(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

COMO (DES)ARRANHAR UMA IMAGEM

Especialista em gestão de crise diz que há ferramentas para monitorar e medir a extensão do impacto de um episódio negativo para uma marca ou pessoa e traçar estratégias de %u201Creposicionamento%u201D junto ao público


postado em 03/03/2019 05:09

Bruno Gagliasso e Marina Ruy Barbosa contracenam em O sétimo guardião. Ambos foram envolvidos nos desdobramentos da separação de José Loreto e Débora Nascimento(foto: ESTEVAM AVELLAR/GLOBO/DIVULGAÇÃO)
Bruno Gagliasso e Marina Ruy Barbosa contracenam em O sétimo guardião. Ambos foram envolvidos nos desdobramentos da separação de José Loreto e Débora Nascimento (foto: ESTEVAM AVELLAR/GLOBO/DIVULGAÇÃO)

Um avião cai, uma barragem se rompe ou surge um escândalo com uma figura pública. Nesse momento,  entra em cena o profissional que é especialista em gerenciar crises e também dar consultoria de imagem. “Na maioria dos casos, um assessor de imprensa não consegue controlar ou não tem preparo para lidar com isso. É nessas horas que a gente entra. Num caso como esse da Marina Ruy Barbosa, que tomou proporções gigantescas, ainda mais com as redes sociais, em que a exposição é muito maior, seria fundamental um profissional assim”, diz uma especialista em gerenciamento de crise. Em razão da atividade que exerce, a profissional prefere que seu nome não seja revelado neste texto.

Quando a história veio à tona, houve quem suspeitasse de que se tratava de uma ação de marketing para promover O sétimo guardião, que anda derrapando na audiência. Coincidentemente, o primeiro beijo entre os personagens de Marina Ruy Barbosa (Luz) e José Loreto (Júnior) na trama foi exibido na semana em que a fofoca de bastidores se espalhou pelas redes sociais. “Não acredito nisso, porque, querendo ou não, tudo foi perigoso demais para colocar em risco a carreira de todos os envolvidos. E, mesmo com o passar do tempo, acaba ficando uma marca”, opina a especialista.

Ela destaca a participação da própria Globo, que decidiu interferir no episódio na tentativa de conter danos. Teria sido a pedido da Globo que José Loreto tomou a iniciativa de assumir a culpa pela confusão e se desculpar com um texto em suas redes sociais. “Teve dedo da Rede Globo e foi confirmado pela própria emissora. Entrei em contato, e a área de Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico interveio. Pediu que ele (Loreto) se manifestasse, justamente para preservar a principal estrela e protagonista, Marina Ruy Barbosa”, escreveu o colunista de TV Léo Dias, que havia dado a notícia da separação do casal Débora Nascimento e Loreto.

A consultora de imagem e gestora de crise diz que, num caso como esse, ela recomendaria, inicialmente, discrição. “A não ser a Marina, que já estava pressentindo o terremoto que viria para cima dela assim que a história vazou e se pronunciou, para os demais acho que o caminho seria aguardar, ficar calado e depois ir reposicionando a imagem com planejamento, se necessário. Para isso é importante o monitoramento que é feito. Existem ferramentas que medem o alcance de cada postagem, a quantidade e a qualificação: se é positivo, negativo ou neutro. Assim podemos saber com precisão se arranhou ou não a imagem e qual caminho seguir.”

INTERESSE
A profissional acha que o caso deve servir como um alerta para os envolvidos. Ela ressalta a importância de se distinguir o que é de interesse público e o que é de interesse do público. “Quando Bill Clinton traiu a esposa (Hillary Clinton) e ainda negou isso, é algo de interesse público e interfere na vida dos cidadãos porque esse fato diz muito do caráter dele, que era o presidente dos Estados Unidos. Interesse público é algo relevante para a vida das pessoas; uma fofoca não é.”

A coordenadora do Gris (Grupo de Pesquisa em Imagem e Sociabilidade, da UFMG), Paula Simões, observa que a imagem pública de uma figura célebre é construída de maneira complexa e articulada, a partir das ações e posicionamentos que ela assume, bem como da relação que estabelece com outros atores sociais, o público e a própria mídia. “Diferentes acontecimentos (como esse envolvendo a atriz e o ator da Globo) fazem agregar sentidos à imagem de uma celebridade, que vão sendo reafirmados e atualizados ao longo do tempo. Por isso, é complicado dizer se uma imagem foi arranhada ou se dá para reverter a partir de um acontecimento tão recente. Uma imagem pública não se constrói nem se transforma de maneira tão rápida. É preciso tempo e uma análise mais cuidadosa para avaliar as mudanças na construção de uma imagem”, afirma.

Já a pesquisadora Malu de Almeida Afonso avalia que a repercussão do caso diz muito mais sobre a sociedade do que sobre a atriz Marina Ruy Barbosa ou as demais celebridades globais envolvidas. “Podemos nos indagar: por que nos interessamos tanto pelo comportamento dessas mulheres? Como cada uma das personagens envolvidas é retratada pela mídia e nas redes sociais? Por que a briga entre mulheres instiga a atenção da mídia e do público? Quais são as regras do jogo que estão por trás disso tudo? São perguntas que apontam para uma mesma direção: nós mesmos. Nós construímos socialmente os critérios por meio dos quais Marina está sendo julgada publicamente e, comparativamente, esses critérios podem ser desafiados em termos de moralidade, igualdade de gênero e justiça.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)