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Estado de Minas QUARENTENANDO

A bailarina Priscila Patta usa os dias de isolamento para criar

Fundadora da Rede Sola de Dança diz que a crise provocada pela pandemia é oportunidade para rever prioridades e conceitos. Grupo promove a live 'Vamos Conversar?' no Instagram


postado em 31/05/2020 04:00

A bailarina Priscila Patta diz que apesar do confinamento é preciso buscar energia para trabalhar (foto: Pablo Bernardo/divulgação)
A bailarina Priscila Patta diz que apesar do confinamento é preciso buscar energia para trabalhar (foto: Pablo Bernardo/divulgação)

“Quando falo, fica parecendo que sou a Alice no País das Maravilhas. Não quero romantizar, mas, para mim, o isolamento está sendo positivo. Venho conseguindo lidar com isso”, afirma a atriz e dançarina Priscila Patta a respeito destes dias de quarentena. “Tomara que essa minha fala seja capaz de tirar um pouco da culpa das costas de outras pessoas que também se sentem assim.”

A pandemia trouxe imensas complicações – e ela está consciente disso. “Eu posso fazer quarentena. Então, me sinto privilegiada neste lugar. Posso ficar na minha casa, onde me sinto acolhida. Mas sei que há pessoas em outros contextos”, afirma Priscila. “Gosto de frisar isso para não parecer que estamos romantizando este momento. Temos de pôr o pé no chão.”

A artista tem revisto as prioridades de sua vida. “Faço coisas que nunca fiz, pois vamos hierarquizando (os hábitos). Aproveito a quarentena para tirar essa hierarquia. Finalmente chegou o momento em que tenho tempo para fazer as coisas”, observa.

Ela dedica seu tempo ao Fórum da Dança de BH, a leituras e a assistir a lives de dança e séries medievais ao lado do pai. Também cozinha, faz pequenos reparos em casa e cuida da Rede Sola de Dança. “Estou me sentindo muito produtiva, mas não como uma necessidade. Pra mim, é uma demanda natural.”

Em 2015, Priscila, Lucas Medeiros, Duna Dias e Ítalo Augusto criaram a Rede Sola. “Já são cinco anos. Desde dezembro, estávamos pensando na comemoração. Tínhamos feito um cronograma de lives e o antecipamos por causa da pandemia”, conta.

Desde abril, as apresentações são realizadas às quartas e sábados, no Instagram (@redesoladedanca). O projeto Vamos Conversar? já recebeu Paulo Baeta, Alan Keller e Dudude Herrmann, entre outros artistas. “A receptividade foi muito além do que a gente esperava. Pelas respostas dos convidados e das pessoas, o formato da nossa live – uma conversa, não uma entrevista – tem agradado”, comemora.

“A conversa flui solta, a gente pode falar de tudo. A Dudude ficou lá mostrando os óculos que comprou para a noite, falou dos bolos que está fazendo. Cada vez mais, temos vontade de ouvir as histórias reais das pessoas”, explica Priscila. Inicialmente, o cronograma do projeto iria até junho, mas deve ser prorrogado, pois artistas estão pedindo para participar.

Em dezembro, no mês de seu aniversário, a Rede Sola promoverá uma semana de atividades culturais em BH, como residência artística, espetáculos e mostra de videodança.

É preciso determinação para planejar ações neste período de pandemia. “Já estamos criando os planos A, B, C e D. O papo de que é na crise que criamos tem um fundo de verdade. Seria ideal que não precisássemos passar tanto aperto, mas situações assim põem a gente para pensar. Não pode ter corpo mole”, brinca Priscila. “É melhor juntar um bando de gente do que fazer sozinho”, conclui, referindo-se à filosofia adotada pela Rede Sola.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria


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