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BH recebe mostra sobre arte naïf

Exposição Naïfs do Brasil é inagurada nesta terça-feira (12) no Sesc Palladium. Entre os artistas presentes, estão os mineiros Neves Torres, de Conselheiro Pena, e José Murilo Batista de Oliveira (1936-2013), de Cordisburgo


postado em 12/02/2019 05:08

Obra O engenho (2010), do mineiro Neves Torres, integra a parte Hora do trabalho, tempo de lazer, na exposição Naifs do Brasil, no Sesc Palladium(foto: Everton Ballardin/Divulgação)
Obra O engenho (2010), do mineiro Neves Torres, integra a parte Hora do trabalho, tempo de lazer, na exposição Naifs do Brasil, no Sesc Palladium (foto: Everton Ballardin/Divulgação)

 

O termo naïf designa o trabalho de artistas amadores, desenvolvido de forma espontânea e sem instruções técnicas. A proposta nasceu com o pintor francês autodidata Henri Rousseau (1844-1910), pertencente ao movimento moderno pós-impressionista. Há mais de duas décadas, o Sesc promove bienais que atentam à produção naïf em todo o Brasil, revelando faces pouco conhecidas da nossa arte popular. Trabalhos que integraram edições do evento entre 2000 e 2016 entram em exposição aberta ao público a partir desta quarta-feira (13), no Sesc Palladium, com a mostra Naïfs do Brasil.

Derivada do latim nativus, naïf é uma palavra de origem francesa que pode ser livremente traduzida para “ingênuo” e “despreocupado”. “Talvez essas não sejam as melhores definições para a arte naïf, se olharmos para a produção contemporânea brasileira. Ao contrário, os artistas têm olhar agudo e crítico para questões sociais, econômicas e políticas efervescentes dos nossos dias”, afirma Fabiana Delboni, coordenadora do Acervo Sesc de Arte.

“É comum que se visite uma exposição de arte naïf esperando deparar-se com uma inocência e uma simplicidade que nem sempre existem. Os trabalhos podem se revelar gratas surpresas, porque os artistas são bastante atentos ao mundo à sua volta”, opina. Destaque na mostra, as geringonças do paulista Mestre Molina, formadas por bonecos animados, envolvem imbricada fabricação de autômatos para dar vida às criações. “São construções mecanizadas e, ao mesmo tempo, lúdicas e divertidas, que falam do universo do trabalho e das relações nesse meio”, observa Fabiana.

LAZER Constituída por pinturas, desenhos, esculturas e bordados, entre outras linguagens, a mostra é dividida em duas partes. Hora do trabalho, tempo de lazer dialoga diretamente com a proposta naïf, cujos profissionais, por vezes, têm a arte como hobby, restrita às pausas do cotidiano. Em Universos mágicos, volta-se o olhar para obras em que simbolismos revelam o criticismo dos artistas na representação de seus meios sociais.

Para Fabiana Delboni, os recortes estão relacionados dentro do universo naïf e ambos falam com propriedade sobre o mundo contemporâneo. “Os artistas abordam seu dia a dia, em que a relação entre trabalho e lazer muitas vezes não é ideal. Mesmo quando falamos do recorte sobre Universos mágicos, notamos a construção de uma subjetividade que também depende das relações de trabalho”, afirma a coordenadora.

Nas bienais realizadas em Piracicaba, interior de São Paulo, o Sesc mapeia a produção da arte popular em todo o país e revela artistas que dificilmente chegam ao grande público. Colocado no plural, o termo se distancia do movimento artístico e é colocado com o foco nos profissionais, além de revelar uma variedade de estéticas e propostas encontradas no âmbito nacional.

LINGUAGENS A mostra Naïfs do Brasil integra a programação especial do Sesc Palladium de BH com foco em culturas populares. Para Eliane Parreiras, gerente-geral de Cultura do Sesc em Minas Gerais, eixos temáticos semestrais permitem que políticas afirmativas sejam contempladas de maneira orgânica, abarcada por diferentes linguagens artísticas
“A exposição permite que o público tenha acesso a uma leitura mais expandida, saindo do entendimento comum da arte popular como algo simplesmente artesanal. A mostra revela a sofisticação nos processos criativos e no desenvolvimento de trabalhos tão dinâmicos”, afirma Eliane. Entre os artistas presentes na mostra estão os mineiros Neves Torres, de Conselheiro Pena, e José Murilo Batista de Oliveira (1936-2013), de Cordisburgo.

Para a gerente, a diversidade é marca dos artistas naïf brasileiros, mas certas características se repetem entre as obras em exposição. “São técnicas e estéticas diversas, mas que encontram uma unicidade no olhar para o cotidiano. Mesmo os trabalhos de Universo mágico trazem uma abordagem quase existencialista, em que o homem está sempre presente”, assinala.


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