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Helvécio Carlos


postado em 02/06/2019 04:12

(foto: Laura Fonseca/Divulgação)
(foto: Laura Fonseca/Divulgação)


Cozinha é amor à arte de servir poesia

Amanda Monteiro tem uma doce definição para sua paixão por bolos: “Eles sempre foram sinônimo de afeto, acolhida, carinho. Fazer, oferecer e compartilhar um bolo é doação, generosidade. Isso é o que importa pra mim”. Com o apoio dos amigos e da família, que sempre elogiaram os cuidados e caprichos de Amanda, há três anos ela transformou em profissão o que já fazia por hobby.

As primeiras vendas foram para amigos, que imediatamente compartilharam com outros amigos. Em pouco tempo, os bolos de Amanda ganharam as redes sociais (@contembolo), onde ela navega com a mesma atenção dedicada a seus produtos. “Instagram é a única ferramenta em que divulgo meu trabalho e os detalhes de cardápio, pedidos... Por isso, tenho muito cuidado com as fotos e com o verbo que uso em meus textos. A pessoa tem que ser impactada, provocada a ler os posts em meio a tanta informação no seu feed”, diz.

O capricho de Amanda não se restringe ao bolo, montado em um prato de papel, acompanhado sempre por uma frase e um arranjo de flores desidratadas. Mais simpático ainda é o cartão escrito por ela, que acompanha a caixa. O formato dos bolos, feitos na forma nordic ware, também chama a atenção. “Procuro evidenciar a beleza, transformando tudo em um grande jardim”, conta.

Amanda não se lembra de quando fez o primeiro bolo. “Mas recordo muito bem de tentar, muitas e muitas vezes, repetir a receita do bolo de cenoura da minha mãe, Maria Pia. E nunca acertar!”

COM A PALAVRA
Amanda Monteiro, confeiteira

Cozinha é arte, amor ou poesia?

Cozinha é o amor à arte de servir poesia. Não dá para separar essas quatro palavras. É o lugar e o exercício de expressar e compartilhar nossas emoções através do alimento.

Vivemos momentos turbulentos. Com os bolos você quer demonstrar que delicadeza e poesia são tudo nesta vida?

Quero afagar os corações. Provocar um momento de trégua, de amor, uma prova de que a vida pode ser doce e simples. A poesia está em conseguirmos enxergar beleza nas miudezas da vida e no outro. Se você plantar e regar essa sementinha em si mesmo, florescerá. Então, tudo ao seu redor transformará.

Como é o seu processo criativo?
Ele está mais ligado ao que imagino ser o momento em que aquele bolo será compartilhado: casa de vó, aniversário, café da tarde, sobremesa do jantar, café da manhã a dois, maternidade, visita carinhosa... Quando recebo o pedido do cliente, procuro saber a ocasião, a história por trás daquele pedido. Ela vai me nortear para que possa colocar intenção no bolo. Quero que esse sabor seja de uma doce lembrança. Temos receita tradicional, internacional, de Corumbau... (risos)

Você também cuida de toda a apresentação. Como surgiu a ideia do prato com frases poéticas e arranjos florais?

Colocar poesia no prato foi um insight. Estava fazendo um bolo para o coffee break de uma floricultura. Era um workshop de arranjos florais. Encantada com aquele convite, quis pôr a frase do poeta persa Rumi, que amo demais: “O amor é um jardim”. Assim surgiu o Prato Poesia. As flores vieram compor a decoração com ainda mais poesia.


A cozinha é local de boas histórias. Quais são as suas melhores lembranças?

Ah, elas vêm da cozinha da fazenda dos meus avós, Ceção e Paulo, em Itaúna. Biscoitos guardados em lata, leite na caneca direto do curral, doce de leite em cima do armário, meu avô almoçando às 11h. E aquela voz doce, com seu avental de plástico molhado, chamando: “Ô, coração”. Minha avó querida...


Qual é a sua relação com a poesia? Fale de seus poetas favoritos
A poesia é muito nova pra mim. Essa relação se intensificou quando descobri que a Contém Bolo não era sobre bolos, mas sobre seu significado. Hoje, exercito meu olhar para enxergar poesia no cotidiano e sempre fazer dela uma inspiração para meu trabalho. Leio Pablo Neruda, Clarice Lispector, Manoel de Barros, Mia Couto, Alice Ruiz, Rumi, Valter Hugo Mãe...


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