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Série discute a inclusão na era de ouro de Hollywood

Assinada por Ryan Murphy, criador de 'Glee', trama mostra roteirista gay, atriz negra, diretor filipino e até Rock Hudson em busca de um lugar ao sol na meca do cinema


postado em 01/05/2020 04:00

Jeremy Pope e Darren Criss interpretam um roterista gay negro e um diretor filipino em busca do sucesso(foto: SAEED ADYANI/DIVULGAÇÃO)
Jeremy Pope e Darren Criss interpretam um roterista gay negro e um diretor filipino em busca do sucesso (foto: SAEED ADYANI/DIVULGAÇÃO)
E se tudo tivesse sido diferente? É esse o pressuposto de Hollywood, minissérie que a Netflix lança nesta sexta-feira (1º). Criação de um dos grandes nomes da produção televisiva atual, Ryan Murphy (Glee, American horror story, Feud), aqui com seu parceiro Ian Brennan, a série tenta imaginar uma Hollywood inclusiva durante os chamados anos de ouro do cinema.

É o período do pós-guerra que assiste à chegada de cinco personagens em busca do sucesso em Los Angeles. Jack Castello (David Corenswet) é um jovem recém-casado, à espera do primeiro filho, que sonha com o estrelato. Carismático, seu physique du rôle ideal para as câmeras acaba se sobrepondo à pouca inteligência. Tentando, sem sucesso, um papel de extra, acaba ganhando o sustento como atendente em um posto de gasolina, que, na verdade, é fachada para um negócio de prostituição de luxo.

Em suas andanças, Jack conhece Archie Coleman (Jeremy Pope), gay e negro. Roteirista, ele tenta, no início da narrativa, emplacar um filme com uma protagonista oriental, algo impensável para a Hollywood excludente da época. Atendendo homens no posto de gasolina, Archie conhece outro aspirante a ator que, com dificuldades de enfrentar a própria sexualidade, no futuro se tornará Rock Hudson. Ao trio se junta o jovem diretor de ascendência filipina Raymond Ansley (Darren Criss), namorado da atriz negra Camille Washington (Laura Harrier).

Esse grupo tentará fazer a primeira produção inclusiva de Hollywood. O caminho não é fácil, obviamente. Ao longo dos episódios vamos acompanhando os percalços dos jovens no Ace Pictures – que lembra muito a Warner Pictures, inclusive com a caixa d’água que se tornou o símbolo do estúdio de Casablanca. Em sua primeira ponta no cinema, Camille faz uma pequena cena no papel de empregada. É logo interrompida, e o diretor lhe pede um ar mais jocoso, subserviente.

Os meios para que o grupo chegue lá são, por vezes, um tanto controversos. Jack só consegue audição no Ace porque divide a cama com Avis Amberg (Patti LuPone), mulher do presidente do estúdio. Hudson ganha esse nome e um contrato depois da reunião com o agente Henry Wilson (outro personagem real que a série recupera, aqui interpretado por Jim Parsons), que termina com uma sessão de felação.

Hollywood é uma carta de amor de Ryan Murphy à indústria que agora se vê enredada justamente pelo modelo criado pela gigante de streaming que lança a minissérie. Isso é um tanto irônico. Entre algum drama (por vezes com ar novelesco), mas com reconstituição de época primorosa e boas interpretações (o Archie de Jeremy Pope é o destaque), a atração tenta refazer a história dando justiça a muitos que passaram ao largo dela por causa de preconceito e valores ultrapassados.

HOLLYWOOD
Sete episódios
Netflix
Estreia nesta sexta (1º)


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