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Estado de Minas DOCUMENTÁRIO

Filme de Thaís Inácio estreia neste domingo, no MIS Cine Santa Tereza

Rodado no Quilombo Vila Nova e em São Gonçalo do Rio das Pedras, documentário conta a história de um garotinho que decide fazer cinema, do seu jeito, com o celular


postado em 01/12/2019 04:00

O pequeno João Bernardo inspirou o filme Não sei qual cidade se passa aos olhos dele (foto: Paula Melo/Divulgação)
O pequeno João Bernardo inspirou o filme Não sei qual cidade se passa aos olhos dele (foto: Paula Melo/Divulgação)

Uma família vai para outra cidade. O pai planeja um curta-metragem com o filho, mas o menino deseja fazer o seu próprio filme usando o celular. Desse conflito surgiu Não sei qual cidade se passa aos olhos dele, documentário dirigido por Thaís Inácio, que estreia neste domingo (1º/12), no MIS Santa Tereza. A produção mineira contra com participações especiais do músico Sérgio Pererê e do ator Marcus Liberato.

Família, matriarcado, comunidade e afeto são temas abordados no documentário rodado em São Gonçalo do Rio das Pedras e no Quilombo Vila Nova, no Alto Jequitinhonha. Tudo começou em 2015, quando Thaís dirigiu um curta para uma peça de teatro. “Passei a pensar em um outro recorte – não do ponto de vista desse filme, mas a partir de questões vividas no set, como a resistência do menino João Bernardo em atuar. Na época, ele tinha 5 anos e era o personagem principal”, conta ela

João, o pai, o diretor Jean Mendonça, e a mãe, Adriani, haviam se mudado do Rio de Janeiro para o quilombo durante o processo de criação da peça Áurea, a lei da velha senhora. O menino faria o papel de Negrinho no curta associado ao projeto.

Duas coisas chamaram a atenção da diretora. “A primeira foi o ator mirim, que me fez lidar com outra natureza de atuação, ao mesmo tempo em que João propunha suas próprias questões. Ele se propunha filmar algumas partes, mas discordava da morte do personagem dele. Achei isso interessante, pois se tratava de uma outra representatividade.”

A atitude do garoto trouxe a Thaís novas ideias. “A partir do personagem dele, comecei a recuperar imagens que havíamos gravado para o curta em São Gonçalo do Rio das Pedras. Vi uma outra perspectiva. Esse filme surgiu muito do processo de entender o que aconteceu lá. E do quanto aquilo poderia ser até mais rico do que o material que fomos gravar.”

Na época, João era uma criança tímida, lembra Thaís. “Não era uma coisa muito clara, e ele também nunca assumiu a vontade de só filmar. Às vezes, propunhamos alguma cena e ele fazia grande parte dela. Então, começamos a trabalhar com o que João queria, e em outras partes ele já interferia um pouco mais. Não era algo pensado, ele tinha apenas 5 anos”, relembra.

Dona Ilídia, moradora do Quilombo Vila Nova(foto: Paula Melo/Divulgação)
Dona Ilídia, moradora do Quilombo Vila Nova (foto: Paula Melo/Divulgação)

FICÇÃO

Não sei qual cidade... mistura ficção e documentário. “Acabamos usando os dois métodos, pois a participação da cidade veio muito através da metodologia documental”, conta a diretora. Jean Mendonça lembra que se trata do desdobramento do material de filmagem do curta realizado para Áurea, a lei da velha senhora. “Inicialmente, a ideia era só um curta. Chegando lá no Quilombo Vila Nova, nos deparamos com a riqueza do lugar, seus habitantes, tinha a dona Ilídia, de 100 anos. Entendemos que seria ali o set de filmagem e o roteiro sofreria alterações.”

O contato com o povo da região foi fundamental. “A partir da demanda para a peça, fomos a São Gonçalo do Rio das Pedras. Trouxemos de lá um material tão rico que atendeu tanto a necessidade da montagem quanto do curta. Ao trabalhar o material que não foi aproveitado para o filme, Thaís viu nele outras possibilidades de leitura, as relações de afeto e família, por exemplo. Foi assim que surgiu o documentário.”

O músico Sérgio Pererê faz participação especial no longa(foto: Paula Melo/Divulgação)
O músico Sérgio Pererê faz participação especial no longa (foto: Paula Melo/Divulgação)

INTIMIDADE

O bailarino e coreógrafo Evandro Passos foi o elo entre a produção e São Gonçalo do Rio das Pedras. “Frequento o local há mais de 20 anos, tenho uma relação muito estreita com a comunidade. A Thaís me pediu para fazer a interlocução para saber um pouco da história de vida deles, algo mais íntimo, particular.”

De acordo com Evandro, a comunidade abraçou o projeto. “Eles ficaram muito felizes, porque o documentário conta um pouco dessa coisa do afeto. Thaís trouxe a linguagem da afetividade, algo muito comum na comunidade quilombola.” O coreógrafo e bailarino, além de participar do filme, cuidou da preparação corporal do elenco.

“Contamos um pouco a história dos moradores do Quilombo Vila Nova, que migraram de outro local para São Gonçalo do Rio das Pedras. Trouxemos esse processo de migração para o filme”, reforça Evandro.

Além da estreia do filme, às 17h, o MIS Santa Tereza receberá a exposição Ilídia, com fotos de Paula Melo, que ficará em cartaz até 31 de dezembro. Depois da sessão deste domingo, haverá roda de conversa com Evandro Passos.

NÃO SEI QUAL CIDADE SE PASSA AOS OLHOS DELE
O filme de Thaís Inácio estreia neste domingo, às 17h, no MIS Santa Tereza, Rua Estrela do Sul, 89, Bairro Santa Tereza. Exposição de fotos assinadas por Paula Melo ficará em cartaz até 31 de dezembro. Informações: (31) 3277-4699. Entrada franca.


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