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Estado de Minas

Em crise, Cirque du Soleil fecha acordo para ser vendido

Maiores investidores vão assumir o grupo, mergulhado em dívidas pesadas e impactado pela pandemia de coronavírus


18/07/2020 04:00 - atualizado 17/07/2020 19:31

Cena do espetáculo Crystal: grupo tinha mais de 20 produções em turnê pelo mundo, suspensas por causa da COVID-19(foto: GINTS IVUSKANS/AFP %u2013 15/1/20)
Cena do espetáculo Crystal: grupo tinha mais de 20 produções em turnê pelo mundo, suspensas por causa da COVID-19 (foto: GINTS IVUSKANS/AFP %u2013 15/1/20)

 
A companhia canadense Cirque du Soleil aceitou uma oferta de compra de seus credores, que servirá de base para seu leilão em agosto. O acordo prevê que eles vão adquirir "quase todos os ativos", anunciou em um comunicado a companhia de entretenimento.
 
O convênio substitui a oferta de compra que a companhia sediada em Montreal concluiu no fim de junho com seus atuais acionistas, os fundos americanos TPG e Chinese Fosun, assim como com a Caisse de depot et place, de Quebec.
 
Fundado em Quebec em 1984, o Cirque du Soleil teve de cancelar 44 produções em várias regiões do mundo em março e demitir 4.679 acrobatas e técnicos, 95% de seus funcionários. A maioria deles foi dispensada no fim de junho, quando o grupo pediu proteção judicial.
 
Segundo o jornal Globe and Mail, o acordo em torno da nova oferta, cuja formalização seria validada ontem no Tribunal Superior de Quebec, responsável por supervisionar a reestruturação, estabelece que os credores vão injetar entre US$ 300 milhões (o equivalente a R$ 1,6 bilhão) e US$ 375 milhões e vão acordar reduzir a dívida garantida do circo de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,92 bilhão) para US$ 300 milhões (em torno de R$ 2 bilhões).
 
Os termos garantem a manutenção da sede central do grupo em Montreal por pelo menos os próximos cinco anos. A oferta anterior de compra de acionistas foi cancelada.
 
"Estamos muito contentes de ter chegado a este acordo com o Cirque du Soleil", disse Gabriel de Alba, diretor-gerente do fundo canadense Catalyst Capital Group, o maior credor da companhia artística. "A cooperação do grupo de credores foi extraordinária para alcançar nosso objetivo de recapitalizar e revitalizar o circo".
 
Outros investidores planejam oferecer mais para adquirir o circo antes de 18 de agosto, data-limite para apresentar uma oferta. Entre eles se destacam seu fundador, o ex-engolidor de chamas Guy Laliberté, que o vendeu em 2015, assim como o império midiático Quebec Quebecor.

CRISE ANTIGA A pandemia de coronavírus parece ter sido o golpe definitivo para um grupo que contabilizava uma dívida equivalente a 815 milhões de euros (cerca de R$ 5,015 bilhões) nos últimos cinco anos e, nos bastidores, enfrentava uma disputa pesada entre seus proprietários.
 
Só em restituição por ingressos previamente vendidos para mais de 20 espetáculos que estava em turnê e suspensos por causa do coronavírus, havia um montante equivalente a 150 milhões de euros (em torno de R$ 923 milhões). Houve aporte tanto de investidores, que injetaram 182 milhões de euros (R$ 1,1 bilhão) nos últimos meses, além de 45 milhões de euros (R$ 277 milhões) de crédito cedidos pelo governo do Québec, mas que não foram o bastante para dar estabilidade à companhia. (afp)


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