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Companhia de teatro mineira estreia com peça que é 'cinema ao vivo'

Com direção do cineasta Ricardo Alves Jr., grupo Quartatela encena o espetáculo 'Eclipse solar', sobre 'esse sentimento atual de perda e impossibilidade frente à crise da democracia', a partir desta quinta (18)


postado em 17/07/2019 04:07

Espetáculo inclui projeção no telão que amplifica um trecho da cena em execução no palco. Temporada começa amanhã na Funarte(foto: Luiza Palhares / Divulgação)
Espetáculo inclui projeção no telão que amplifica um trecho da cena em execução no palco. Temporada começa amanhã na Funarte (foto: Luiza Palhares / Divulgação)

Criado no ano passado no curso de teatro do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) da Fundação Clóvis Salgado, o coletivo teatral Quartatela reúne jovens artistas interessados em renovar a linguagem cênica, abordando especialmente as angústias que marcam sua geração nos dias atuais. Na peça Eclipse solar, que estreia nesta quinta-feira (18), na Funarte, a companhia leva ao palco uma mistura de teatro com alguns recursos cinematográficos, em uma metáfora sobre a sobreposição da luz pelas sombras.

A trama se passa em uma localidade fictícia, chamada Cidade dos Exilados. Ali se reúnem expatriados de diversas origens. De forma musical e performática, compartilham suas experiências, angústias e ideias, enquanto aguardam pelo fenômeno que dá nome ao espetáculo. “O eclipse é uma alegoria sobre o tempo em que vivemos, quando o sol se torna sombra”, afirma o diretor Ricardo Alves Jr.

“Eles falam sobre o motivo que os levou a sair de seu país. É uma metáfora sobre esse sentimento atual de perda e impossibilidade frente à crise da democracia, em que os artistas são colocados como vilões da sociedade. Foi uma peça concebida em 2018, durante todo aquele processo eleitoral do Brasil, de extremo avanço do conservadorismo e perda de direitos e liberdades, que também é visto em outras partes do mundo”, diz Alves Jr. sobre o texto escrito por Germano Melo, com a colaboração de todo o elenco.

Com uma carreira premiada internacionalmente, exibindo alguns de seus curtas em grandes festivais nacionais e europeus, o cineasta mineiro foi a escolha da jovem companhia por sua capacidade de trabalhar conjuntamente as linguagens teatral e cinematográfica. Segundo Ricardo Alves Jr., o grupo o procurou motivado pela afinidade entre as pesquisas de ambos. “O que a gente faz é, efetivamente, cinema ao vivo. Não há imagem gravada. É uma peça de teatro, em que o espectador vê a cena no palco, mas há também um projetor, no qual o espectador vê o resultado do enquadramento e a composição. É sobre como pensar a cena cinematográfica acontecendo ali e agora. Gosto de investigar essas possibilidades”, explica.

NARRATIVA A filmagem, exibida na tela “em tempo real” durante o espetáculo, é feita pelo próprio elenco no palco. O resultado é uma proposta “que se torna muito atual”, segundo o diretor, “por pensar uma narrativa na qual a imagem conduz a dramaturgia e a tensão de cada personagem”. “O espectador aprecia isso de maneira muito contemporânea, de forma parecida com a que consumimos informação atualmente, em muitas telas, nos stories, mas não deixa de ser uma montagem primeiramente teatral”, afirma o diretor.

Integrante do elenco e um dos fundadores do Quartatela, Bremmer Guimarães destaca que essa ponte entre audiovisual e cênico era um interesse do grupo desde sua formação e que todo o processo foi construído coletivamente. “Germano Melo criou essa dramaturgia a partir das improvisações que levamos para a sala de ensaio, atreladas a essa pesquisa do teatro e do cinema que já tínhamos”, diz o ator, de 24 anos. Segundo ele, a peça reflete o processo de superação de um cenário adverso ao fazer artístico, enfrentado pelo grupo durante os  três anos de seu curso de formação. “Essa força política foi um aprendizado na escola, e o grupo é a continuidade disso e a nossa forma de sobreviver em um mundo tão individualista”, afirma.

Eclipse solar
De quinta-feira (18) a domingo (21), na Funarte (Rua Januária, 68, Centro). Quinta e sexta às 20h; sábado e domingo, às 18h e às 20h. Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia). À venda na bilheteria local uma hora antes de cada sessão ou pelo site Sympla.


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