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Estado de Minas CINEMA

Filmes brasileiros conquistam espaço na Netflix

Os longas 'Alice Júnior', 'Permanência' e 'A cidade onde envelheço' se destacam por apostar em olhares diferenciados sobre o país


26/10/2020 04:00 - atualizado 26/10/2020 07:41

Em Alice Júnior, Anne Celestino, Surya Amitrano e Matheus Moura interpretam jovens às voltas com a intolerância(foto: Netflix/divulgação)
Em Alice Júnior, Anne Celestino, Surya Amitrano e Matheus Moura interpretam jovens às voltas com a intolerância (foto: Netflix/divulgação)

Atualizado semanalmente, o catálogo da Netflix está cada vez mais variado no quesito produções brasileiras. Além das séries originais – aposta que vem ganhando força –, a plataforma de streaming se destaca pela seleção de bons filmes que endossam a qualidade do cinema nacional.

Recém-chegada à Netflix, a comédia Alice Júnior (2019) é um deles. Dirigido por Gil Baroni, o filme acompanha a youtuber trans Alice (Anne Celestino), que vive no Recife e tem uma legião de fãs. Certo dia, seu pai (Emmanuel Rosset) é transferido a trabalho para o interior do Paraná e a jovem se vê obrigada a deixar a rotina para trás.

Na nova cidade, ela acaba matriculada num colégio religioso e passa a enfrentar a intolerância da diretora e o preconceito dos estudantes. Aos poucos, Alice conquista a atenção e a amizade dos colegas, mas se vê obrigada a superar alguns desafios.

No longa Permanência, Irandhir Santos e Rita Carelli vivem um casal que retoma antiga paixão(foto: Vitrine Filmes/divulgação)
No longa Permanência, Irandhir Santos e Rita Carelli vivem um casal que retoma antiga paixão (foto: Vitrine Filmes/divulgação)
 

O filme passa longe das inovações de linguagem, repetindo elementos vistos inúmeras vezes na história do cinema. Entretanto, o fato de ter como figura central uma personagem (e atriz) trans dá a ele uma importância que não pode ser deixada de lado.

Divertido, Alice Júnior abusa de elementos visuais e do carisma da protagonista para mostrar, de forma bastante didática, o que é ser transexual. Alice é segura de si, determinada, sabe o que quer e combate seus detratores, muitas vezes com o apoio do pai.

Francisca Manuel e Elizabete Francisca contracenam em A cidade onde envelheço, rodado em BH(foto: Bianca Aun/divulgação)
Francisca Manuel e Elizabete Francisca contracenam em A cidade onde envelheço, rodado em BH (foto: Bianca Aun/divulgação)
 

Lançado em setembro de 2019 durante o Festival de Vitória, o longa teve uma trajetória de sucesso em eventos ligados ao cinema. Alice Júnior foi exibido na mostra Geração, no 21º Festival do Rio, conquistando os prêmios Felix de melhor direção, e do júri popular. A estreia internacional ocorreu em fevereiro deste ano, durante o Festival Internacional de Cinema de Berlim.

AMOR

Outro longa recém-chegado à Netflix é Permanência (2014), de Leonardo Lacca. O filme conta a história do fotógrafo pernambucano Ivo (Irandhir Santos), que viaja a São Paulo para lançamento de sua primeira exposição solo e se hospeda na casa de Rita, um amor do passado (Rita Carelli), agora casada e com a vida aparentemente nos eixos.

O reencontro dá sinais de que a antiga paixão não acabou. Durante os preparativos para a exposição, situações vivenciadas por Ivo e um rápido encontro com o pai abrem os olhos do fotógrafo para uma nova realidade. Eis aí um dos charmes dessa história, que, vagarosamente, revela segredos do passado.

Espécie de extensão do curta Décimo segundo (2007), protagonizado pelos mesmos atores e também escrito e dirigido por Lacca, o longa aborda encontros e desencontros nas relações humanas e a dificuldade de mantê-las – seja entre casais, profissionais, pai e filho ou mesmo um flerte.

Tendo como pano de fundo um certo contraponto entre o tradicional e o moderno, evidenciado pela resistência de Ivo às câmeras digitais, o roteiro investe nos diálogos curtos com alguma dose de humor.

Permanência prende desde a primeira sequência, que retrata a tensão sexual entre Ivo e Rita. Construído também com silêncios, o filme é marcado por cortes secos. A boa trilha assinada por Cláudio N. e Carlos Montenegro mantém o clima dramático. Tudo isso caminha para o final nada previsível.

MINAS

Destaque do cinema mineiro, A cidade onde envelheço (2016), de Marília Rocha, segue em cartaz na Netflix. O filme conta a história de Francisca (Francisca Manuel), jovem portuguesa que vive no Brasil e recebe em casa a amiga Teresa (Elizabete Francisca), com quem perdera contato.

A partir desse encontro, surge uma forte ligação entre elas: enquanto uma lida com a saudade irremediável de casa, a outra embarca em aventuras num país desconhecido.

Emotivo e sensível, o longa de Marília Rocha faz um passeio pela Região Central de Belo Horizonte, explorando bem as diferenças culturais entre Brasil e Portugal e o choque de personalidades das protagonistas.

naturalidade das atuações e dos diálogos impressiona. São conversas e interações envolventes e espirituosas. Tudo embalado pela trilha sonora diegética, que usa o som direto e passa a sensação de realidade crua.

Não à toa, a produção foi premiada em quatro categorias no Festival de Brasília em 2016: filme, direção (Marília Rocha), ator coadjuvante (Wederson Neguinho) e atriz (Elizabete Francisca e Francisca Manoel).

EM CARTAZ

»  ALICE JÚNIOR 
Direção: Gil Baroni. Com Anne Celestino, Emmanuel Rosset, Surya Amitrano e Matheus Moura. 12 anos. Disponível na Netflix. 87min.

»   PERMANÊNCIA
Direção: Leonardo Lacca. Com Irandhir Santos, Laila Pas, Rita Carelli, Silvio Restiffe e Genesio de Barros. 14 anos. 85min.

»   A CIDADE ONDE ENVELHEÇO
Direção: Marília Rocha. Com Elizabete Francisca Santos, Francisca Manuel, Wederson Neguinho, Paulo Nazareth e Jonnata Doll. 12 anos. 99min. 


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