(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Cantora Dua Lipa resgata a era disco no álbum 'Future nostalgia'

Artista britânica lança trabalho maduro e autoral, driblando a pasteurização que dominou o pop nos últimos anos


08/04/2020 04:00 - atualizado 07/04/2020 21:19

Em outubro de 2019, quando lançou Don't start now, primeiro single do que viria a ser o seu segundo álbum, a britânica Dua Lipa não poderia imaginar que um dos versos do refrão se encaixaria tão bem ao momento atual. “Não apareça, não saia de casa”, canta ela, na música que, na verdade, fala sobre superar o coração partido.

A segunda faixa do recém-lançado Future nostalgia renova o papel da cantora como a voz empoderada do pop, algo que Dua deve ao hit New rules, destaque do álbum batizado com o nome dela e lançado em 2017.

Por sinal, é nesse novo trabalho que Dua Lipa resgata a era disco para interpretá-la a partir de – com o perdão do trocadilho – novas regras. Linhas de baixo poderosas, versos pegajosos e a sempre presente guitarra funkeada, bem ao estilo Nile Rodgers, provam que a cantora fez a lição de casa, amadureceu e produziu material muito próprio, que vai contra fórmulas manjadas que pasteurizaram a música pop nos últimos anos – levando alguns até a declarar a sua morte.

Future nostalgia abre o disco. Já no primeiro verso, pontua: “Você quer uma música atemporal/ Eu quero mudar esse jogo”. Depois de Don't start now, Cool traz um respiro na sonoridade acelerada e é seguida por Physical, cujo refrão explosivo tem tudo para transformar esta canção em sucesso radiofônico e nas plataformas de streaming.

Levitating é a faixa menos futurista, enquanto Pretty please resgata as linhas de baixo fortemente presentes no álbum misturadas a guitarras e synths. Hallucinate transporta o ouvinte de volta à pista de dança em grande estilo.

Love again presta justa homenagem à era disco e se prende à sonoridade reverenciada, o que lhe confere semelhança com o que já foi feito por Gloria Gaynor e Donna Summer. A nona faixa, Break my heart, a pérola do trabalho, reassume a fórmula retrô-futurista. Já Good in bed destoa de todo o disco e faz referência ao sarcasmo dos britânicos. Boys will be boys fecha o álbum com levada mais lenta, o que lhe confere uma aura reflexiva adornada pelo coro de vozes do refrão.

Longe de cair em receitas pré-fabricadas, Future nostalgia apresenta para as novas gerações o estilo clássico da música disco, mas toma para si o papel de catalisar o futuro do pop por meio de uma estética nova, ainda que nostálgica.

O resultado é uma viagem ao passado que potencializa as boas características da música de outrora para criar sonoridade bastante atual. Temos então, talvez, um dos melhores discos do ano. 

FUTURE NOSTALGIA
.Dua Lipa
.Warner Music UK
.Disponível nas plataformas digitais




receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)