para os dois protagonistas, Blanca (Mj Rodriguez) e Pray Tell (Billy Porter), ambos negros, LGBT e portadores do vírus HIV.

Com o lançamento de Vogue, de Madonna, Blanca realmente acredita que a cultura dos ballrooms (bailes criados pela população homossexual e trans de Nova York nos anos 1980) deixarão o underground para chegar ao grande público – afinal, a inspiração da Rainha do Pop para o hit veio justamente dali.
Por outro lado, já são anos em que a Aids, a peste do fim do milênio passado, dizima a população e não há uma cura próxima. Na sequência inicial, Pray e Blanca vão de barco até Hart Island, ao norte do Bronx, onde vítimas da doença que não têm dinheiro são enterradas como indigentes. Não conseguem sequer identificar os corpos. Pequenas pedras com os nomes das vítimas são depositadas numa área aberta; uma imagem forte surge na tela assim que a câmera explora as milhares de pedrinhas colocadas no local.

A morte cada vez mais próxima – Pray contabiliza mais de 200 enterros nos últimos anos – mexe com o personagem, que, com a ajuda de sua amiga Judy (Sandra Bernhard), começa a se engajar no Act Up (Aids Coalition to Unleash Power). 

Mais conhecido movimento de mobilização da comunidade gay contra a pandemia foi criado em 1987 em Nova York. Já no primeiro episódio há uma sequência que recupera uma histórica manifestação do grupo, que invadiu uma missa do conservador cardeal John O’Connor na tradicional Catedral de St. Patrick.

Desde sua estreia, há dois anos, Pose fez história por ser a série de TV com o maior elenco LGBT já então produzida. Com um Emmy de melhor ator dramático para Billy Porter, a produção acompanha os dramas de personagens marginalizados naquele período. São muitas tragédias, mas elas nunca vão longe demais, já que a capacidade de dar a volta por cima marca boa parte dos personagens.

PROSTITUTA 

E também não haveria sentido, pois o cenário dos bailes – sempre colorido, ruidoso, exagerado – é a razão de ser da série. A segunda temporada ainda destaca Angel (Indya Moore), a jovem prostituta trans que pretende deixar as ruas para tentar carreira na moda (nunca podemos nos esquecer que os anos 1990 foram a era das supermodelos). O começo não vai ser nada fácil, é o que ela descobre rapidamente ao se deparar com um fotógrafo cheio de más intenções.

O que faz de Pose única no universo das séries é contar uma história de amor e dor como nenhum outro programa atual poderia fazer. São risos e lágrimas com muitas purpurina e música pop, o que sempre garante um tom otimista à produção.

POSE
A segunda temporada, com 10 episódios, está disponível a partir desta sexta (1º de janeiro), na Netflix. 


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