(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

Dicas de português


postado em 10/02/2019 05:04

Recado
“Para mim, escrever é trabalho.”

José Saramago


Cilada da língua

Você leu? Saiu no jornal. Paulo, funcionário do Banco Central, quis mudar de ares. Amigo do ministro, deu um jeito de ser requisitado para a Fazenda. No ofício de encaminhamento, o BC frisava que “os ônus correrão por conta dessa instituição”. Chegou o fim do mês. Cadê salário? O banco dizia que o ministério deveria pagar. O ministério dizia que era o banco. E daí? O xis da resposta estava no pronome demonstrativo: ”Os ônus correrão por conta dessa instituição”. Qual? Adivinhar é proibido. Impõe-se conhecer as manhas do emprego do este, esta, esse, essa, aquele, aquela. Eles são dedos-duros. Indicam situação no espaço, no tempo e no texto. Desvendado o mistério, oba! A resposta brilha.

Manhas
Para entender o assunto, lembre-se das pessoas do discurso. Discurso, no caso, não tem nada a ver com comício ou falação de político. Discurso significa conversa. As pessoas do discurso são as que tomam parte em um bate-papo. São três. Algumas interessantes, outras nem tanto. Uma fala (1ª pessoa). Outra escuta (2ª pessoa). A última é o assunto, sobre o que se fala (3ª pessoa).

Exemplo
Imagine que Rafael telefone para João e lhe pergunte se foi ao cinema. No caso, Rafael fala. É a 1ª pessoa. João escuta. É a 2ª. Do que eles falam? Da ida ao cinema. É a 3ª.

1.Situação no espaço
Este indica que o objeto está perto da pessoa que fala (pode ser reforçado com o advérbio aqui): esta bolsa (aqui); este jornal (referindo-se ao jornal que está perto); esta sala (a sala onde a pessoa que fala ou escreve está).
Esse informa que o objeto está perto da pessoa com quem se fala (pode ser reforçado com o advérbio aí): esse livro (o livro está perto da pessoa com quem se fala); essa sala (a sala onde a pessoa com quem se fala ou a quem se escreve está).
Aquele diz que o objeto está longe tanto da pessoa que fala quanto da pessoa com quem se fala (pode ser reforçado pelos advérbios lá ou ali): Aquele quadro lá; aquele livro ali.


Eureca!

A solução do drama do Paulo está nesse emprego. O essa se refere ao ser com quem se fala. No caso, o Ministério da Fazenda. Se fosse o Banco Central, o texto diria que os ônus correriam por conta “desta instituição”.

2. Situação no tempo
Este indica tempo presente: este ano, este mês, esta semana (o ano, o mês e a semana em que estamos); este fim de semana (o fim de semana próximo, que o falante considera presente).
Esse ou aquele exprimem tempo passado (esse, passado próximo; aquele, distante): Visitei Santos pela primeira vez em 1970. Nesse (ou naquele) tempo, eu morava em Porto Alegre.

Eis um nó
Como saber se o passado é próximo ou remoto? Depende de cada um. O tempo é psicológico. Uma hora com dor de dente é uma eternidade. Se for à noite, nem se fala. São duas eternidades.

Superdica
Guarde isto: presente se escreve com t. Este e esta também. Passado se grafa com ss. Esse e essa idem.

3.Situação no texto
Este indica referência anterior: Paul Valèry deu esta sugestão aos escritores: “Entre duas palavras, escolha sempre a mais simples; entre duas palavras simples, escolha a mais curta” (a sugestão é anunciada antes e expressa depois).
Esse anuncia referência posterior: “Entre duas palavras, escolha sempre a mais simples; entre duas palavras simples, escolha a mais curta.” Essa sugestão, escrita por Paul Valèry no início do século 20, é um dos mandamentos do texto contemporâneo.

Leitor pergunta
O gato tem sete vidas? De onde vem a crença?
Carlos Marcelo, BH


Ninguém contou. Mas todos dizem que sim. A crença se baseia nas características do bichano. Ele é ágil, resistente e exibe senhor equilíbrio. Quando cai, cai de pé, sobre as quatro patas. Machuca-se? Nem pensar. Sai ileso do tombo. Mais: esperto, o peludo escapa dos predadores. O corpo flexível, a visão penetrante e a audição aguçada lhe tornam a fuga pra lá de fácil. Sete são as características que asseguram a longevidade do felino — agilidade, resistência, equilíbrio, esperteza, flexibilidade, audição e visão.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)