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Estado de Minas

'The good place' dá uma aula de filosofia por meio do humor

Exibida na Netflix, série discute ética por meio da protagonista Eleanor (Kristen Bell), do arquiteto Michael (Ted Danson) e do professor Chidi (William Jackson Harper)


06/12/2019 04:00

 William Jackson Harper e Kristen Bell: professor e aluna (foto: NBC/divulgação)
William Jackson Harper e Kristen Bell: professor e aluna (foto: NBC/divulgação)
A série The good place, produção da NBC, parte de uma premissa simples. Após a morte, Eleanor (Kristen Bell) acaba no Lugar Bom, mas percebe que deveria estar, na verdade, no Lugar Ruim, devido ao seu mau comportamento. A partir daí a personagem tenta se tornar uma pessoa melhor para justificar sua presença no Lugar Bom.

Para isso, Eleanor passa a ter aulas de ética com o professor Chidi (William Jackson Harper), e é aproveitando esse contexto, com forte dose de comédia, que a série de Michael Schur aborda diversos filósofos que trabalham com a questão da ética, em meio a diversos problemas que Eleanor e seus amigos precisam resolver.

No Brasil, a Netflix disponibiliza semanalmente os episódios da quarta e última temporada da atração. Para a professora Silvana de Souza Ramos, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), a série consegue abordar bem as questões em torno da ética, sem cometer erros. Para ela, o contexto do pós-morte é interessante, pois gera “uma situação experimental, permitindo simplificar as teorias”. E completa: “Não dá para dizer que tem um erro, tem uma simplificação.”

A produção apresenta os pensadores Thomas Hobbes, Nicolau Maquiavel, Platão e Aristóteles, e consegue inserir nos episódios correntes de pensamento como utilitarismo, contratualismo e niilismo. A professora elogia o tom cômico: “O humor é bem utilizado, pois às vezes pode ser complicado tratar de questões muito pesadas ligadas à ética”. Ramos dá como exemplo o episódio Crise existencial, em que Michael (Ted Danson), arquiteto responsável por um dos “bairros” do Lugar Bom, passa por um conflito ao refletir sobre a vida eterna e as consequências de suas ações.

“A comédia é um recurso interessante para falar de algo muito difícil – morte, perda, luto – e a série aborda questões existenciais de forma divertida. Torna leve o que é muito complicado”, observa a professora. De acordo com ela, no geral, o humor é às vezes utilizado de forma agressiva e trata questões difíceis de forma violenta, o que não ocorre em The good place.

Silvana Ramos enaltece a humanização de Chidi, que dá aulas de filosofia a Eleanor. Se em teoria há a visão de que o professor, por ter todo o conhecimento, seria um líder nesse aspecto, “na trama vai se revelando que ele não conseguiu colocar nada do que aprendeu em prática. Tinha todos os critérios éticos e não tomou nenhuma decisão. Isso ridiculariza o detentor do saber, o que é interessante”, conclui. (Agência Estado)


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