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Estado de Minas

Quando o cinema se confunde com a realidade

Séries e filmes que exploram temas como confinamento, solidão e ameaça à vida humana ganham força entre o público nestes tempos de coronavírus


postado em 06/04/2020 01:00

Thriller de horror que retrata o drama coletivo numa prisão vertical, O poço figura entre os longas mais vistos da Netflix nos últimos dias(foto: NETFLIX/DIVULGAÇÃO)
Thriller de horror que retrata o drama coletivo numa prisão vertical, O poço figura entre os longas mais vistos da Netflix nos últimos dias (foto: NETFLIX/DIVULGAÇÃO)
O longa espanhol O poço, produção original da Netflix, estreou mundialmente na plataforma de streaming em 20 de março, quando a quarentena se impunha sobre o Ocidente, diante do avanço global do novo coronavírus. Coincidência ou não, o thriller de horror sobre uma prisão que confina pessoas em celas à beira de um grande e misterioso abismo não saiu da lista dos dez mais vistos no serviço. A empresa não costumava divulgar dados relacionados à sua audiência, mas recentemente inaugurou a ferramenta ‘Top 10’, que mostra o que está sendo mais acompanhado em cada país. No Brasil, os dias de isolamento residencial também promoveram o já conhecido Epidemia, de 1995, ao grupo dos mais acessados. Se os filmes se tornam um importante recurso nos dias em casa, a própria situação de distanciamento social parece ser um tema de grande interesse, que já apareceu muitas vezes no cinema.

Não demorou muitos dias para O poço virar tendência também nas redes sociais. Sob direção de Galder Gaztelu-Urrutia, a história ficcional escrita por David Desola e Pedro Rivero mostra um experimento antropológico que encarcera pessoas, aos pares, em uma prisão vertical em que todas as celas são conectadas por um enorme fosso. Por ele, diariamente desce uma plataforma, pavimento por pavimento, com um farto banquete. Os detentos têm alguns poucos minutos para comer o que quiserem, sem poder retirar nada dali. Se essa regra é desrespeitada, a temperatura do confinamento é aumentada ou diminuída de forma mortal. O que sobra de uma cela desce para a outra, sucessivamente. Os personagens não sabem ao certo quantos andares existem, mas a cada mês são deslocados – para cima ou para baixo. E é óbvio – palavra mais repetida no longa – que, quanto mais abaixo, menos se come.

Todas as cenas se passam nesse confinamento e o protagonista Goreng (Iván Massagué) tenta mudar as coisas, depois de viver experiências aterrorizantes lá dentro. Muito exaltado por sua forte crítica social, mas também depreciado por falhas no roteiro (no Metacritic, que calcula a média das avaliações da crítica internacional, a nota é 7,3), o lançamento ainda assim entra para a lista de filmes que abordam a condição humana no extremo do isolamento.

Outros olhares

No topo do poder
Com premissa parecida com a de O poço, No topo do poder (2016) também traz pessoas isoladas em uma grande construção vertical. No entanto, uma torre luxuosa e confortável – pelo menos para os mais privilegiados moradores dos andares de cima. Nem por isso os conflitos deixam de aparecer, quando falhas de manutenção ocorrem e as necessidades impostas geram o caos entre os moradores, revelando também um forte contraste entre as classes. Dirigido por Ben Wheatley e estrelado por Tom Hiddleston, o filme é baseado em livro de mesmo nome, escrito por J. G. Ballard.
>> Onde: Netflix
(foto: Barry Wetcher/SMPSP/Warner Bros )
(foto: Barry Wetcher/SMPSP/Warner Bros )

Eu sou a lenda
Uma doença devastadora também pode implicar em solidão absoluta. Ou melhor, antes fosse absoluta. É o caso da ficção estrelada por Will Smith, lançada em 2007. Depois de uma epidemia dizimar o planeta, seu personagem vive em uma Nova York deserta e sua rotina consiste em passar o dia procurando outros sobreviventes pelas ruas vazias da ex-metrópole. Porém, ele não está totalmente sozinho e as noites são angustiantes e aterrorizantes.
>> Onde: Netflix e sob demanda nas operadoras de TV

Fim dos tempos
Neste longa de 2008, dirigido por M. Night Shyamalan, diante de uma misteriosa onda do que parecem ser suicídios coletivos nas grandes cidades, um professor de ciências vivido por Mark Wahlberg reúne sua família para escapar de Nova York. A ameaça se mostra ainda mais complexa e a sobrevivência dependerá do isolamento em grupos.
>> Onde: Telecine Play e sob demanda nas operadoras de TV
(foto: Warner/divulgação )
(foto: Warner/divulgação )

Contágio
O filme de Steven Soderbergh, lançado em 2011, é apontado como uma das tramas mais próximas à realidade do novo coronavírus. A ficção de elenco estrelado, que inclui Jude Law, Gwyneth Paltrow, Kate Winslet e Matt Damon, conta sobre uma epidemia que começa na Ásia e logo se espalha pelo planeta, matando milhões em poucos dias. O clima de apreensão, suspense e até horror criado na história se deve em especial às ruas desertas e abandonadas, aeroportos fechados, entre outros desdobramentos da quarentena geral.
>> Onde: HBO GO e sob demanda nas grandes operadoras de TV

Ao cair da noite
Em outros casos, a ficção se mistura com o horror, sob outras perspectivas, para explorar os dramas da solidão ou do convívio em um grupo restrito diante do perigo. Um exemplo é Ao cair da noite (2017), de Trey Edward Shults. Quando uma ameaça letal à saúde global está lá fora, um pai se encontra seguro e protegido com mulher e filhos em sua confortável casa, até que outra família aparece desesperada pedindo abrigo. Como lidar com a situação?
>> Onde: Netflix e sob demanda nas operadoras de TV
(foto: universal/DIVULGAÇÃO)
(foto: universal/DIVULGAÇÃO)

O iluminado
Outro caso é o clássico suspense de Stanley Kubrick, estrelado por Jack Nicholson. No filme lançado em 1980, seu personagem aceita o desafiador emprego de cuidar de um hotel distante e desativado, durante o inverno. Ele leva mulher e filho, mas os dias de isolamento reservam surpresas assustadoras para a família, em uma trama que 
explora as tensões psicológicas causadas pela solidão e pelo distanciamento social.
>> Onde: HBO GO e sob demanda nas operadoras de TV

O quarto de Jack
O isolamento no cinema nem sempre está atrelado a uma epidemia ou a um mal misterioso que destruirá o planeta. Em O quarto de Jack (2016), Brie Larson e Jacob Tremblay são uma mãe e um filho de 5 anos que vivem confinados em um cômodo desde o nascimento do garoto. Sem contato com o mundo exterior, a não por uma claraboia e pela estranha presença do homem que os mantém em cativeiro, ela bola um plano para tentar fugir. O papel rendeu o Oscar de melhor atriz para Larson.
>> Onde: Looke

Náufrago
Para quem prefere uma abordagem mais leve sobre estar só, sem contextos que envolvam grandes ameaças apocalípticas ou doenças contagiosas, tão presentes nos noticiários atuais, o drama com Tom Hanks é uma opção. Lançado em 2001, o filme mostra a rotina de sobrevivência de um homem 
em uma ilha deserta, depois de sobreviver a um acidente aéreo.
>> Onde: sob demanda nas operadoras de TV
(foto: warner/DIVULGAÇÃO)
(foto: warner/DIVULGAÇÃO)

A luz no fim do mundo
Cenários apocalípticoshá muito fazem parte do imaginário cinematográfico. O filme 
dirigido e estrelado por Casey Affleck é um exemplo. Lançado em 2019, o longa se passa em um mundo devastado por um vírus que matou quase todas as mulheres. A filha do personagem de Affleck é uma das raras sobreviventes e o pai tenta esconder a garota. O conflito de informações entre os dois é o que 
guia o suspense.
>> Onde: sob demanda nas operadoras de TV


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