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Para além do medo


postado em 19/05/2019 04:10

Nova versão de Cemitério Maldito se confirma como a mais assustadora das histórias de Stephen King (foto: Paramount Brasil/Divulgação)
Nova versão de Cemitério Maldito se confirma como a mais assustadora das histórias de Stephen King (foto: Paramount Brasil/Divulgação)


Smucky, the cat, he was obedient (O gato Smucky era obediente). Pertencia à filha de Stephen King. O escritor morava no Maine, numa casa próxima a uma estrada. Passavam caminhões em alta velocidade. O gato foi atropelado e morreu. Teve direito a funeral, foi enterrado num cemitério de animais. Como escritor de narrativas fantásticas, o ‘rei’ Stephen deu asas à imaginação E se Smucky voltasse?

Essa foi a base realista de Cemitério Maldito. O filme deveria ter sido realizado por George A. Romero, mas ele tinha outros compromissos. Convidado, Tom Savini também declinou. Foi a chance de Mary Lambert, que o dirigiu em 1989. Há 30 anos! O próprio Stephen King dizia que era a mais assustadora de suas histórias. A única que lhe metia medo. Passadas três décadas, e com o incremento dos efeitos, Pet Sematary (título original em inglês) ganhou nova versão na tela.

Em dezembro, o produtor Lorenzo Di Bonaventura esteve em São Paulo, na CCXP, para promover Bumblebee. Ele também produz Cemitério Maldito. Prometeu novidades. “Tem algumas coisas bem diferentes.” A nova versão tem direção de uma dupla, Kevin Kolsch e Dennis Widmyer. É bem scary.

Além de autor da história, Stephen King faz uma participação como ator na primeira versão em 1989. É o padre, na cena do funeral. Pode não significar nada, mas quer dizer alguma coisa, sim. Na casa de Rachel, há uma foto de um menino, que pertence ao passado dela (e indica um possível trauma). Ele usa a mesma roupa que o filho veste no desfecho. Faz parte da encenação macabra. Estava escrito? A trilha é da banda nova-iorquina Ramones, que Stephen King adorava. Pet Sematary, composta para o filme, virou hit.

Fred Gwynne faz o vizinho velho que tenta advertir o pai. Na nova versão, o papel é de John Lithgow, que protagoniza uma cena de cortar o fôlego – na escada. O gato. O da filha de Stephen King podia ser obediente, mas o da ficção... Salva-se quem puder! O terceiro ato – o clímax – é terrível.

INTENSIDADE

Tudo agora é mais intenso na produção de 2019, e de cara o clima idílico da chegada à nova casa é interrompido pelo caminhão veloz que quase comete o primeiro atropelamento. A explicação sinistra é que o cemitério, construído num território indígena, tem a terra podre. Os próprios nativos temiam seus efeitos.

O pai, médico, interpretado por Jason Clarke, vive dividido entre a racionalidade da ciência e a emoção, o desejo de proteger a filha, depois a família, que o leva a fazer escolhas erradas. São essas opções que precipitam a tragédia. A menina foi escolhida pelo olhar estranho. Quando as coisas começam a ocorrer, o espectador não estranha.

O menino do primeiro filme tem umas brincadeiras agressivas. A pesquisa sobre Miko Hughes nas redes vai encontrar detalhes bizarros. Ele brincando com um estilete, avançando agressivo para a câmera. Algumas cenas foram filmadas com bonecos representando Miko (e que eram manipulados por técnicos, como se fossem marionetes). No novo filme, ele é uma fofura. Por isso mesmo, o desfecho em aberto – Cemitério Maldito 2? – é mais cruel.

O cinema industrial faz muitos filmes para celebrar a família. Esse é sobre a família maligna. Um a um, seus integrantes vão sendo dominados pelo mal, como adverte o garoto atropelado no começo e que recebe atendimento do pai, médico, no hospital. É um caminho sem volta. Stephen King tinha razão. É sua história mais assustadora. (Agência Estado)


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