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O berço da palavra


postado em 25/03/2019 05:07

PÉ-DE-MEIA

A expressão é bem antiga. Vem da velha Europa, onde era comum os pobres usarem um pé de meia para suas economias. A prática está em desuso, por motivos óbvios.Entre nós, quando o sistema bancário era muito precário, as pessoas tinham o hábito de guardar seu dinheiro em casa. Os mais ricos, num cofre. Outros, debaixo do colchão. Havia os que preferiam enterrar a grana no porão. Todos, porém, tinham o mesmo medo: de que seus caraminguás sumissem de repente, por descuido do gerente do banco, o que os levaria à ruína. Alguns, desconfiados, chegavam a ir pessoalmente conferir, no olho, o lugar onde o banco estava guardando o rico dinheirinho que haviam depositado.

Coisa de Tio Patinhas, ninguém fez pé-de-meia maior. Nossos avós e bisavós tinham o hábito de deixar as pequenas economias nos armários de roupa e as enfiavam, em segurança, dentro de meias chamadas viúvas – das quais só restava um pé, o outro fora descartado, geralmente,
por estar furado. Achavam que seria o último lugar onde alguém procuraria.Com a atual sofisticação tecnológica, isso ficou ridículo. Só um sujeito muito maníaco prefere o pé de meia – mesmo assim, continuará desconfiado. Aliás, com alguma razão, pois a bandidagem de hoje não perdoa nem meia furada...

NERO – Um dos mais polêmicos imperadores romanos. Entre outras barbaridades, matou a mãe, esfaqueando-a no ventre – para ver de onde tinha saído! –, sua primeira esposa, Otávia, e a segunda, Pompeia, grávida, com um chute. Apaixonou-se e se uniu maritalmente ao escravo Sporus, de quem mandou os guardas cortarem os órgãos genitais para o rapaz ficar parecendo uma moça. Ordenou o incêndio de Roma e atribuiu a culpa aos cristãos, que acabaram pagando o pato nas garras de leões famintos em crudelíssimos espetáculos no Coliseu para plateias ululantes e desinformadas. Os 14 anos de seu reinado foram marcados por devassidão e atrocidades emolduradas por melodias e poemas da pior qualidade que ele compunha e executava ao som de sua lira, sob aplausos dos áulicos de sempre. Ao suicidar-se, exclamou: “Que grande artista o mundo vai perder”. O famoso programa de computador chamado Nero não tem nada a ver com essa tenebrosa história. No mercado desde 1995, seu primeiro software se chamou Nero Burn ROM, Nero queima CD-ROM, em tradução capenga, analogia com o imperador romano.

LENDA – Do latim legenda, coisas que devem ser lidas. Na Idade Média, quando só os religiosos dominavam a escrita, era comum, em conventos e espaços públicos, a leitura das legendas dos santos, que narravam suas vidas exemplares como estímulo aos fiéis. Com o tempo, essas histórias passaram a se concentrar em algum herói popular, ganhando novas feições ao divulgar crendices sobre seres maravilhosos e encantatórios, de origem humana ou não, no campo do imaginário popular ou buscando explicar fenômenos da natureza. Daí as lendas do boitatá, da cobra d’água, do negrinho do pastoreio, do saci-pererê, do boto e tantas outras. Universo riquíssimo em criatividade, a ponto de justificar a conhecida frase proferida por um atento observador jornalístico: “Quando a lenda é melhor do que a realidade, publique-se a lenda”...

GASTRONOMIA – A palavra deriva do grego gastrós (estômago, ventre) e de nomes (conjunto de regras). Refere-se não apenas à preparação do alimento, mas aos prazeres da boa mesa. Cada vez mais, a arte culinária se aprimora, trazendo novas e sofisticadas opções ao paladar. De fato, o deleite proporcionado pela comida é um dos melhores estímulos da própria vida, depois da alimentação para sobrevivência. O culto dessas alegrias faz com que, muitas vezes, seus aficcionados se reúnam em confrarias para degustar finas iguarias e os melhores vinhos. Para ilustrar esses bons momentos, vale lembrar a frase de Brillat-Savarin: “A invenção de um novo molho é mais importante para a espécie humana do que a descoberta de uma nova estrela no firmamento”.

COPAÍBA – O vocábulo vem do tupi kupa’iwa, tronco de planta. A árvore, também chamada pau-d’óleo, é facilmente encontrada na mata devido ao forte aroma que sua casca exala. Uma das árvores mais genuinamente brasileiras e úteis à medicina, seu óleo tem diversas aplicações terapêuticas, entre as quais a propriedade cicatrizante, é eficaz no umbigo de recém-nascidos. Seu uso se estende à ação anti-inflamatória, mas também possui propriedades diuréticas e vem sendo utilizado nos tratamentos de bronquite, dor de garganta, como vermífugo e poderoso remédio para a dermatose e a psoríase. Na indústria, serve para a fabricação de vernizes e perfumes, e até para a revelação de fotografias. Quer dizer, um verdadeiro milagre da natureza, só não faz rejuvenescer os que padecem neste vale de lágrimas...


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